O movimento cooperativo gaúcho se consolida e se reafirma ano após ano. É o que aponta a Expressão do Cooperativismo Gaúcho 2017, lançada ontem (28/06) durante o Tá na Mesa, da Federasul, que contém os números oficiais do cooperativismo no Estado. Após a tradicional coletiva de imprensa, os presidentes da Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), Márcio Lopes de Freitas, e do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, falaram sobre o crescimento do setor cooperativista no Brasil e no Estado. Participaram do evento os diretores da Ocergs: Paulo Pires, Irno Pretto, Orlando Müller, Margaret Garcia da Cunha e Valdir Feller, além de autoridades e dirigentes cooperativistas.
Em sua explanação, Perius demonstrou a força e a contribuição do cooperativismo para o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul e enfatizou a resiliência do cooperativismo em tempos de crise. “No mundo inteiro, o cooperativismo demonstra resiliência a crises devido à confiança do setor. As pessoas tendem a se unir na crise. Prova disso é que em 2016 as cooperativas continuaram investindo em setores fundamentais da economia e apresentaram um faturamento de R$ 41,2 bilhões, crescendo 14,22% com relação ao ano anterior”.
Ao falar sobre o cenário do cooperativismo brasileiro, Freitas reiterou: “O cooperativismo está vivendo um bom momento, fruto dessa questão da confiança e da capacidade do cooperativismo de ter resiliência nas crises. A humanidade está buscando ferramentas de economia mais colaborativa, de participação mais intensa nas decisões e as pessoas estão buscando por isso e as cooperativas estão absorvendo isso. Elas conseguem resolver problemas sociais através de soluções econômicas, estão presentes e geram resultados nas comunidades em que atuam. Não somos isentos de problemas, mas temos uma capacidade de reagir a eles pelo compromisso que o nosso cooperado tem com a cooperativa é muito mais intenso”.
Números do cooperativismo gaúcho
Em 2016, as cooperativas do Rio Grande do Sul apresentaram crescimento de 14,22% em relação ao ano anterior e registraram faturamento de R$ 41,2 bilhões. O desenvolvimento do cooperativismo gaúcho se reflete no aumento dos seus ingressos, que nos últimos cinco anos registrou uma expansão de 76%.
Neste contexto de crescimento do faturamento das cooperativas, destacam-se as atividades relacionadas aos quatro ramos que mais movimentam a economia do Rio Grande do Sul: Agropecuário com 14,51%; o Crédito com 18,54%; a Saúde com 9,88% e a Infraestrutura com 6,29%. Os demais ramos (Transporte, Trabalho, Educacional, Produção, Consumo, Habitacional, Turismo e Lazer, Mineral e Especial) também apresentaram crescimento no faturamento de suas cooperativas com 8,68%.
O ramo Agropecuário registrou um faturamento de R$ 25,4 bilhões em 2016, representando um aumento de 34,6% nos últimos cinco anos. Foram investidos mais de R$ 2,5 bilhões nos últimos quatro anos nas cadeias de soja, milho, leite, arroz e trigo. Atualmente, 41 cooperativas do Rio Grande do Sul possuem planta agroindustrial onde processam a matéria-prima e agregam valor em mais de 130 produtos diferentes.
Outro indicador importante aponta que as cooperativas gaúchas têm 1.300 profissionais que prestam assistência técnica, que consiste em um papel fundamental na difusão de tecnologias e no aumento da produtividade no campo, pois a assistência técnica e a capacitação dos produtores garantem mais eficiência na produção e competitividade ao mercado.
No que se refere ao ramo Crédito, este registrou um faturamento de R$ 8 bilhões em 2016, valor que representa um crescimento de 18,54% em relação a 2015 e 148,5% em um comparativo com os últimos cinco anos. As cooperativas de Crédito são responsáveis pela geração de R$ 911,1 milhões nas sobras, valor que indica uma expansão de 13,10% em relação a 2015, o que representa 60,74% do total das sobras. O indicador reforça a eficiência econômica das cooperativas gaúchas, que registraram em 2016 um crescimento de 12,91% nas sobras apuradas, atingindo o valor de R$ 1,5 bilhão.
Além disso, o ramo Crédito apresentou crescimento de 112,8% nos depósitos a prazo no período de 2012 a 2016, o que reforça o sentimento de confiança dos associados no sistema cooperativista, ampliando a credibilidade do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo.
Quanto ao ramo Saúde, em 2016 as cooperativas gaúchas registraram um faturamento de R$ 5,9 bilhões, o que representa um crescimento de 9,88% em relação a 2015. Dos 2,6 milhões de beneficiários de planos de saúde do Rio Grande do Sul (dados da ANS), 65,7% são de cooperativas gaúchas. Em relação à cobertura, as cooperativas deste ramo estão presentes em todos os 497 municípios do Rio Grande do Sul.
No setor de Infraestrutura, as cooperativas registraram em 2016 um faturamento de R$ 1 bilhão, o que denota um crescimento de 6,29% em relação a 2015. Em 2016, as cooperativas investiram R$ 120 milhões no sistema de distribuição de energia com a ampliação e construção de novas linhas, redes e subestações. Ao todo, 358 municípios do RS são atendidos pelas cooperativas de energia.
A solidez do sistema cooperativista pode ser evidenciada pela evolução do patrimônio líquido, formado pelas quotas partes dos associados, resultados do exercício, fundos e reservas legais e estatutárias, que alcançou R$ 12,1 bilhões, o que representa um aumento de 12,76% entre 2015 e 2016.
Em relação aos ativos, o cooperativismo gaúcho registrou um acréscimo de 11,79% entre 2015 e 2016. Nos últimos cinco anos houve crescimento de 70,9% no total desses ativos, que em 2016 atingiu o valor de R$ 60,9 bilhões.
Renda gerada ao Estado
As cooperativas exercem importante papel econômico e social em suas comunidades e respectivas regiões com expressiva geração de tributos, que em 2016 representou R$ 2,1 bilhões. A geração de tributos teve um crescimento de 17,8% em relação ao ano anterior. Esses números reforçam a participação das cooperativas na economia e no desenvolvimento do RS, com volume de negócios movimentado que representa 10,05% do PIB do Estado.
Cooperativismo no Rio Grande do Sul
As cooperativas do Rio Grande do Sul apresentaram crescimento em seu quadro de pessoal e, em 2016, atingiram a marca de 58,9 mil empregos diretos, colocando o Estado como o terceiro maior no ranking de empregados de cooperativas no Brasil. Desses, 90% concentra-se nos ramos Agropecuário, Crédito e Saúde.
O RS é o segundo Estado com o maior número de associados no Brasil, com 2,8 milhões sócios distribuídos em 420 cooperativas, o que representa 21,54% do quadro de associados do País, que conta com 13 milhões de sócios. O RS é o segundo Estado com maior índice de adesão de associados ao cooperativismo, com 24,8%. A participação da população gaúcha envolvida no cooperativismo é de 74,5%, considerando que a família de cada associado se constitui, em média, de três pessoas. Os ramos Agropecuário, Crédito, Saúde e Transporte concentram 77% das cooperativas do RS.
Fonte: Seescop-RS
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