Um município altamente industrial como Bento Gonçalves se mantém em constante desenvolvimento tecnológico, com empresas dos mais diferentes segmentos sempre aprimorando os seus processos produtivos. Entretanto, do mesmo modo que estes avanços representam uma melhoria significativa em termos de competitividade, também podem trazer – para aqueles que não estiverem devidamente preparados – riscos para a condução dos negócios no que se refere à segurança digital.
É esse alerta que o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) pretende tratar como uma de suas pautas mais importantes ao longo do ano, debatendo o tema com os associados e auxiliando na busca de caminhos para evitar que problemas como esse possam ocasionar perdas às companhias. Nos últimos meses, várias empresas da região da Serra Gaúcha sofreram com ataques por meio de ransomware, uma espécie de “código sequestrador”, que toma posse dos dados de computadores, criptografando-os e barrando o acesso dos proprietários – o objetivo é exigir um resgate pelas informações.
Os danos provocados por esse tipo de crime podem atingir os mais variados níveis, inclusive, causando uma parada total de horas em empresas que ficam à mercê dos bandidos. Essa interrupção pode acarretar em grandes prejuízos, que, dependendo da extensão, tornam-se irreparáveis. Diante desse quadro preocupante, o CIC-BG já tem contatado profissionais da área da Tecnologia da Informação (TI), para reunir subsídios e, assim, traçar um plano de trabalho que permita ampliar a divulgação a respeito desse novo inimigo e, ao mesmo tempo, apresentar ferramentas que possam diminuir a exposição das empresas locais a esse risco.
Uma das ações recentes foi um encontro entre o Diretor da Área de Tecnologia da entidade, Leocir Glowacki, o presidente do Grupo de Gestores de TI da Serra Gaúcha (GTISerra), Daniel Westerlund, e o consultor Carlos Felipe Jacobs, da Gruppen. Na reunião, Jacobs detalhou como procedem os criminosos ao utilizarem o ransomware para os ataques e antecipou algumas dicas importantes para rever os procedimentos internos das empresas como forma de prevenção. O especialista explicou que o modo de operação dos hackers praticamente não permite seu rastreio, nem mesmo depois de um eventual pagamento para liberação dos dados sequestrados, porque os valores são em bitcoins, moeda usada em transações virtuais.
Prevenção
Mesmo assim, Jacobs ressalta que há medidas imediatas que podem contribuir para reduzir o perigo. Uma delas é deixar de focar somente na questão da proteção – através de um firewall e de frequentes backups dos dados, por exemplo –, mas também passar a analisar o padrão de comportamento dos usuários da rede, no caso, os funcionários. Dessa forma, é possível detectar alterações no paradigma, que tanto podem significar uma possível abertura a uma ameaça externa quanto interna “É importante salientar que não há uma solução definitiva para esse tipo de crime, que em 2017 deve triplicar no mundo. Os empresários precisam estar cientes que isso é grave, e pode quebrar um negócio. Temos que ter em mente que, para problemas novos, também precisamos de soluções novas”, afirma o profissional.
O presidente do GTISerra reforça o alerta, especialmente pelo fato de que, cada vez mais, as empresas serão dependentes de processos digitais, condição que também as coloca em uma posição delicada. “Tudo, inevitavelmente, nos leva para a internet. Esse é um processo que não para de crescer, e já não podemos tratar como se isso fosse uma realidade distante de nossa região. Tanto a inovação quanto os problemas estão acontecendo aqui, e isso exige nossa atenção”, aponta Westerlund.
Ao longo do ano, o CIC-BG programará atividades ligadas a esse tema, dando mais destaque a essa demanda tão importante. “Para muitos, esse assunto ainda é novo, mas estamos diante de uma situação que pode ocasionar uma série de transtornos para nossas empresas, e isso exige um olhar mais atento. Estamos dando um passo inicial, para abrir a discussão e trabalhar em busca de meios para impedir que tenhamos casos mais graves aqui no município”, conclui o Diretor Leocir Glowacki.
Legenda foto: Daniel Westerlund, presidente do GTISerra; Leocir Glowacki, Diretor da Área de Tecnologia do CIC-BG; e o consultor Carlos Felipe Jacobs, da empresa Gruppen, se reuniram para tratar do tema que será levado aos associados da entidade
Fonte e foto: Exata Comunicação
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