A queda na taxa de juros no país é a grande aposta da construção civil. Se a previsão se confirmar, o setor deverá sentir a retomada do crescimento em diferentes canais ainda em 2017. Os benefícios poderão ser vistos, principalmente, no aumento da busca pelo financiamento da casa própria e também na facilidade de atrair novos investidores. A avaliação é do economista do Sinduscon-RS, Assílio Luiz Zanella de Araújo, que falou para mais de 40 construtores associados a Ascon Vinhedos em palestra-almoço realizada hoje, na Casa Di Paolo, em Bento Gonçalves.
De acordo com o economista, as perspectivas são boas e dependem da aprovação de medidas previstas pelo governo. “As mudanças no limite do teto do Programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, já indicam uma agenda positiva com tendência ao reaquecimento do setor. Se por um lado o consumidor poderá financiar a casa própria com juros mais baixos que os do mercado, por outro o construtor, que passa a contar com maior valor agregado para viabilizar novos empreendimentos e desenvolver produtos diferenciados, também ganha”, destacou.
Para a economia de Bento Gonçalves, explicou Araújo, a construção civil é ainda mais importante, considerando a participação do segmento na geração de emprego e renda. Em 2014, o setor empregava 3.148 trabalhadores, o equivalente a 6,83% do total de empregos formais da cidade. Em Porto Alegre este percentual fica ao redor de 5%. O saldo líquido, diferença entre demissões e vagas abertas, também se manteve positivo até 2015, registrando uma queda de 10,73% em 2016. “A crise chegou mais tarde em Bento Gonçalves. No restante do país as demissões começaram antes”, comparou.
Além disso, o economista fez uma análise sobre as unidades habitacionais concluídas na cidade. Em 2012 este número era de 41 imóveis. Em 2016 a soma chegou a 248. “Podemos concluir que o número diminui quando a economia vai bem. Quando há crise, a quantidade de imóveis concluídos aumenta. Como estamos tendo menos lançamentos e maior dificuldade no mercado econômico certamente ampliaremos o estoque de imóveis”.
Ao resgatar o desempenho do setor no Brasil nos últimos anos, Araújo explicou que o dinamismo da construção civil começou a cair em 2015 em consonância com a desaceleração da economia brasileira. “Somente em 2015 a queda foi de 10%. No final do primeiro trimestre do ano passado parecia que ia retomar, mas a expectativa mudou logo diante dos acontecimentos no meio político”, completou.
O superintendente Regional de Habitação da Caixa, Valdir Angst, que salientou as mudamças do MCMV, afirmou que não vai faltar dinheiro na carteira imobiliária em 2017. Segundo ele, no ano passado a soma chegou a R$ 81,8 bilhões e para este ano a Caixa prevê R$ 84,1 bilhões, o que representa cerca de 70% do total disponibilizado para o setor em todo o país considerando outras agências bancárias. Outro dado importante apresentado pelo superintendente foi a confirmação do índice de inadimplência da Caixa no ano que passou, que ficou em 1,48%, o menor da história. Este percentual exclui a Faixa 1 do MCMV, que refere-se à União, e leva em conta o atraso de 90 dias.
Para o presidente da Ascon Vinhedos, Andrey Arcari, as recentes mudanças e as projeções econômicas previstas para 2017 servem para motivar as empresas a apostar em novos projetos e na geração de empregos. “Tudo indica que teremos um 2017 desafiador, mas com indicações de retomada”. Arcari disse que um dos desafios da entidade é convencer o governo a garantir diferenciais para Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. “Vamos fazer pressão política para confirmar a região metropolitana e, com isso, assegurar limites condizentes com a Serra Gaúcha. Vamos trabalhar para isso”, finalizou.
Foto: Lucinara Masiero / Conceitocom Brasil
Legendas Mais de 40 construtores participaram da palestra
Fonte: Conceitocom Brasil
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