O ano começa com o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) em queda, um recuo de 3,2% em janeiro, de acordo com os dados dessazonalizados. O resultado anula os avanços obtidos em novembro e dezembro de 2016 e leva o IDI-RS de volta ao piso da série histórica, iniciada em 2003.
“O primeiro mês de 2017 revela que o quadro mudou, mas ainda é de muitas dificuldades para quem investe e produz neste País. As melhores notícias continuam por conta da redução no ritmo das quedas anuais e da estabilidade, ainda que de forma volátil”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Heitor José Müller, ao salientar que, depois de três anos de queda, o setor industrial gaúcho “parou de piorar” e continua influenciado principalmente pelo ambiente doméstico recessivo.
O IDI-RS, divulgado pela FIERGS nesta quinta-feira (9), aponta que com um grau médio de 79%, apenas a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) cresceu em janeiro: 1,7 ponto percentual frente a dezembro, feito o ajuste sazonal. É a maior ocupação desde junho de 2016 (79,5%).
Já o faturamento real (-4%) caiu pelo segundo mês seguido, o mesmo ocorrendo com as compras industriais (-6,2%). As horas trabalhadas na produção recuaram 2,1%, interrompendo dois meses seguidos de aumento. O emprego, que não recuava há três meses, voltou a registrar baixa de 0,4%, assim como a massa salarial real (-0,3%).
Na comparação anual, com janeiro do ano passado, o IDI-RS registrou queda de 2,2%. Porém, o desempenho é bem menos negativo do que nos inícios de 2015 (-9,8%) e de 2016 (-8,5%). À exceção da UCI (1,1 ponto percentual), todos os indicadores tiveram queda. Faturamento, horas trabalhadas e compras industriais também caíram, 7,2%, 3,3% e 0,2%, respectivamente, assim como o emprego (-2,7%) e a massa salarial real (-1,8%).
A sequência de queda também chega a dez dos 17 setores pesquisados no período. Veículos automotores (-23,3%), Tabaco (-22,9%) e Móveis (-4,6%) foram os principais impactos negativos. Já Couros e calçados (7%), Máquinas e equipamentos (6,3%), Químicos e refino de petróleo (2%) e Produtos de metal (2,4%) tiveram as influências positivas mais importantes.
Todavia, com um cenário econômico menos adverso – taxas de juros e de inflação em baixa e confiança dos empresários em alta –, o presidente da FIERGS acredita ser possível projetar alguma reação da indústria gaúcha nos próximos meses. “Mas deverá ser muito lenta e dependerá ainda do ajuste das contas públicas e das reformas estruturais”, destaca Heitor José Müller.
Fonte: FIERGS
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