O Brasil encerrou 2016 com um número recorde de mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho e desemprego de 12 por cento, além da renda em queda, num claro reflexo da crise econômica enfrentada pelo país.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta terça-feira, houve alta de 36 por cento no número de desempregados nos três meses até dezembro em relação ao mesmo período de 2015, chegando ao total de 12,342 milhões de pessoas. Nos três meses até novembro eram 12,132 milhões de trabalhadores sem emprego.
“De 2014 para 2016, a desocupação cresceu 74,4 por cento. Esse é o efeito direto da crise que começou a afetar o mercado de trabalho”, explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.
A taxa de desemprego informada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 12 por cento, marcando a nova a máxima da série histórica iniciada em 2012, ante 11,9 por cento no trimestre até novembro.
Isso aconteceu porque o número de pessoas que entraram na força de trabalho –aquelas que estão à disposição para trabalhar– não foi absorvido pelo mercado de trabalho, apesar das tradicionais contratações de fim ano.
O número de pessoas na força de trabalho aumentou 1,3 por cento, ou 1,286 milhão de pessoas, no trimestre encerrado em dezembro ante o ano anterior, para 102.604 milhões de pessoas.
“Houve um movimento de busca por trabalho que acontece normalmente no fim do ano. Mas diante do ambiente econômico, não foram absorvidas todas as pessoas que estavam na fila do desemprego há algum tempo, nem aquelas que pensavam em um oportunidade sazonal”, completou Azeredo.
No quarto trimestre, a população ocupada permaneceu em queda, com recuo de 2,1 por cento no período sobre 2015, ou 1,983 milhão de pessoas a menos, para 90.262 milhões.
RENDA
A atividade que mais perdeu trabalhadores no final do ano passado foi a de construção, com queda de 10,8 por cento no trimestre até dezembro sobre o ano anterior, ou 857 mil pessoas a menos.
Já o número de trabalhadores na indústria recuou 7,7 por cento no quarto trimestre na comparação anual, uma queda de 955 mil pessoas.
A renda média do trabalhador no trimestre, ainda segundo a Pnad Contínua, ficou praticamente estável, com ganho de 0,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2015m, para 2.043 reais.
Entretanto, no ano como um todo, o poder de compra da população caiu pelo segundo ano consecutivo, para um salário médio em 2016 de 2.029 reais, ante 2.076 reais em 2015 e 2.083 reais em 2014.
“O rendimento caiu por conta de inflação, perda de poder de compra, crise econômica e aumento da informalidade”, completou Azeredo, do IBGE.
A forte retração econômica vivida pelo país em 2016 é o principal fator por trás da fraqueza do mercado de trabalho, que fica ainda mais clara quando se compara à leitura de 9,0 por cento da taxa de desemprego no quarto trimestre de 2015.
A estimativa na pesquisa da Reuters era de taxa de desemprego de 11,9 por cento nos três meses até dezembro, na mediana das projeções.
De acordo com a consultoria Rosenberg Associados, o movimento de pessoas voltando ao mercado de trabalho deve se intensificar em 2017 diante de uma visão de melhora da economia, e a taxa de desemprego tende a crescer.
“Nossa expectativa é de continuidade da piora da taxa de desocupação, atingindo 13,4 por cento no primeiro trimestre e 13,2 por cento no segundo”, destacou a Rosenberg em nota assinada pela economista-chefe Thaís Marzona Zara.
Em 2016, o Brasil perdeu 1,32 milhão de postos formais de trabalho e registrou o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 1992, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Somente em dezembro houve fechamento de 462.366 vagas.
Fonte: Reuters
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