“Tendo presente o símbolo da cruz, que acolheu o corpo Santo do Senhor Jesus, somos convidados a dar testemunho da nossa fé, nos envolvendo na construção do Reino de Deus, na promoção da justiça e da fraternidade, que promove a vida e a paz”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste mês de setembro dedicado à Palavra de Deus, celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A cruz é o símbolo que certamente mais identifica os cristãos, mas nem sempre foi assim. Nos primeiros três séculos do cristianismo, outros símbolos ajudavam a identificar os cristãos, como a âncora, o peixe, o pão, a pomba e o pastor. A cruz não era o símbolo que representava os cristãos porque ela lembrava a morte infame do Senhor Jesus, pois a morte na cruz era reservada aos escravos e malfeitores.
São Paulo, no entanto, escreve na primeira carta aos Coríntios: “nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para as nações” (1Cor 1,23). Mas os cristãos tinham resistências em traduzir essa verdade num símbolo. Contudo, essa situação mudou quando, no dia 14 de setembro de 335, em Jerusalém, uma multidão de peregrinos vindos de vários lugares do mundo celebrou a festa da dedicação da basílica, mandada construir pelo imperador Constantino, sobre o local do Santo Sepulcro. Sobre a rocha do Calvário, o imperador tinha mandado colocar uma maravilhosa cruz, para recordar o local do sacrifício de Cristo.
Daquele dia em diante, a cruz se tornou o símbolo dos cristãos por excelência, começando a ser difundida por todas as partes do mundo. Aparece nas igrejas, nos estandartes, nas coroas dos reis. Mas, ao longo dos séculos, este sinal de amor também foi usado como sinal de violência, para impor os direitos de alguns em detrimento dos direitos de outros.
A festa da exaltação da Santa Cruz quer nos lembrar o sentido autêntico da cruz. Ela não é somente o sinal do sofrimento de Cristo, mas o lugar onde Deus se revela por aquilo que é: um Pai que ama sem medidas, até a doação total de si. A cruz nos lembra o madeiro que acolheu o corpo do Senhor Jesus com vida e presenciou, no silêncio, o suspiro da sua morte, que daria lugar à vitória da vida.
Portanto, já se passaram dezessete séculos e as comunidades cristãs continuam demonstrando grande amor e veneração pela cruz, conscientes de que o que torna cristã uma sociedade não é a exibição dos crucifixos, mas o testemunho de vida dos cristãos, lembrando que, também no mundo de hoje, muitos cristãos continuam sendo “crucificados” e perseguidos porque se negam a pactuar com a cultura da indiferença, com sistemas que oprimem e destroem a dignidade e a vida dos mais fragilizados.
Tendo presente o símbolo da cruz, que acolheu o corpo Santo do Senhor Jesus, somos convidados a dar testemunho da nossa fé, nos envolvendo na construção do Reino de Deus, na promoção da justiça e da fraternidade, que promove a vida e a paz entre as várias culturas, povos e nações.
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
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