Padre Leonardo recordou que o ser humano precisa fazer memória e assim, a fé ajuda a fazer memória do mistério pascal de Cristo, dos entes queridos e dos “bons samaritanos”, que ajudaram, cuidaram e resgataram tantas vidas
Na tarde da quinta-feira, 1º de maio, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, ficou lotada para celebrar a Missa em sufrágio pelas vítimas das enchentes e deslizamentos, ocorridas há um ano, em maio de 2024. A Eucaristia foi presidida pelo padre Leonardo Inácio Pereira, vigário geral e coordenador de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul, e concelebrada pelos padres da Região Pastoral de Bento Gonçalves. A atividade contou com a participação da Orquestra de Sopros de Faria Lemos, do Coro da Matriz e do Coro Caminhos de Faria Lemos.
Em sua homilia, padre Leonardo recordou que o ser humano precisa fazer memória e assim, a fé ajuda a fazer memória do mistério pascal de Cristo, dos entes queridos que partiram durante a tragédia climática de maio de 2024 e dos “bons samaritanos”, que ajudaram, cuidaram e resgataram tantas vidas. “Nós queremos manifestar nossa solidariedade, nosso abraço fraterno a todas as pessoas que são familiares daqueles que faleceram, mas também nossa gratidão a todos aqueles que com criatividade conseguiram ajudar como bons samaritanos da humanidade esses irmãos mais necessitados”.
Ele também fez memória do Papa Francisco e sua solidariedade com os municípios gaúchos atingidos pelas enchentes e delizamentos. Padre Leonardo fez a leitura de um trecho do telegrama enviado pelo Pontífice ao Regional Sul 3 da CNBB e da ajuda material enviada pela Santa Sé.
No momento da Oração Eucarística no qual se reza pelos falecidos, foram recordados os 13 mortos e quatro pessoas que permanecem desaparecidas, no total de 17 vítimas das enchentes e deslizamentos no município de Bento Gonçalves. Ao som da canção “O Silêncio”, familiares levaram flores ao altar recordando cada um dos vitimados e as colocaram ao lado do quadro do Papa Francisco.
Esse foi um momento de grande emoção, como relata o senhor Alceu Gallon, que fez o ato em memória da esposa Nelsa Faccin Gallon, que permanece desaparecida um ano depois. “Deus que sempre me deu força e sabendo que se eu fiquei aqui, não foi à toa que Ele me deixou. Infelizmente, ela foi e eu fiquei. E se eu fiquei é porque eu ainda tenho alguma missão a cumprir. Eu gostaria que não tivesse esse primeiro ano. Porque está sendo mais difícil do que exatamente há um ano atrás, quando isso tudo aconteceu. Eu praticamente, hoje, não fiz nada a mais a não ser chorar. Chorar pela saudade que eu tenho de alguém que ficou comigo 52 anos”.
Também compareceram autoridades civis e militares, além de outras entidades e forças de segurança, que colaboraram no resgate das pessoas. O coordenador da Região de Pastoral de Bento Gonçalves, padre Miguel Mosena, recordou o trabalho realizado por tantas pessoas e pela Igreja Católica no resgate, cuidado e solidariedade com os atingidos pela tragédia. “Como Região Pastoral de Bento Gonçalves, quisemos, neste dia 1º de maio, às três horas da tarde, Hora da Misericórdia, confiar ao Senhor a ressurreição, aos nossos irmãos que nos deixaram ano passado, mas também celebrar, dar ação de graças com a Santa Missa, por todo o bem feito, por tanta ajuda, tanto auxílio, que foi feito aqui, recebido de tantas partes do país”, salientou.
Após a Missa, na praça em frente à Igreja Matriz de Faria Lemos, aconteceu uma homenagem pública realizada pelas autoridades do município que plantaram um plátano. Nesse local, também construíram um jardim e colocaram uma placa com os nomes dos falecidos, e outra placa homenageando todas as pessoas e entidades que ajudaram nesse momento de dor.
Fonte e fotos: Diocese de Caxias do Sul
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