Impulsionado pela recuperação da agropecuária, a economia do Rio Grande do Sul cresceu 4,9% em 2024, acima dos 3,4% registrados no Brasil. Os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado mostram que os resultados do campo, com alta de 35% na comparação com o ano anterior, favoreceram diretamente o crescimento. No caso dos outros dois grandes segmentos da economia, os serviços tiveram alta de 3,5%, enquanto a indústria apresentou oscilação de -0,4% no mesmo período.
O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (3/4) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e contou com a participação do governador Eduardo Leite, da titular da SPGG, Danielle Calazans, e dos técnicos do departamento. O evento foi realizado no Palácio Piratini, em Porto Alegre.
Além do acumulado do ano, foram apresentados também os números do quarto trimestre de 2024 da economia do Estado. Nesse período, o Rio Grande do Sul teve alta de 1% no PIB em relação ao trimestre anterior, enquanto o país registrou oscilação de 0,2%. No período, a agropecuária apresentou queda de 4,9%, enquanto a indústria avançou 0,7% e os serviços cresceram 1,1%.
“O resultado mostra a força da nossa economia e a capacidade de reação do nosso povo. O PIB é um número que traduz esforço coletivo. É fruto do trabalho de quem produz, empreende, investe e acredita no nosso Estado. Seguiremos avançando para que o crescimento chegue a todos, em todas as regiões do Rio Grande do Sul”, destacou Leite.
Acumulado de 2024
Após a estiagem de 2023, a recuperação na produção da soja (+43,8%) foi o principal destaque da agropecuária no acumulado de 2024. O segmento também registrou crescimento nas lavouras de milho (+13,9%) e trigo (+41,2%), enquanto o arroz (+0,3%) apresentou estabilidade na produção anual. A uva (-24,2%) e o fumo (-3,9%) tiveram queda na produção total.
Em um ano impactado por eventos meteorológicos extremos no território gaúcho, a indústria apresentou oscilação de -0,4%, influenciada pelo recuo de -2,5% da indústria de transformação, setor industrial mais representativo do segmento no Estado. Os demais setores apresentaram resultados positivos, com alta em indústria extrativa (+3%), construção (+3,5%) e atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+11,5%).

Das 14 atividades da indústria de transformação, sete apresentaram alta – entre elas, a de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+16,8%), móveis (+11%) e celulose, papel e produtos de papel (+6,3%). Entre as principais baixas estão as de máquinas e equipamentos (-18,8%), bebidas (-13,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,2%).
Nos serviços, as sete atividades consideradas no cálculo do PIB tiveram desempenho positivo em 2024, com destaque para os números do comércio (+7,1%), outros serviços (+4,6%), serviços de informação (+3,8%) e transporte, armazenagem e correio (+3,6%).
Das dez atividades do comércio, as principais altas vieram nos setores de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+11,4%), comércio de veículos (+10,7%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+10,8%), materiais de construção (+9,5%) e móveis e eletrodomésticos (+13,4%).
“Os números demonstram que as políticas públicas – principalmente aquelas que foram feitas na emergência, no momento inicial da calamidade – foram efetivas. As medidas conseguiram produzir bons resultados, tanto no comércio quanto na indústria, sem reduzir o poder de compra da população naquele momento, que era bastante desafiador”, analisou Daniele.
PIB nominal e PIB per capita
Em 2024, o PIB do RS somou R$ 706,82 bilhões (6,02% do PIB nacional), e o PIB per capita registrou o valor de R$ 62.941, crescimento de 4,8% na comparação com 2023. Em comparação com o PIB per capita do Brasil, de R$ 55.247, o do Estado foi 13,9% superior em 2024.
“Apesar dos impactos das enchentes de maio na economia, o PIB do Rio Grande do Sul cresceu acima da média nacional no ano. O resultado se deve principalmente à recuperação da safra agrícola, mas também ao aumento das vendas no comércio – impulsionado, em parte, por transferências de renda e pelo maior gasto privado na recomposição de bens. Deve-se também à expansão da construção civil no segundo semestre do ano, estimulada por obras de reconstrução”, avalia o economista do DEE Martinho Lazzari.
Texto: Vagner Benites/Ascom SPGG
Edição: Secom
Fotos: Maurício Tonetto/Secom
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