Profissionais da rede municipal de ensino de Bento participaram de I Congresso Internacional de Educação Básica da Universidade de Caxias do Sul

Foram apresentados temas como alfabetização, atividades da vida diária e experiência de estágio

A Universidade de Caxias do Sul realizou o I Congresso Internacional de Educação Básica – Artesanias no Educar e o III Encontro de Licenciaturas, de 10 a 13 de março. A rede municipal de ensino de Bento Gonçalves participou apresentando trabalhos e pesquisas realizadas ao longo de 2024. O evento contou com profissionais, mestrandos, doutorandos e pós-graduandos de países como Brasil, Uruguai, Chile e Argentina, com o objetivo de ampliar e trocar experiências sobre o ser docente e aproximar a academia da Educação Básica. A assessoria pedagógica da Secretaria de Educação, as EMEFs Floriano Peixoto e Aurélio Frare e a EMI Recanto Alviazul apresentaram pesquisas e relatos sobre o tema.

As assessoras pedagógicas da SMED Lívia Mezacasa, Thaís Regina Prates e Silmara Argenton explanaram um relato de experiência intitulado “Mapa de Alfabetização: um retrato da realidade dos anos iniciais em Bento Gonçalves”, participante do Grupo de Trabalho de Alfabetização e Letramentos. Desde 2022, são realizados monitoramentos mensais para averiguar o nível de alfabetização dos alunos de 1º a 5º ano e, posteriormente, são projetados gráficos que auxiliam na elaboração de ações para o avanço da alfabetização, como esclarece Lívia. “Os dados mostram onde é preciso melhorar as nossas ações, qual escola é preciso ter uma atenção maior, em qual turma, quais alunos são encaminhados para o Centro Municipal de Apoio Educacional Especializado, além de ajudar a pensar as formações continuadas para os professores”, destaca a assessora, que é referência nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

O relato no Congresso enfatizou o compromisso, o acompanhamento e o aprimoramento de medidas para com a alfabetização. Lívia ressalta a importância da oportunidade de mostrar as ações que a SMED empreende na área e as bases para a pesquisa mensal.

“Foi muito gratificante, pois deu visibilidade às práticas desenvolvidas em nosso município. O nosso trabalho foi muito elogiado, com presença de profissionais de outros estados, de outras cidades, que se interessaram pelo processo, além de ter sido destacada a importância do diagnóstico para se obter um panorama da rede. Ressalto que trabalhamos com os níveis de alfabetização determinados pelos estudos da psicóloga e educadora argentina Emilia Ferreiro e pela educadora argentina Ana Teberosky”, destaca.

A EMI Recanto Alviazul participou do tema “A realidade do cotidiano na Educação Infantil”, dentro do Grupo de Trabalho “Processos de ensino e aprendizagem: uma perspectiva sensível dos processos”, com as professoras Carol Hirschmann, Andréia Quagliarelo Rachid e Jéssica Portella Lucas. Na ocasião, foram destacadas as atividades da vida diária (AVD) que são o autocuidado para com o próprio aluno, no sentido de ter autonomia de como se alimentar, de escovar os dentes, arrumar a mochila.

De acordo com a professora Carol, as habilidades também cumprem uma função social. “A Educação Infantil é o primeiro contato da criança na sociedade: tem regras que vai levar para a vida adulta. Assim, o professor planeja atividades, tais como servir o almoço, usar o banheiro, lavar a mão corretamente. Habilidades básicas para a sua autonomia”.

Stéfanie Jorge Estevam, estudante do Curso de Licenciatura de Pedagogia do IFRS, o qual dispões de estágio obrigatório na Educação Infantil, falou no grupo sobre “Possibilidades de investigações para/com as crianças: o caso de uma prática pedagógica durante o estágio supervisionado em Educação Infantil”, abordando um tema que foi escolhido e trabalhado junto com as crianças no Jardim A da EMI Recanto Alviazul.

“Nessa observação, percebemos um interesse num tema específico. Na época, foi sobre as abelhas. A partir das falas das crianças, a gente desenvolveu a proposta com fundamentação teórica, sociologia da criança, metodologias participativas, a semana de observação. No dia a dia, as atividades eram mais significativas, fazendo desenhos de observação, receitas, contações de histórias, saída a campo”.

Para a diretora Marta Sassi, a participação no Congresso expressou “uma valorização da Educação Infantil, representando, primeiro, a EMI Recanto Alviazul, depois a educação municipal de Bento Gonçalves. Importante para quem está lá, pois é um reconhecimento para a educação pública, mostrando o trabalho vivenciado todos os dias”.

O professor de Educação Física, corpo, gestos e movimento e multilinguagens, Dejair Bento, atua com os 1º e 2º Anos da EMEF Floriano Peixoto. Ele apresentou uma parte da sua dissertação de mestrado. “Apresentei os documentos de Bento Gonçalves que legitimam a oferta da pré-escola em tempo integral nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental”, comenta.

A vice-diretora da EMEF Aurélio Frare e professora Juliana Torezan Glanert apresentou um relato de experiência: “Boas práticas na alfabetização com o livro didático”. Para ela, o Congresso foi “um momento rico de trocas com outros profissionais que também buscam inovações no processo de ensino-aprendizagem”.

Sobre o tema abordado, Juliana salienta sobre como o livro didático é importante para o processo da alfabetização. “É um momento muito esperado pelas crianças. A autonomia para poder ler e interpretar é enorme. Sou professora apaixonada pelo processo de alfabetização e me aperfeiçoei na exploração do livro procurando sempre novas práticas para o bom uso. Queria evitar que o material se tornasse apenas mais uma ferramenta a ser explorada e preenchida. dentre tantas outras tarefas. O livro didático pode ser tratado como um elemento organizador e propulsor da prática pedagógica, permeável aos interesses da turma e ao mundo ao nosso redor, e não como um limite restritivo e limitado”, afirma.

Fonte / foto: Assessoria de Comunicação Social – Prefeitura

PG