Dados da Federação Varejista do RS trazem panorama setorial
O Comércio Varejista gaúcho chegou à reta final de 2024 mantendo o padrão de alta, com crescimento acima dos índices verificados no Brasil. É o que aponta o Panorama do Comércio de janeiro de 2025, organizado pela Federação Varejista do RS, a partir dos dados do setor em novembro do último ano. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2023, o Comércio Varejista teve variação positiva de 8,2% no Rio Grande do Sul, maior do que os 5% verificados nacionalmente. Comportamento semelhante é observado nos dados do Varejo Ampliado (comércio de bens duráveis, além de bens não-duráveis e semi-duráveis), que teve alta de 9,2% no Estado e 4,4% no Brasil.
Na variação do consumo entre os meses de outubro e novembro, porém, ainda que o Rio Grande do Sul apresenta resultados melhores do que os nacionais, o ritmo reduziu. No Comércio Varejista, a variação foi positiva no Estado, de 0,5%, no Varejo Ampliado, no entanto, caiu -1% em comparação com outubro de 2024. Nacionalmente, ambos os dados foram negativos nessa variação mês a mês _ -0,4% no Comércio Varejista e -1,8% no Varejo Ampliado.
O arrefecimento coincide com a alta na inflação, que ultrapassou a meta estabelecida pelo governo para o ano, com o IPCA chegando a 4,83% ao final de 2024 no Brasil. Na região de Porto Alegre, a inflação foi menor, de 3,57%. Pesam nesta conta para os gaúchos, em 42,21%, os gastos com alimentação, bebidas e transportes, seguidos por 14,21% em moradia.
Pois, seguindo uma tendência verificada durante todo o ano, quando analisados os segmentos do comércio em novembro, o consumo em hipermercados e supermercados, com variação de 12,7%, e de atacadistas de bebidas e alimentos, com 12,1%, mantiveram alta com o dobro do ritmo verificado no Brasil. Em relação aos combustíveis e lubrificantes, mesmo com baixa de -1% em novembro, a redução foi inferior à verificada nacionalmente (-1,6%).
A novidade no comparativo aos segmentos nacionais é o crescimento de 6,2% em tecidos, vestuário e calçados, maior do que o dobro dos 2,7% verificados no Brasil.
O consumo da reconstrução
Em 2024, a tragédia das cheias influenciou diretamente no comportamento do comércio gaúcho. Tanto no momento das inundações quanto no movimento de reconstrução. E aí, verifica-se um perfil diferente no consumo em novembro em relação aos meses anteriores. Mesmo que o segmento de materiais de escritório tenha registrado a maior variação positiva do mês, de 15,5%, há redução no ritmo em relação aos dois meses anteriores _ 19% e 17,5% respectivamente. Movimento semelhante é observado entre os móveis e eletrodomésticos, que tiveram variação positiva de 8,3% em novembro, inferior aos 10,4% em setembro e 9,9% em outubro.
Por outro lado, o movimento de reconstrução estrutural mostrou-se fortalecido em novembro. O comércio de materiais de construção teve variação positiva de 9,2%, quase o dobro dos 4,8% do setor nacionalmente, e superior aos 8,5% do mês anterior, quando o Rio Grande do Sul teve crescimento inferior ao do Brasil neste segmento.
Mais empregos no comércio
O Panorama do Comércio, a partir dos dados do Caged, reforça o papel de protagonismo do setor também na geração de empregos do Rio Grande do Sul. Enquanto o saldo de vagas de emprego total no Estado, de 11.865 em novembro, foi inferior aos 14.115 de outubro, no Comércio, o movimento foi positivo. Chegou a 5.704 vagas de saldo em novembro, acima das 4.741 de outubro. Em novembro de 2024, o setor admitiu 37.751 trabalhadores no Estado.
O índice de inadimplência segue em redução no Rio Grande do Sul, conforme o SPC. Na variação de novembro para dezembro, houve redução de -0,53% no volume de inadimplentes no Estado, enquanto nacionalmente, o índice ampliou em 0,27%. Quando considerado todo o ano passado, a redução gaúcha foi de -2,69% em relação a 2023 _ no Brasil, houve alta de 1,92%.
No entanto, no mesmo período, o SPC tem apontado maior dificuldade para que os gaúchos recuperem o crédito. Entre os inadimplentes, 85,83% são reincidentes, e o índice de recuperação de crédito no final de 2024 reduziu em -7,81% no Rio Grande do Sul em relação ao ano anterior. O tempo médio de inadimplência dos gaúchos é de 27 meses.
Fonte: Exata Comunicação
Foto: Ramiro Sanchez
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