Projeto foi contemplado pelo Fundo Municipal de Cultura e contou com a participação de 12 mulheres
Tessitura da vida: mulheres, histórias, linhas, tecido de algodão, linhas, agulhas e adereços. O projeto “Memórias bordadas”, contemplado pelo Fundo Municipal de Cultura, expressou um processo de construção onde teve como norte a descoberta de si mesma, onde 12 mulheres participaram do projeto, onde se criou e restaurou vínculos mais profundos, de onde emergiram lembranças, vivências e sentimentos.
Na exposição, que o Museu do Imigrante sedia a partir dessa quarta-feira (06), a comunidade está convidada para conferir os 12 estandartes produzidos pelas participantes, além do vídeo sobre o projeto e o livro feito por todas que conta cálidas histórias de mulheres e suas vivências.
Lourdes Joana Cys,71 anos, de origem polonesa, nascida em Iraí, veio para Bento Gonçalves com 35 anos, bordava na juventude, porém precisou deixar por causa de outras obrigações. Agora aposentada, retorna à prática integrando o projeto. “Foi muito bom, amei. Acho que precisa ter mais projetos para ter um passatempo. Eu bordei a casa antiga da minha mãe, o jardim de rosas que eu cultivava, e em polonês escrevi ‘casa com flores’. Eu quis registrar essa lembrança no bordado”, ressalta.
Wandirlei Terezinha Machado Charão bordou seu enxoval há 51 anos, depois atuou no atelier da sua filha e parou para se dedicar ao corte e costura. Quando soube do projeto, realizou a entrevista e passou. Ela fala de seu sentimento de ter participado. “O desafio da criatividade, de criar a nossa própria história, nosso próprio caminho no bordado. O projeto nos ensinou muitas coisas: a pensar, a rememorar, a descobrir. Cada painel desse foi um desafio, cada uma de nós foi descobrindo, extraindo de dentro da gente, essas imagens”.
A proponente Neiva Morello Michelin destaca que “o projeto foi um marco para as meninas bordadeiras e para nós. Atingiu muito além dos nossos objetivos, das nossas expectativas e transcendeu, atingiu pessoas de fora para levar a ideia para outros lugares. Essas memórias que o livro tem, que vai ficar no Museu do Imigrante, vai ser extremamente importante, pois é um reconhecimento, uma valorização. A arte do bordado vai permanecer viva através estandartes, do livro e das pessoas”.
A museóloga Deise Formolo fala sobre a doação do livro do projeto para o Museu do Imigrante. “A nossa instituição preza pelos saberes e fazeres que refletem uma cultura e uma prática milenar, como o bordado, exercido no projeto, que fortalece os seus vínculos com as pessoas. O livro desde já é um patrimônio material e imaterial que congrega um valor histórico dos laços de identidade e de sua diversidade exercida na nossa cidade de Bento Gonçalves, principalmente no que se refere aos protagonismos femininos”.
As alunas que participaram foram: Alvina Camerini gargioni, Adrielle Camargo Bedin, Ângela Maria De Toni Bissolotti, Cardinale Amador de Miranda, Cleusa Maria dos Santos, Eloísa De Fátima Camargo, Ertha Vilna Felisma, Iludi Civardi De Lima, Inês De Fátima Dos Santos, Lurdes Cys, Roseli Martins e Wandirlei Terezinha Machado Charão. Já a equipe contou com o importante apoio da produtora cultural Eunice Pigozzo, e assessoria técnica de Daize Figueredo.
Serviço
O que: “Memórias bordadas”, Neiva Morello Michelin
Quando: em exibição até 27 de novembro
Horário: Terça a sexta-feira das 08h00 às 17h00 – sem fechar ao meio-dia, e sábados, das 08h-12h e 13h-17h
Onde: Museu do Imigrante – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto
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