Reconhecida como benéfica para a saúde, a atividade física pode apresentar desafios inesperados ao coração dos atletas. O assunto voltou a ficar em evidência no último mês em função da campanha Setembro Vermelho. A discussão passou a ser ainda mais ampliada em função da morte do jogador Juan Izquierdo, do Nacional (URU), cuja arritmia cardíaca havia sido detectada e monitorada desde os 14 anos.
A arritmia cardíaca, uma disfunção elétrica do coração, é uma das condições que podem surgir durante a prática esportiva, potencialmente com consequências graves. Segundo o Dr. Ricardo de Gasperi, cardiologista e Coordenador do serviço de hemodinâmica do Hospital Tacchini, a maioria das arritmias são benignas, mas algumas podem ser fatais, especialmente durante a atividade física intensa.
O que é a arritmia?
O coração possui um sistema elétrico que controla seus batimentos, garantindo que o sangue seja bombeado de forma eficiente. Quando esse sistema falha, surgem as arritmias, que podem se manifestar em batimentos lentos (bradiarritmias), acelerados (taquiarritmias) ou desorganizados. As mais graves incluem taquiarritmias malignas, como a fibrilação ventricular, que pode causar parada cardíaca.
Causas
A arritmia pode ser provocada por diversos fatores, como idade, obesidade, hipertensão, diabetes, consumo excessivo de álcool ou energéticos, e doenças cardíacas genéticas. Para atletas amadores, a exigência física sem acompanhamento médico adequado pode agravar essas condições. Entre os praticantes com mais de 35 anos, a doença isquêmica do coração é predominante, enquanto em atletas mais jovens, causas genéticas, como miocardiopatia hipertrófica, são mais comuns.
Sintomas e diagnóstico
Palpitações, cansaço, tonturas e até desmaios podem ser sinais de alerta. No entanto, muitos casos de arritmia são assintomáticos, sendo descobertos em exames de rotina ou, em situações extremas, durante episódios de morte súbita. “A avaliação periódica é crucial para prevenir complicações graves”, afirma o Dr. Ricardo.
Prevenção e tratamento
Para prevenir a arritmia, recomenda-se uma combinação de mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável, prática regular de atividades físicas moderadas, controle do estresse e evitar o consumo excessivo de álcool. Em casos mais graves, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos, dispositivos cardíacos, como marcapassos, ou procedimentos mais complexos, como a ablação, que elimina os focos da arritmia.
Acompanhamento cardiológico
De acordo com as diretrizes das sociedades de cardiologia, todos os atletas, inclusive os amadores, devem realizar avaliações pré-participativas para detectar potenciais riscos. Essas avaliações incluem exames como eletrocardiogramas e, em alguns casos, testes ergométricos ou ecocardiogramas. “Esse acompanhamento regular é essencial para prevenir a morte súbita”, alerta o especialista.
Os riscos de um atleta amador podem se assemelhar aos de atletas profissionais, especialmente se não houver cuidado adequado. Com a crescente prática esportiva amadora, é essencial que o acompanhamento cardiológico faça parte da rotina desses esportistas. A saúde do coração não deve ser subestimada.
Fonte e foto: Imprensa Tacchini – Alexandre Brusamarelo
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