Dom José Gislon – Consagrados por vocação e para a missão

“Que Nossa Senhora de Caravaggio, padroeira da nossa Diocese, interceda junto ao seu Filho Jesus pelos consagrados e consagradas, mas também pelos jovens, para que possam fazer um discernimento vocacional, seguindo a voz do coração”

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste terceiro domingo do mês de agosto, Mês Vocacional, a Igreja recorda a vocação à vida religiosa: religiosos e religiosas, consagrados e consagradas seculares. A vida religiosa faz parte da Igreja desde os primeiros séculos do cristianismo. Num primeiro momento, floresceu na Igreja a vida religiosa monástica. Neste estilo de vida consagrada, os religiosos e religiosas se distinguiam por uma vida consumida na oração, na contemplação e no trabalho desenvolvido no silêncio, ao interno dos próprios mosteiros. Com o passar do tempo, foram surgindo outras Ordens Religiosas que, sem desprezarem a vida de oração e contemplação, tinham como carisma principal o apostolado com o povo, por isso viviam próximos dos centros urbanos, o que facilitava o trabalho de evangelização.

Os consagrados e consagradas, são caracterizados como “homens e mulheres de Deus”. A vida religiosa nasce e se desenvolve como forma original de seguir Jesus. E não é um estado de perfeição e sim um estado de peregrinação. O carisma das Ordens, Congregações ou Institutos Seculares, é um de Deus, não só para a vida dos seus membros, mas para a Igreja o povo de Deus. Todo carisma só tem sentido quando vivido nesta dimensão.

Por outro lado, devemos ter presente que a Vida Consagrada é um chamado. Em modo simbólico, ela manifesta o absoluto de Deus na nossa vida. Não é um determinado serviço que define a nossa Vida Consagrada, mas um modo de ser segundo o Evangelho. O nosso mundo tem necessidade de sinais e testemunho de fraternidade, e a Vida Consagrada é guardiã deste precioso tesouro, num mundo marcado por tanta intolerância e indiferença, nas relações familiares e sociais.

Mesmo com todas as mudanças que aconteceram na sociedade e na vida da Igreja, não podemos deixar de afirmar, que a vida consagrada é vocação. É uma doação pessoal a Deus, para viver uma dimensão especial de amor-serviço entre os irmãos. E o ponto de partida de toda vocação é o Cristo Jesus, pois é Ele que se busca servir mediante o carisma da Congregação, Ordem ou Instituto que pertencemos. Nos consagramos para o serviço ao Reino, na Igreja, povo de Deus, tendo presente que os carismas são dons que revelam a ternura da Trindade Santa pela humanidade aflita e muitas vezes ferida na sua dignidade humana. Os carismas são dons de Deus que enriquecem a Igreja na sua missão de Evangelizar, de levar dignidade às pessoas, tendo presente o olhar da compaixão de Jesus, que tratou a todos com dignidade. Jesus, na sua missão de anunciar o Reino de Deus, viu com os olhos da compaixão e do coração aquilo que não era visto nem percebido pelo olhar da indiferença e da exclusão.

Que Nossa Senhora de Caravaggio, padroeira da nossa Diocese, interceda junto ao seu Filho Jesus pelos consagrados e consagradas, mas também pelos jovens, para que possam fazer um discernimento vocacional, seguindo a voz do coração, mas também as necessidades da Igreja, Povo de Deus a caminho da casa do Pai.

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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