O local escolhido para celebrar esse marco não poderia ser mais apropriado: em frente ao Santuário Diocesano de Santo Antônio, que completa 90 anos de elevação. Esse ponto que determina o início e o fim do percurso
Carregado de simbolismo, o projeto “Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé” protagonizou um momento importante em sua trajetória de evolução. A iniciativa, criada em 2020 e em execução desde então, oficializou o início da etapa de sinalização do roteiro em ato realizado na manhã desta sexta-feira, 05 de julho, em Bento Gonçalves. O local escolhido para celebrar esse marco não poderia ser mais apropriado: em frente ao Santuário Diocesano de Santo Antônio, que completa 90 anos de elevação. Esse ponto que determina o início e o fim do percurso.
A Rota dos Capiteis integra dez municípios – Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza – em um roteiro regional de 330 quilômetros, passando pela sede de cada uma das cidades. Há, também 33 rotas circulares, que somam 866 quilômetros. Ao todo, são 468 construções religiosas (252 capitéis, 175 capelas, 23 grutas, 16 igrejas e duas ermidas) mapeadas e que receberão sinalização indicativa de pertencimento ao roteiro, com painel cultural trazendo informações sobre o local.
O percurso poderá ser feito pelos visitantes por meio de veículos motorizados, por ciclovia ou caminhada. Os caminhos estão sendo desenvolvidos segundo normas ABNT/ISO, por meio da empresa NOMAS. A previsão é de que até o início de 2025 a ‘Rota dos Capitéis esteja pronta para receber o público.
A etapa de sinalização está sendo iniciada graças a uma soma de esforços de parceiros comprometidos em viabilizar o projeto. A Rota dos Capitéis nasce no momento ideal, às vésperas dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Além de consolidar os roteiros tradicionais, estimula o desenvolvimento da atividade turística nos dez municípios que a integram.
Cultura e imigração italiana inspiram roteiro
A concepção da ‘Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé’ está ancorada em três estudos que notabilizaram o costume dos imigrantes italianos que colonizaram os dez municípios envolvidos em homenagear sua fé e espiritualidade por meio da construção de templos. Dois deles são de autoria do jornalista Fabiano Mazzoti. O Livro do Capitel, com o mapeamento dos capitéis construídos no território da antiga Colônia Dona Isabel, hoje representada por Bento, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza, e Amém, Bento Gonçalves – Igrejas e capelas desta terra. O outro é “Perto das Estrelas”, um trabalho do Circulo Trentino di Garibaldi que traça a existência dos pequenos santuários na antiga Colônia Conde D’Eu – hoje Garibaldi –, além de Carlos Barbosa e outros municípios.
Esse respaldo é um dos elementos que torna o projeto ainda mais relevante. “Estamos às vésperas dos 150 anos da Imigração Italiana no nosso Rio Grande do Sul e quando as primeiras famílias chegaram aqui, foi a fé que lhes deu a força para seguir. E isso se deu a partir do terço em família, pela edificação dos capitéis com seus Padroeiros, nas estradas e encruzilhadas e no forte senso de pertença e participação na comunidade de fé onde todos faziam parte de uma grande família, e nela partilhavam as alegrias e as provações do cotidiano da vida particular, familiar e comunitária. Nessa grande celebração de 150 anos, é um marco importante para valorizarmos a história de tanta gente, e não deixarmos esquecida no tempo a memória da fé dos antepassados que aqui chegaram e com muito trabalho, lançaram as bases para construir esta realidade, da qual hoje nós fazemos parte”, diz o bispo da Diocese de Caxias do Sul, Dom José Gislon. A Mitra Diocesana de Caxias do Sul é apoiadora da iniciativa.
Essa memória cultural que acompanha o resgate dos capitéis traz, ainda, outro elemento – o espiritual. “O capitel foi é onde se pode rezar, onde é possível se encontrar. Que seja, também, lugar e oportunidade de repensar a vida, buscar muito mais força e reencontrar alegria”, disse o pároco da Paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves, padre Volmir Comparin, ao compartilhar sua bênção.
Com informações e foto: Exata Comunicação
No Dia do Doador de Sangue, Hemocentro do RS homenageia entidades parceiras
Centenária imagem de Santo Antônio retorna ao Santuário, em Bento Gonçalves, após mais de 100 dias de restauro
IV Encontro Restaurativo reforça os ideais da cultura de paz em Bento Gonçalves