Iniciativa integra dez municípios gaúchos em percurso cultural por igrejas, capelas, grutas e capitéis
Carregado de simbolismo, o projeto ‘Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé’ protagonizou um momento importante em sua trajetória de evolução. A iniciativa, criada em 2020 e em execução desde então, oficializou o início da etapa de sinalização do roteiro em ato realizado na manhã de sexta-feira (05), em Bento Gonçalves. O local escolhido para celebrar esse marco não poderia ser mais apropriado: em frente à Igreja Santo Antônio, ponto que determina o início e o fim do percurso.
A Rota dos Capiteis integra dez municípios – Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza – em um roteiro regional de 330 quilômetros, passando pela sede de cada uma das cidades. Há, também 33 rotas circulares, que somam 866 quilômetros. Ao todo, são 468 construções religiosas (252 capitéis, 175 capelas, 23 grutas, 16 igrejas e duas ermidas) mapeadas e que receberão sinalização indicativa de pertencimento ao roteiro, com painel cultural trazendo informações sobre o local.
O percurso poderá ser feito pelos visitantes por meio de veículos motorizados, por ciclovia ou caminhada. Os caminhos estão sendo desenvolvidos segundo normas ABNT/ISO, por meio da empresa NOMAS. A previsão é de que até o início de 2025 a ‘Rota dos Capitéis esteja pronta para receber o público.
Integração e retomada
Projeto de caráter cultural, a Rota dos Capiteis surgiu como forma de valorizar e, principalmente, preservar igrejas, capelas, grutas e capitéis, alguns deles presentes na paisagem serrana há mais de um século. Sua concepção está inspirada na data e integra a agenda das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, em 2025.
“Estamos muito próximos de entregar à região um projeto inédito de integração e colaboração entre os municípios, expresso por meio de uma rota verdadeiramente da Serra gaúcha, que promoverá o turismo de experiência e gerará desenvolvimento regional”, conta Marijane Paese, presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, entidade que coordena o projeto juntamente com os dez municípios participantes. A iniciativa, além de enaltecer o legado de fé e trabalho da imigração italiana, vem como propulsora para a retomada dos negócios, especialmente os do trade turístico, severamente impactados pelo desastre climático que atingiu o RS em maio. “Nossa história, tão rica, nos presenteia mais uma vez, agora com a oportunidade de olhar para o passado, enaltecer nossas raízes e buscar delas a força e a inspiração para reerguer nossa região”, diz.
De grande imponência cultural, a Rota dos Capiteis vai transformar a vida das famílias do interior. “Quanta sensibilidade tiveram e têm todos os envolvidos nessa iniciativa, um projeto lindíssimo e apaixonante, desde sua concepção. Nesta data de hoje, 05 de julho, estamos começando a transformar história dos 10 municípios envolvidos e do seu interior, porque esse projeto será muito maior do que imaginamos”, disse o presidente do CIC-BG, Carlos Lazzari.
O CIC-BG coordena o projeto desde 2020, na gestão de Rogério Capoani (2020-2021), seguindo pela de Marijane Paese (2022-2023) e de Carlos Lazzari (2024-2025). À época diretor do CIC-BG, Adriano Miolo é o idealizador da iniciativa.
Apoiadores destacam relevância do projeto
A etapa de sinalização está sendo iniciada graças a uma soma de esforços de parceiros comprometidos em viabilizar o projeto. Autor de uma emenda parlamentar em prol de recursos para a ‘Rota dos Capitéis’, o Deputado Estadual Guilherme Pasin é, de longa data, entusiasta da iniciativa. “Alegro-me em ter colaborado não só com a articulação junto ao Banrisul do patrocínio de parte do investimento inicial, mas especialmente pela indicação de emenda parlamentar de minha autoria para que conseguissem garantir a primeira etapa do projeto: a sinalização turística de todo este grande roteiro. A Rota dos Capitéis nasce no momento ideal, às vésperas dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Além de consolidar os roteiros tradicionais, estimula o desenvolvimento da atividade turística nos dez municípios que a integram. Em pouco tempo será uma rota turística reconhecida, pois é a união daquilo que já faz sucesso no turismo da nossa região: a cultura, a fé, o vinho e a boa gastronomia, tudo isso aliado a paisagens incríveis. É um projeto que faz despertar da nossa tradição um produto a ser apresentado para o Brasil e surge justamente quando se torna ainda mais necessária para a reconstrução do nosso estado”, diz.
Também parceiro do projeto, o Banrisul tem orgulho de apoiar a Rota dos Capitéis, iniciativa que celebra a rica herança cultural de nosso estado e que valoriza a beleza e a profundidade histórica desses municípios. “O projeto desempenha importante papel na retomada econômica pós-enchentes. Ao atrair turistas para a Serra Gaúcha, promovemos o aquecimento da economia e a restauração do ânimo das comunidades locais. O lançamento desse novo roteiro é uma maneira formidável de celebrar os 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul”, comenta o Presidente do Banrisul, Fernando Lemos.
Quem também aderiu e vem apoiando a Rota dos Capitéis é a Sicredi Serrana RS/ES. “Projetos como esse são cruciais para o desenvolvimento regional. Geram prosperidade no ecossistema e vão além dos benefícios econômicos. Promovem o orgulho e o senso de pertencimento da comunidade, valorizando histórias e tradições. O turismo responsável contribui para infraestrutura, serviços públicos e qualidade de vida de todos. Esses fatores reunidos, nos mobilizaram a apoiar o início deste projeto”, diz o presidente da Sicredi Serrana RS/ES, Marcos André Balbinot.
Para o Sebrae Serra Gaúcha, esse é, também, um dos principais méritos da iniciativa. “O projeto Rota dos Capitéis é crucial para o desenvolvimento regional, pois incentiva a expansão do turismo, fomentando novos empreendimentos e oferecendo mais opções de atrações aos turistas. A longo prazo, a rota atrairá mais oportunidades e outros negócios, além de impulsionar melhorias na infraestrutura local, como a construção de ciclovias, promovendo um crescimento sustentável e integrado da região”, diz o Gerente Regional Sebrae Serra Gaúcha, Gustavo Ângelo Rech.
Representando o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a Diretora de Planejamento e Competitividade da Setur-RS, Claudia Mara Borges, parabenizou a iniciativa. “Esse projeto é tudo o que a gente acredita e pelo qual trabalhamos diariamente, elaborado com planejamento e de forma consciente por toda uma região, que ganha um produto capaz de oferecer uma bela experiência ao turista”, disse.
Cultura e imigração italiana inspiram roteiro
A concepção da ‘Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé’ está ancorada em três estudos que notabilizaram o costume dos imigrantes italianos que colonizaram os dez municípios envolvidos em homenagear sua fé e espiritualidade por meio da construção de templos. Dois deles são de autoria do jornalista Fabiano Mazzoti. O Livro do Capitel, com o mapeamento dos capitéis construídos no território da antiga Colônia Dona Isabel, hoje representada por Bento, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza, e Amém, Bento Gonçalves – Igrejas e capelas desta terra. O outro é “Perto das Estrelas”, um trabalho do Circulo Trentino di Garibaldi que traça a existência dos pequenos santuários na antiga Colônia Conde D’Eu – hoje Garibaldi –, além de Carlos Barbosa e outros municípios.
Esse respaldo é um dos elementos que torna o projeto ainda mais relevante. “Estamos às vésperas dos 150 anos da Imigração Italiana no nosso Rio Grande do Sul e quando as primeiras famílias chegaram aqui, foi a fé que lhes deu a força para seguir. E isso se deu a partir do terço em família, pela edificação dos capitéis com seus Padroeiros, nas estradas e encruzilhadas e no forte senso de pertença e participação na comunidade de fé onde todos faziam parte de uma grande família, e nela partilhavam as alegrias e as provações do cotidiano da vida particular, familiar e comunitária. Nessa grande celebração de 150 anos, é um marco importante para valorizarmos a história de tanta gente, e não deixarmos esquecida no tempo a memória da fé dos antepassados que aqui chegaram e com muito trabalho, lançaram as bases para construir esta realidade, da qual hoje nós fazemos parte”, diz o Bispo da Diocese de Caxias do Sul, Dom José Gilson. A Mitra Diocesana de Caxias do Sul é apoiadora da iniciativa.
Essa memória cultural que acompanha o resgate dos capitéis traz, ainda, outro elemento – o espiritual. “O capitel é onde se pode rezar, onde é possível se encontrar. Que seja, também, lugar e oportunidade de repensar a vida, buscar muito mais força e reencontrar alegria”, disse o Pároco da Paróquia Santo Antônio, Padre Volmir Comparin, ao compartilhar sua bênção.
Lideranças valorizam contribuições para o desenvolvimento regional
Engajados em um inédito movimento de integração regional, os dez municípios integrantes da ‘Rota dos Capitéis’ são unanimes em reconhecer a relevância da iniciativa para o desenvolvimento regional, em uma soma de trabalhos que beneficiará de forma inquestionável toda a microrregião. “A Rota dos Capitéis é um roteiro que une o turismo, o esporte, e, principalmente, a história dos imigrantes e a fé. O início da sinalização do roteiro marca a união da região em torno desse projeto que irá proporcionar a esperança para as localidades tão castigadas pelo grande volume de chuva dos últimos meses. Representa a força da nossa gente e o resultado de um projeto construído há muitas mãos, juntamente com o CIC”, disse o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira.
A Rota dos Capitéis é, portanto, um importante projeto de incentivo e fortalecimento do turismo regional, de acordo com o prefeito de Monte Belo do Sul, Adenir José Dallé. “Além de valorizar o patrimônio cultural e a religiosidade deixada pela imigração italiana na Serra Gaúcha, se torna um elemento a mais para integrar os municípios da região”, diz.
Evidenciando esse aspecto, Farroupilha destaca a alegria de estar ao lado das cidades lindeiras neste grande projeto de fomento e incentivo ao Turismo. “Sabemos que juntos somos mais fortes e que este é o caminho para que possam nos colocar definitivamente no mapa das rotas turísticas em todos os níveis. A religiosidade sempre foi muito forte em nossa cidade com a Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio, e agora, integrando a Rota dos Capitéis, temos a convicção de que o futuro será de prosperidade e crescimento para todos os envolvidos e cada vez mais podermos trazer, atender e multiplicar o número de visitantes em nossa região”, diz o prefeito Fabiano Feltrin.
A combinação desses elementos coloca a iniciativa na condição de importante ferramenta para o desenvolvimento regional, na opinião do prefeito de Coronel Pilar, Luciano Contini. “O projeto integra a união de dez municípios e promoverá uma alternativa de turismo de experiência e desenvolvimento regional, além de contar a história da imigração italiana por meio dos caminhos de fé, valorizando e preservando a história das igrejas, capelas, capitéis e grutas presentes na nossa belíssima serra gaúcha”, diz. A oportunidade de crescimento para todo os municípios envolvidos foi enaltecida pelo prefeito de Imigrante, Germano Stevens. “Agradecemos pelo convite e por integrar o projeto”, disse.
Assim, no âmbito da região, o projeto prospectará os municípios envolvidos como núcleo turístico, que, com o tempo, se solidificará por conta dos objetivos em comum, segundo o prefeito de Pinto Bandeira, Hadair Ferrari. “E, em Pinto Bandeira, terra do I Santuário Mariano do RS, por meio do roteiro os visitantes poderão vivenciar experiências diferenciadas aliadas à paisagem e ao bem-estar físico, espiritual e emocional”, destaca.
Além de resgatar a fé dos imigrantes e contar sua história, o roteio une ainda mais a região em um trajeto de integração e desenvolvimento. “A Rota dos Capitéis é como um abraço entre os dez municípios para sermos ainda mais fortes”, resumiu o prefeito de Garibaldi, Sérgio Chesini.
Herança cultural renova esperança
Rica em significados culturais que, até hoje, caracterizam a identidade da região, a criação da Rota dos Capitéis traz para a Região a crença na consolidação do legado de trabalho herdado dos imigrantes italianos, conforme a Prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo. “Não há dúvidas de que o projeto representa não somente o fomento ao turismo, um setor que vem crescendo sobremaneira, mas também o enaltecimento à cultura, à história, à economia e a tudo de melhor que cada município envolvido tem para mostrar e oferecer. Neste momento em que as pessoas sofrem tanto pela sequência de devastações climáticas, a Rota dos Capitéis nos traz ainda mais esperança no recomeço e na reconstrução”, destaca.
Outra contribuição importante é o incentivo ao progresso regional incentivado pela iniciativa. “Acredito que, além de enriquecer a identidade cultural dos dez municípios envolvidos, o projeto “Rota dos Capitéis, Caminhos da Imigração e Fé” atrairá turistas, promoverá um ciclo virtuoso de crescimento econômico, cultural e social, o que aumentará a demanda por hospedagem, alimentação, transporte e serviços, gerando empregos diretos e indiretos e beneficiando toda a região”, diz o Prefeito de Boa Vista do Sul, Roberto Martim Schaeffer.
Quem é especialista no assunto, antecipa os resultados desse movimento. “O projeto Rota dos Capitéis promete ser um grande sucesso, pois une diferentes municípios que possuem um elemento comum que os diferencia de outras regiões. O trabalho em união regional tem maior potencial em atrair turistas, fazendo com que eles permaneçam mais tempo por ter mais atrativos a visitar em nossos municípios” diz a turismóloga do município de Carlos Barbosa, Paula Caroline Zan Carrard. Amém!
Fonte e fotos: Exata Comunicação
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