Dando sequência ao processo de recuperação da infraestrutura das escolas atingidas pelas enchentes, o governo do Estado iniciou, nesta semana, a entrega de novos mobiliários na Rede Estadual. Os recursos fazem parte da parcela eventual de eventos climáticos, que já destinou R$ 6,3 milhões para a aquisição e distribuição de móveis escolares.
Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a Escola Estadual de Ensino Médio Guarani, localizada em Canoas, foi a primeira a receber conjuntos de cadeiras e mesas para substituir as peças danificadas. Durante a entrega, realizada na quinta-feira (20/6), estiveram presentes o subsecretário de Infraestrutura e Serviços Escolares, Rômulo Campos, representando a Secretaria da Educação (Seduc), e a titular da 27ª Coordenadoria Regional de Educação (que abrange o município), Mara Valandro.
Os móveis recebidos incluem 352 conjuntos de carteiras e cadeiras, 16 mesas para professores e 2 mesas adaptadas para pessoas com deficiência, totalizando um investimento de mais de R$ 43 mil para a recomposição dos materiais na instituição de ensino.
Também foram entregues móveis para a Escola Estadual Adelina Isabela Konzen, em Venâncio Aires, que está atendendo estudantes da Escola Mariante, que fica no mesmo munícipio e foi afetada pelas enchentes.
Até 26 de junho, mais 15 escolas estaduais de Canoas, São Leopoldo, São Sebastião do Caí e de Montenegro receberão os novos mobiliários. As instituições foram escolhidas com base em avaliações técnicas, a partir de critérios que identificaram a gravidade do impacto na infraestrutura dos prédios e na comunidade escolar.
A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.
Escola Guarani
Fundada em 1961, a Escola Guarani está localizada no Bairro Fátima, que foi severamente afetada pela enchente. O nível da água chegou a atingir 1,80 metro de altura. A instituição fica abaixo do nível da rua, facilitando a entrada da água, que invadiu a biblioteca, a área administrativa, o ginásio, as salas de aula e o refeitório, recém-inaugurado. Apenas o segundo pavimento escapou dos estragos.
A diretora Tatiani Soares comenta que foi doloroso acompanhar o impacto das enchentes, pois a água avançou rapidamente. “Quando começaram as chuvas, houve uma grande mobilização. Desligamos os equipamentos eletrônicos, levamos os documentos da secretaria e dos alunos para o segundo piso”, relembrou. A diretora contou ainda que, devido às dificuldades pelos danos sofridos, parte das funções administrativas da escola estão sendo realizadas no Instituto Carlos Chagas, no Bairro Niterói.
Tatiani destacou a agilidade da chegada dos novos mobiliários e ressaltou o laço coletivo de reconstrução que uniu os moradores do bairro. “Nossos alunos e professores são muito ativos. Essa é uma tradição da nossa escola: é uma família. O amor da comunidade pela escola passa pelas gerações”, disse.
A coordenadora Mara Valandro também comentou a entrega dos móveis: “É o início de um recomeço para a Escola Guarani, que precisa muito garantir o retorno presencial dos alunos”.
A instituição atende 590 estudantes, distribuídos entre o Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Enquanto o espaço físico passa por limpeza e arrumação, as aulas seguem de forma remota, com foco no acolhimento e na busca ativa dos estudantes.
A pedagoga Andrea Rodrigues, que trabalha há 24 anos na escola, está entre os profissionais que acompanham de perto a retomada das atividades. Ela explicou como são feitas as estratégias de procurar os estudantes durante a situação de crise: “Solicitamos aos professores que buscassem informações sobre seus alunos nas turmas de regência. Depois, compartilhamos esses dados para identificarmos aqueles com os quais não tínhamos contato. Cada vez que localizamos um aluno, reforçamos a importância de manter o vínculo. Neste momento, o mais importante é ajudar uns aos outros”.
Texto: Ascom Seduc
Edição: Rodrigo Toledo França/Secom
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