Nos corredores da EMEF Princesa Isabel muita organização e alegria para o evento de celebração dos 85 anos que ocorre neste sábado, 08 de junho, a partir das 10h. A Princesa Isabel é a primeira escola municipal de Bento Gonçalves, localizada no bairro Vila Nova, tendo começado a prestar serviços educacionais nos idos de 1939, na sala da casa do Sr. Máximo Schenato, atendendo 10 famílias de origem italiana. Após, ele doou o terreno para construir a escola onde atualmente é a EMI Luz do Amanhã.
De lá para cá, o educandário acompanhou as transformações pelas quais a cidade passou, assim como, em seu entorno, atendendo, muitas vezes, gerações de famílias, fortalecendo dos laços de pertencimento e de crescimento, de histórias de vidas e de cidadanias. Atualmente, tem-se um público plural com alunos de várias partes do Brasil e estrangeiros como da Venezuela e do Haiti. Um processo que se desenvolveu conforme as demandas do município e da comunidade.
A diretora Jacqueline Karkaba reflete sobre esse processo onde se evidencia a busca de empregos na localidade. “A escola representa um crescimento com a comunidade. E é um marco histórico no sentido de que a partir dela a comunidade cresceu, com o Distrito Industrial, a oferta de emprego aqui na região, das famílias que foram se agregando em busca do emprego”.
Desde o ano passado, a equipe diretiva e funcionários vem preparando junto com os alunos, as comemorações, elaboradas dentro do projeto norteador “Memórias Vivas – Resgatando a História da Escola Princesa Isabel” cuja a movimentação começou no fim do ano passado por meio da pergunta “Quem é a nossa escola?”. A pesquisa foi desenvolvida pelas professoras Josiane de Souza Bressanelli e Gilvana Giordani juntamente com os alunos do turno da manhã.para conduzir os trabalhos de resgate histórico.
Uma parte do material já se encontrava dentro do próprio educandário em caixas que armazenavam fotos, documentos, além de pesquisa no Arquivo Histórico. Um mosaico de fontes se abriu para a construção das memórias do educandário como comenta Gilvana.
“Inicialmente, fomos em busca de registros e documentos primários arquivados na escola. Ali estão guardados registros da década de 1970 em diante. Para encontrar dados mais antigos, recorremos ao Arquivo Histórico. Ali, encontramos verdadeiras joias da história da escola, como o Decreto de Criação datado de 08 de maio de 1939, registros de frequência, livros de atas, termos de visita, listas de alunos matriculados, entre outros. O Arquivo Histórico também nos forneceu fotos e publicações de jornais de eventos importantes, como a inauguração do novo prédio na década de 1970, posse de diretoras, entre outros”.
Gilvana salienta de como essa tessitura se tornou riquíssima.“Este foi um trabalho intenso de busca e interpretação de fontes escritas, visuais e orais. Foi apenas um início. Temos certeza de que ainda há muito a ser resgatado. Os alunos e equipe de professores do turno da manhã participaram ativamente de todo o processo, o que desenvolveu sentimento ainda maior de pertencimento na escola”, conclui.
Assim, foram criados diversos materiais que contam a vida da escola como, por exemplo, na confecção de banners por décadas, desenvolvidos pela professora Gilvana Giordani. Neles, tem-se um livro aberto das transformações educacionais como as propostas pedagógicas, dicas de como utilizar o material escolar, o respeito às autoridades, criação do Conselho de Pais e Mestres no início da década de 60, criação do Grêmio Estudantil e horta escolar na década de 80, a oferta do curso noturno para as 5ª a 8ª séries e questões de educação inclusiva na década de 90, construção do Ginásio de Esportes em 2004, entre outras informações e curiosidades.
Ainda, os 430 alunos participaram dessa construção realçando o seu protagonismo como estudantes. Os sétimos anos criaram curtas-metragens retratando momentos da vida escolar, os oitavos anos fizeram um resgate composto com fotos, maquetes, objetos e entrevistas; os nonos anos organizaram um acervo fotográfico. Já os jardins ao quinto ano vão realizar apresentações musicais e teatrais no dia 08 de junho durante a cerimônia dos 85 anos, além da participação do Coral Sindiserp. Completam a lista da pesquisa a criação da galeria dos ex-diretores, Linha do Tempo, Museu Escolar e Memórias Estudantis, entre outras homenagens.
“Quando a comunidade ficou sabendo que estávamos desenvolvendo com esse material me chamou a atenção de um senhor que mora aqui no bairro Vila Nova. Ele tinha sido aluno e começou a caminhar pelos espaços, relatando a sua vivência. Nisso vimos a profundidade do projeto, essa identificação com a escola”, destaca a diretora Jacqueline.
A EMEF Princesa Isabel chega em 2024 plena de sua função e de seu papel educacional que reflete de acordo com os temas e necessidades vigentes de suas épocas. Dessa forma, trabalha dentro das questões de sustentabilidades preconizadas pela Secretaria de Educação presentes como na horta onde cada turma tem um canteiro, ponto de coleta de óleo usado e de arrecadação de tampinhas, assim como, empreende uma educação humanizadora de respeito e de empatia para com outro, tendo como atividades Círculos de Construção de Paz onde tem-se o exercício da escuta, de ouvir, de se colocar no lugar do outro.
A diretora Jacqueline expressa seu sentimento de estar em uma instituição escolar histórica. “É desafiador. Temos uma equipe muito boa que apoia e pensa junto. E esse grupo de profissionais deve ser incentivado a sempre fazer o seu melhor, pois são professores engajados nas propostas de educação para todos. O diretor tem um papel importante de ir além das atribuições de gestor, mas de motivar todos que estão envolvidos no dia a dia escolar.”
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Foto: Jose Martim Estefanon
PG
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