“Vivendo este tempo pascal, que nos enriquece na caminhada de fé, pelos dons de alegria que do Ressuscitado emanam, podemos abrir o coração e acolher novamente o Cristo em nossa vida, como a seiva da vida nova”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O Apóstolo São João nos recorda que: “Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo 3,20). Ele nos convida a fixar a nossa atenção no profundo mistério de comunhão, do qual a Páscoa de Jesus Cristo nos tornou participantes.
Contudo, pensar no conhecimento de Deus sobre a nossa vida pode nos trazer sempre um certo embaraço, e podemos ter razões suficientes para isso: Que apresentação o nosso coração poderá oferecer ao olhar puro de Deus? Quantos e quais são os pensamentos e as emoções que se agitam e se combatem dentro de nós, e que talvez não sejam uma digna resposta ao grande amor com o qual fomos revestidos pela graça de Deus? Mesmo assim, a palavra de Deus nos ajuda a olhar o nosso coração do ponto de vista de Deus, e não a partir do nosso medo de Deus: “E é por isto que reconhecemos que ele permanece em nós: graças ao Espírito que nos deu” (1Jo 3,24).
O Apóstolo São João nos dá a garantia de um dom que precede e acompanha a nossa adesão a Cristo, e nos faz acolher a palavra do Evangelho com um senso de gratidão ainda maior: “Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda”; depois acrescenta esta magnífica conclusão: “Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós” (Jo 15,2-3).
Estimados irmãos e irmãs! A nossa vida muda totalmente se entrarmos nessa lógica do esvaziamento interior de nossas falsas seguranças, que muitas vezes impedem ou dificultam o agir da graça divina em nossa vida. O Senhor não nos pede outra coisa a não ser o consenso, que o ramo deve dar, para ser irrigado pela seiva vital que lhe é doada continuamente pela videira. Sem isso, ele morre. O dom da presença vivificante de Cristo no nosso coração, nos permite não só viver em comunhão com ele, mas também sair do isolamento que o “medo” (cf. At 9,26) pode ter criado no nosso coração de discípulos e discípulas. Um medo que nos levou a viver na indiferença, a construirmos “muralhas” que nos impedem de viver uma profunda e verdadeira comunhão na família, mas também com os nossos irmãos e irmãs na comunidade.
Vivendo este tempo pascal, que nos enriquece na caminhada de fé, pelos dons de alegria que do Ressuscitado emanam, podemos abrir o coração e acolher novamente o Cristo em nossa vida, como a seiva da vida nova, que nos permite um novo florescer na fé, antecipando o tempo dos frutos, porque “Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos” (Jo 15,8). Tornar-se discípulo significa nos tornarmos sempre mais pessoas de coração, capazes de restituir aos nossos irmãos e irmãs, na humanidade, aquele olhar cheio de ternura e compaixão, que recebemos sobre a nossa vida. A confiança requer confiança, da parte de Deus e dos irmãos e irmãs, como nos lembra São João: “Caríssimos, se o coração não nos acusa, então temos plena confiança diante de Deus” (1Jo 3,21).
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
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