Aumento nas internações por gripe influenza reforça necessidade de vacinação

Começa oficialmente nesta segunda-feira (25/3) a campanha nacional de vacinação contra a gripe causada pelo vírus influenza. O Rio Grande do Sul apresenta neste ano um aumento nas internações por essa causa, com quase oito vezes mais casos que no mesmo período do ano passado. O fato reforça ainda mais o alerta da Secretaria da Saúde (SES) sobre a importância de a população dos grupos prioritários procurar as salas de vacinação contra a gripe para enfrentar o avanço da doença.

A estimativa de pessoas a serem vacinadas no Rio Grande do Sul, conforme os grupos prioritários, é de 4.973.674 habitantes. A definição dos grupos elegíveis leva em conta aquela parcela da população com maiores chances de agravamento em caso de infecção pelo vírus ou que estão mais expostas a ele. Entre os grupos, estão as crianças (maiores de seis meses a menores de seis anos), pessoas com mais de 60 anos, pessoas com comorbidades (condições clínicas especiais), gestantes, puérperas (mulheres até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, entre outros.

Para frear a disseminação do vírus, a estratégia de vacinação foi antecipada neste ano. Em 2023, por exemplo, a campanha nacional começou em 10 de abril, enquanto em 2022 foi aberta em 4 de abril. Por isso, a SES orientou os municípios a começarem a aplicação das doses, logo que recebessem os lotes. Por isso, alguns deles já puderam começar na última semana, quando foi distribuído o primeiro lote de 480 mil doses. Novos lotes serão recebidos do Ministério da Saúde e distribuídos pela SES aos municípios durante o andamento da campanha, contemplando cerca de cinco milhões de doses para o atendimento à população prioritária.

Hospitalizações em 2024

Síndromes gripais, como a do vírus influenza, quando levam a hospitalizações são chamadas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Enquanto em 2023, nas mesmas 10 primeiras semanas do ano, ocorreram 17 registros desse tipo causados pela gripe, neste ano foram 135 casos. Da mesma forma, houve um aumento de óbitos. Foram dois durante o ano passado, e até agora, em 2024, sete já foram confirmados.

De acordo com a técnica do Núcleo de Doenças Respiratórias do (Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Letícia Martins, esse cenário epidemiológico foi determinante para a decisão de antecipar a campanha de vacinação contra influenza em 2024. “É fundamental atingirmos a cobertura vacinal de 90% da população dos grupos prioritários, para reduzir essa tendência de aumento de hospitalizações e óbitos pela gripe”, destacou.

Grupos prioritários

Os grupos prioritários para a campanha de vacinação contra a gripe influenza e as respectivas estimativas populacionais no Rio Grande do Sul são:

  • Crianças (a partir dos seis meses a menores de seis anos de idade): 643.582
  • Pessoas com 60 anos ou mais: 2.193.416
  • Gestantes: 90.707
  • Puérperas: 14.911
  • Povos indígenas: 29.330
  • Trabalhadores de saúde (em atividades na assistência, vigilância, apoio, cuidadores, doulas/parteiras e estudantes prestando atendimento em serviços de saúde): 453.057
  • Pessoas com deficiência permanente: 464.688
  • Adolescentes em medidas socioeducativas: 1.249
  • População privada de liberdade: 33.699
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade: 6.745
  • Pessoas com comorbidade: 665.072
  • Professores: 153.385
  • Forças armadas: 38.899
  • Pessoas em situação de rua: 4.128
  • Forças de segurança e salvamento: 28.178
  • Caminhoneiros: 128.564
  • Trabalhadores de transporte coletivo: 29.034
  • Trabalhadores portuários: 4.051

Meta

A meta da estratégia de vacinação contra a influenza em 2024 é imunizar pelo menos 90% dos seguintes grupos prioritários: crianças, gestantes, puérperas, pessoas com mais de 60 anos e povos indígenas. Para os demais grupos prioritários, como não há estimativa populacional para os referidos grupos, não é possível definir meta de cobertura vacinal.

A influenza e a vacina

A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, de elevada transmissibilidade. Os casos podem variar de quadros leves a graves e podem levar ao óbito. É uma infecção respiratória aguda causada pelos tipos A, B, C e D, sendo os vírus A e B responsáveis por epidemias sazonais em humanos. Além disso, o vírus influenza A encontra-se especificamente associado a eventos pandêmicos, como o ocorrido em 2009 com a pandemia de influenza A (H1N1)pdm09.

As vacinas usadas na campanha nacional pelo SUS são trivalentes, contando com uma combinação de três tipos (cepas) de vírus influenza: A (H1N1), A (H3N2) e B. O esquema vacinal é em dose única, a não ser para as crianças menores de nove anos que nunca fizeram essa vacina, devendo receber duas doses com intervalo de 30 dias entre elas.

A vacina influenza pode ser administrada na mesma ocasião de outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, como a contra a covid-19.

Riscos da falta de imunização

A infecção respiratória por influenza se apresenta em formas leves ou agudas. O objetivo da estratégia de vacinação é reduzir as complicações, as internações e a mortalidade em grupos específicos da população, considerados mais frágeis ou suscetíveis ao vírus. A vacina contra a influenza promove imunidade capaz de reduzir o agravamento da doença, as internações e o número de óbitos.

No ano passado, o Rio Grande do Sul ficou com coberturas abaixo da meta na campanha contra a gripe:

  • Crianças: 43%
  • Idosos: 62%
  • Gestantes: 54%
  • Puérperas: 49%
  • Trabalhadores da saúde: 54%
  • Povos indígenas: 58%
  • Professores: 52%

Texto: Ascom SES
Edição: Camila Cargnelutti/Secom

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