Março Lilás: as conexões entre HPV e câncer de colo uterino

O Março Lilás é um movimento de conscientização sobre o câncer de colo do útero. Durante todo o mês de março, diversas campanhas e ações são realizadas para informar a população sobre a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessa forma de câncer, que afeta predominantemente as mulheres. A escolha da cor está associada à identificação da campanha com a saúde feminina e ao laço lilás, símbolo internacional da luta contra o câncer de colo do útero.

Relação entre HPV e câncer

O câncer de colo uterino é o terceiro tipo mais comum da doença entre as mulheres brasileiras.  Estima-se que mais de 17 mil casos sejam registrados apenas em 2024 e mais de 90% deles terão relação com infecção persistente pelo HPV. Este vírus, transmitido principalmente através do contato sexual, pode levar a alterações progressivas nas células, culminando em câncer.

A infecção genital pelo HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo. Existem mais de 200 tipos desse vírus, entretanto são os tipos 16 e 18 que causam a maioria dos casos de câncer do colo uterino em todo o mundo, sendo considerados de alto risco.

Vacinação e Mudança de Hábitos

A boa notícia é que o câncer de colo uterino pode ser prevenido. O uso de preservativos em todas as relações sexuais reduz a transmissão do vírus, mas a vacinação é a estratégia mais eficaz. No Brasil, temos duas vacinas disponíveis: a quadrivalente e a nonavalente. A primeira, oferecida pelo SUS, é indicada para crianças de 9 a 14 anos, enquanto a segunda, disponível na rede privada, abrange pessoas até os 45 anos. A vacinação não apenas previne a infecção como também reduz a chance de recidiva de lesões em pacientes que já tiveram contato com o HPV.

Diagnóstico

Para detectar lesões precursoras, os médicos recomendam o exame citopatológico de colo uterino, iniciado aos 25 anos e mantido até os 64 anos. Além disso, desde 2019 há a recomendação de se associar a pesquisa de HPV DNA – realizada através de uma coleta semelhante à do citopatológico – e que é capaz de identificar qual tipo de HPV você possui ou descartar sua presença. Dependendo do resultado desse exame o rastreamento da mulher pode mudar. O exame deve ser repetido a cada 5 anos. Infelizmente, esse exame ainda não está disponível pelo SUS. Em casos de lesões de alto grau, como NIC 2 e NIC 3, a cirurgia de conização é indicada para remoção.

Sintomas e tratamento

Os sintomas do câncer de colo uterino podem não ser evidentes em fases iniciais. Por isso é tão importante as consultas regulares a um médico de confiança, bem como a realização de exames periódicos. Sintomas mais avançados incluem sangramento vaginal anormal, dor pélvica e alterações urinárias. O tratamento depende do estágio da doença, sendo a cirurgia a opção para estágios iniciais, enquanto casos avançados podem requerer quimioterapia e radioterapia.

Fonte e foto: Imprensa Tacchini – Alexandre Brussamarelo

PG