Desde quando foi inaugurado em 2020 como um projeto-piloto com três escolas, nas dependências da Secretaria de Educação (SMED), o Centro Municipal de Apoio Educacional Especializado (CMAEE) de Bento Gonçalves veio com a missão de ser um suporte pedagógico e clínico, para os alunos da rede pública de ensino. De lá para cá, ampliou-se as demandas, o espaço e a equipe, a qual prioriza o aprendizado, respeitando o tempo, a personalidade e a realidade de cada aluno, potencializando suas habilidades para o ensino e para a vida.
Esse suporte é estruturado por meio de uma equipe multidisciplinar composta por psicopedagogas, professoras especializadas em alfabetização, ludo pedagogia, arte educação, LIBRAS, contação de histórias, psicomotricidade, além de auxiliar administrativo, merendeira e serviços gerais. O espaço tem como lema “A liberdade de Aprender” que traz uma linha de pensamento e de práticas associadas à neurociência, ao direito à aprendizagem, a potência do afeto e o valor da educação.
Os alunos são encaminhados pela SMED, busca ativa dos próprios educandários e pela rede de Saúde, através do eMulti (criado pelo Ministério da Saúde). Atualmente, abrange 23 escolas da rede municipal e 5 escolas estaduais. Vale ressaltar que desde a sua criação, 2.982 atendimentos foram realizados e 600 estudantes utilizaram os serviços. Em 2023, o CMAEE realizou 1.642 atendimentos.
A coordenadora Ivani Pelicer destaca sobre os serviços prestados pelo espaço na construção de uma realidade pedagógica objetiva e humanizadora. “O CMAEE ajuda os alunos no desenvolvimento de habilidades fundamentais para o aprendizado, como a consciência fonológica, a organização, concentração, criatividade, comunicação, resolução de problemas, automotivação e autonomia, essenciais para a escola e para a vida”.
Neste ano, o espaço conta com uma nova profissional. Fabrícia Salini é Licenciada e Bacharelada em Educação Física, possui pós-graduação em Educação Inclusiva e Neurociência aplicada a Psicomotricidade. Ela explica que a “psicomotricidade” atua na conexão do cérebro com os movimentos motores de forma mais ampla, como correr e saltar e com os mais finos, como colocar linha numa agulha ou prender uma roupa no varal.
“São movimentos que aprendemos na infância e aprimoramos no decorrer da vida. Inclusive a coordenação visuomotora é fundamental na parte da aprendizagem e da escrita. Crianças sem tônus muscular ou destreza manual, apresentam dificuldades para escrever. Meu trabalho vai agregar, junto a alfabetização, no desenvolvimento dessas crianças de uma forma mais completa”.
Ainda, a Professora Fabrícia trabalha com a neurociência do movimento. “É importante alinhar o lúdico, os jogos, as brincadeiras, com a aprendizagem e o desenvolvimento cerebral. Quando a criança está em movimento, partes do cérebro são estimuladas, facilitando o processo, resultando na evolução da aprendizagem escolar, assim como na independência ao fazer tarefas diárias, como pegar talheres, vestir-se, fechar a mochila, enfim promovendo a autonomia da criança”.
Outra área importante é trabalhada no CMAEE está relacionada às emoções. A psicóloga Dalmara de Oliveira desenvolve uma Oficina sobre o assunto e trabalha com as habilidades socioemocionais das crianças. “A gente percebe que há uma demanda para trabalhar as emoções, de gerenciá-las. Utilizamos os bonecos do filme ‘Divertida Mente’ para exemplificar de uma forma lúdica como as emoções surgem e que efeitos podem causar. Também são trabalhadas as questões cognitivas como a memória e a percepção, além das capacidades que se manifestam nos nossos modos de pensar e de agir, se relacionar consigo mesmo e com os outros, tomar decisões, parar para pensar, ter concentração”.
Para as aulas ficarem mais atrativas e lúdicas, as professoras usam a criatividade para desenvolver o raciocínio lógico matemático. Pode-se citar a maquete de um estacionamento criado pela professora de Artes e das Oficinas de Matemáticas e português, Daniele Silveira da Encarnação. O estacionamento é um jogo que utiliza as regras básicas da Matemática, além da percepção, motricidade fina, leitura, interpretação e dos conceitos matemáticos.
Já a professora Shaiane Luchese criou a série dos Monstros Matemáticos. Ela ressalta que “algumas crianças chegam aqui com uma percepção de que a Matemática é uma área que apresenta níveis de dificuldades quase intransponíveis. A criação desses monstrinhos simpáticos, lúdicos, repletos de recursos concretos propõe uma desmistificação dessa área. E funcionam! Dentro deles encontram-se contas, problemas, enunciados e sinais matemáticos, enigmas, além de jogos referentes às quatro operações, como se fosse uma calculadora”.
As psicopedagogas Daiana Nara Ribeiro do Prado e Tatiane Dos Santos Da Silva realizam a aplicação de testes e instrumentos específicos da área, obtém-se informações importantes para a construção do raciocínio clínico, formulação de hipóteses diagnósticas e intervenções mais assertivas.
O CMAEE vem apresentando resultados positivos. Ivani Pelicer ressalta que há muito cuidado e maturidade no planejamento das intervenções psico/pedagógicas e no acolhimento de todos os alunos e suas famílias. “Trabalhamos com a clareza de que o ler e escrever não são processos cognitivos, motores e emocionais naturais, espontâneos. Ao contrário, necessitam de metodologias que dialoguem com o universo de cada criança, de atividades escolares sistemáticas, de frequência e de um ambiente favorável. Aprender é libertador”.
Dessa forma, o espaço torna-se um local que potencializa a aventura do aprender. “Aqui a aprendizagem é permeada pelos significados que ultrapassam os desafios acadêmicos, os objetivos da aprovação de Ano. Aqui nos dedicamos a estudar e compreender como o cérebro da criança funciona e aprende e então, contribuir para o despertar de habilidades e potencialidades para a sua vida”.
O CMAEE conta também com o importante apoio da coordenação do Curso de Psicologia da Faculdade da Serra Gaúcha, unidade de BG, a qual atende nossos alunos e disponibiliza sua Testoteca (acervo de testes psicológicos e materiais destinados à avaliação psicológica).
Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Fotos: Divulgação/SMED
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