Polícia Civil prende liderança do crime organizado gaúcho

A Polícia Civil, por meio da 5ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (5ªDPHPP/DHPP), deflagrou a Operação Ultima Captis, realizando a prisão de uma relevante liderança do crime organizado gaúcho. O foragido foi preso no último sábado (02), em Torres. Segundo a investigação, o indivíduo preso é responsável por considerável parte dos conflitos entre criminosos que resultaram em muitas mortes na cidade de Porto Alegre.

Ele estava na condição de foragido há mais de um ano e é apontado como um dos principais líderes atuantes no tráfico de entorpecentes nas regiões Timbaúva e Rubem Berta, zona norte da capital gaúcha.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta manhã, o Secretário da Segurança Pública do Estado, Sandro Caron, ressaltou a importância desta ação e ainda lembrou da importante prisão feita no dia 22 de fevereiro, quando outro líder do crime organizado foi preso: “Nessas duas prisões importantíssimas realizadas pelo DHPP, nós temos ações qualificadas de investigação de inteligência e que devem levar a uma redução de homicídios, em especial na Zona Norte de Porto Alegre”.

O Chefe de Polícia, Delegado Fernando Sodré, durante sua fala destacou a importância da prisão: “Eram dois os maiores procurados que tínhamos na área de homicídios. Um nós já apresentamos na semana passada e agora nós estamos apresentando mais um preso envolvido em homicídios na Timbaúva, no bairro Mario Quintana e no Rubem Berta. Dos 253 homicídios ocorridos no ano passado, 112 estão vinculados a esses dois personagens, que estimularam conflitos na zona norte. O preso deste final de semana, só em indiciamentos por homicídios, tem 13 indiciamentos diferentes com inquéritos já remetidos para a justiça, com investigações concluídas que mostram o grau de envolvimento dele com as mortes e com os crimes ocorridos na região de Porto Alegre”.

Entenda o caso:

No ano de 2017, o alvo da ação encontrava-se na hierarquia de uma organização criminosa subordinado a outro criminoso. Ambos respondiam ao líder máximo da organização.

Em dado momento, estes dois outros homens foram transferidos para o Presídio Federal, ficando o gerenciamento de toda organização sob responsabilidade do alvo preso no sábado.

Em 2021, quando um dos indivíduos presos retornou do sistema federal, o preso de sábado se negou a devolver a liderança da organização criminosa, tomando para si todas as regiões que eram da dominância dele, o que fez iniciar o conflito.

O antigo líder, então aliado à organização anteriormente rival, visando reaver o que tinha, coordena e concretiza a morte do irmão do preso de sábado, intensificando ainda mais a disputa. Como retaliação à morte de seu irmão, ele passa a orquestrar diversos ataques nos pontos vinculados ao grupo que o rival passou a integrar.

Os conflitos chegaram a vitimar quatro pessoas, dentre elas uma mulher grávida. “Em decorrência desse quádruplo homicídio, foi deflagrada em 2023 a Operação Vendetta, pela 5ªDPHPP/DHPP, a qual resultou na prisão de 12 indivíduos executores e também foi deferida a prisão preventiva do nosso alvo como mandante”, explica o Delegado Daniel Queiroz.

O conflito se estendeu ao longo de 2022 e 2023, contabilizando-se mais de 50 vítimas de homicídios decorrentes desse contexto conflituoso por disputa de territórios do tráfico de drogas ilegais em Porto Alegre.

Em 2017, o indivíduo preso foi condenado à pena privativa de liberdade por 20 anos e 8 meses. Em dezembro de 2022, com a progressão de regime para semiaberto, ficou agendado para ele colocar tornozeleira de monitoramento eletrônico, todavia, o indivíduo não compareceu e permaneceu foragido por mais de um ano.

Conforme o Diretor do DHPP, Delegado Mario Souza, a prisão dessa liderança decreta o fim de um contexto de comando do crime organizado: “A Polícia Civil irá apurar e monitorar todo envolvimento dessa liderança com o forte conflito entre criminosos durante todo ano de 2023 e parte de 2022. Em sete dias, duas grandes lideranças suspeitas de envolvimento em diversas mortes violentas em Porto Alegre e região metropolitana foram capturadas pelo DHPP.”

Por fim, Souza destacou que o trabalho integrado com a Brigada Militar e Susepe foi fundamental para o enfrentamento a essa liderança.

Fonte e foto: POlícia Civil

PG

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