UCS preside comissão executiva das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no RS

Instituição estará à frente da organização do calendário de eventos previstos para este ano e para o decorrer de 2025

A Universidade de Caxias do Sul foi oficializada nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, como presidente da comissão executiva das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. A designação está no decreto assinado pelo prefeito Adiló Didomenico durante evento realizado no Monumento Nacional ao Imigrante, que na mesma data completou 70 anos de fundação. Na ocasião também foi apresentado o selo comemorativo ao sesquicentenário da imigração, criado pela prefeitura.

A comissão executiva, comprometida a promover ações e eventos repletos de referências e significados históricos, culturais e emocionais, é composta ainda pela Prefeitura de Caxias do Sul, Secretaria Municipal da Cultura, Consulado Honorário Italiano em Caxias do Sul, Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL), Comitato Degli Italiani All’estero e Associação Piccola Itália de Caxias do Sul. Outras 40 entidades, empresas e pessoas integram a comissão oficial, responsável pela organização das celebrações ao longo de 2024 e 2025.

“Somos herdeiros de uma história, e a história é mestra da vida. Precisamos olhar, analisar e honrar o passado. A obra da colonização foi exitosa, e estiveram presentes na cultura da região princípios básicos de vida e valores, tais como o respeito ao trabalho, o amor à família e o sentimento religioso. A formação e a transmissão dos valores que são a base dos comportamentos – que aparecem na vida da colônia italiana nesta região -, provêm da existência de uma série de instituições básicas que foram trazidas na bagagem cultural dos imigrantes e que, pela sua importância, foram mantidas vivas nas estruturas que se originaram na nova terra. Esses valores foram alicerces de consciência coletiva, presente nas práticas culturais desta região”, destaca o reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech. “O senso comunitário é o elemento que nos une, e nos orgulha estar à frente de uma comissão formada por pessoas interessadas pela cultura e pela italianidade. Agradeço em nome da comunidade acadêmica, que há 57 anos eferencia a UCS”, conclui o reitor.

O prefeito Adiló Didomenico manifestou a certeza de que muitas pessoas estarão engajadas na “nobre causa de reverenciar a saga de um povo que desafiou tudo e veio para cá e construiu esta metrópole que hoje é a segunda cidade do Rio Grande do Sul, que é um exemplo de perseverança, de luta e de acolhimento”.

Estudos permanentes sobre a imigração

A UCS dedica-se à pesquisa sobre a imigração italiana desde os anos 70, década em que foi idealizado o Instituto Memória Histórica e Cultural (IMHC). É este setor da Universidade, coordenado pelo professor Anthony Beux Tessari, que elaborou o calendário de eventos da UCS celebrativo ao sesquicentenário, apresentado em janeiro deste ano. O primeiro de uma série de lançamentos editoriais, apresentações culturais e seminários ocorre agora em março. Um dos destaques da programação é o lançamento do Álbum dos 150 Anos da Imigração Italiana no RS, edição bilíngue (português e italiano) da Editora da Universidade de Caxias do sul (EDUCS) com cerca de 600 páginas, marcado para o dia 20 de maio de 2025 – dia oficial do sesquicentenário.

Em seu discurso no evento que decretou a comissão executiva das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, o reitor da UCS, Gelson Leonardo Rech, proporcionou momentos de emoção ao ler trechos de cartas enviadas por imigrantes italianos narrando aquela vivência às suas famílias. Uma das cartas é de Michele Madalosso, um emigrante vicentino, escrita em outubro de 1876: “Diga à mãe que venha também, pois eu ficaria muito feliz em vê-la aqui comigo, e não há perigo algum na viagem. Tragam com vocês as ferramentas necessárias à cultura da terra e toda a espécie de semente e de videiras”. Madalosso já anunciava o que ocorreria com o plantio das uvas e das vinhas, uma atividade que se tornaria centenária na região.

Outra carta que trata do plantio de parreiras é de Paolo Rossato (1884), que confirma à família o que havia ouvido sobre a fertilidade do solo. “É verdade o que diziam, que com poucas videiras fazem muitos barris de vinho, porque não plantam as vinhas pelos campos, como na Itália. Plantam-nas próximo à residência. E vocês nem imaginam como uma vinha cresce aqui em três anos”.

Fotos: Ícaro de Campos/Divulgação

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