Movimento visa alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença
Embora o alerta deva ser constante, é no mês de fevereiro que emerge uma importante campanha de conscientização sobre o tipo de câncer que, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), deve atingir mais de 11 mil pessoas no Brasil em cada um dos anos do triênio 2023-2025. O ‘Fevereiro Laranja’ destaca a importância do diagnóstico e do tratamento precoce da leucemia, doença que está em 9º lugar entre os tipos de câncer mais comuns em homens e em 11º entre as mulheres. Esse tipo de câncer afeta os glóbulos brancos do sangue, os quais são conhecidos como leucócitos e produzem células doentes na medula ósseo. A imunidade do paciente fica prejudicada e, em decorrência disso, aparecem as infecções. Conforme orientação dos especialistas, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são imprescindíveis para o aumentar as chances de cura.
Entidades como a Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves endossam essa campanha neste mês como forma de visibilizar ainda mais o apelo pelos cuidados com a saúde e a cobrança pelo tratamento adequado aos pacientes acometidos pela doença. Especialistas alertam para sintomas como anemia, cansaço e fadiga, queda de imunidade, baixa na contagem das plaquetas, infecção, febre, hematomas e sangramentos espontâneos.
Alguns deles chamaram a atenção de um paciente da Liga, que prefere não se identificar, e motivaram sua busca por atendimento médico – e consequente diagnóstico de leucemia. “Tive um acidente de trabalho e, logo após, percebi alguns sintomas que não tinha antes, como fraqueza e falta de apetite. Fiz vários exames até identificar a leucemia. Desde então, faço um tratamento diário com medicação controlada”, conta o trabalhador, hoje com 42 anos. O acidente, ocorrido há cerca de cinco anos, foi o despertar da doença. Antes, a exposição a agentes tóxicos já vinha originando sinais de que o organismo estava fora de sua normalidade. “Tive contato com produto químico nas minhas funções de trabalho, inclusive com um episódio de parar no hospital por conta de intoxicação com um vazamento em uma máquina”, relata.
Embora o câncer seja apontado como uma doença complexa e multicausal, segundo fontes especializadas, existe um conjunto importante de cânceres provenientes da exposição ocupacional e que poderiam ser evitáveis. O INCA aponta que a relação da leucemia com a exposição dos trabalhadores está associada a alguns tipos de agentes causadores da doença: agrotóxicos, amianto (asbestos), sílica, benzeno, xileno e tolueno. Fatores evitáveis como o tabagismo também aparecem na listagem.
Contudo, o paciente soube dessa periculosidade somente após o diagnóstico – ainda mais pelo fato de não ter nenhum familiar com histórico da doença. “Quando eu descobri a leucemia não tive muito apoio, nem da família nem no trabalho, mas fui atrás para saber de onde poderia ter vindo essa doença”, comenta. É nesse contexto que a Liga de Combate ao Câncer atua e conscientiza. “A Liga me auxilia com tudo que eu precisar. Num primeiro momento, não sabia que o meu caso se encaixava no escopo de atendimento da entidade, mas me indicaram para buscar ajuda e desde o final de 2023 estou em contato com a entidade. Nesse período, já me ajudaram com diversas cestas básicas, pois por hora conto com auxílio doença, mas como a leucemia é imprevisível, não sei se vou voltar a trabalhar”, detalha.
Apoio é fundamental
Exemplos não faltam de como a atuação da Liga de Combate ao Câncer é essencial para quem passa pela doença. Preferindo não se identificar, a professora S.G.R relata como a leucemia desencadeou o desenvolvimento de um câncer de pele em seu pai, de 79 anos. Diagnosticado com a doença no sangue há cerca de duas décadas, foi há dois anos que surgiram os melanomas na pele. “A leucemia foi o início, e agora o câncer de pele vem o debilitando ainda mais. Os médicos sempre foram bem empenhados em resolver, mas houve demora para a realização da cirurgia na cabeça, o que prejudicou o tratamento. Entendemos que são diversos casos, mas a doença progride muito rápido e exige agilidade nas ações de combate”, ressalta.
Nessas idas e vindas, o encontro com a Liga ajudou a renovar as esperanças no tratamento. “Tive um tio que passou pela doença e entrou em contato com a Liga de Combate ao Câncer para buscar apoio. Por isso, voltamos a contatar a entidade, por indicação da nutricionista do hospital, pois precisávamos de auxílio com um suplemento alimentar que ajuda no tratamento para fortalecer o organismo. Encontrei apenas na Liga esse suplemento. Todos foram muito atenciosos e ágeis para nos ajudar”, conta agradecida. “Entidades como a Liga são fundamentais, pois nossos governos não conseguem atender a todos, então esse tipo de apoio é primordial já que são muitos gastos envolvidos no trato de um paciente com câncer, em diversas frentes”, ressalta.
Como contar com apoio da entidade
A Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves é muito mais do que uma entidade assistencial que ajuda indivíduos no tratamento contra doenças – é uma associação de pessoas comprometidas com a vida e, além disso, com a sociedade. Em adição aos serviços práticos, funcionais e assistenciais prestados, a Liga capitaneia projetos e ações que prezam pela qualidade de vida das pessoas. No Centro Assistencial Andressa Zietolie, estrutura que é referência regional, conta com consultórios, banco de perucas, sutiãs, lenços, fraldas e toucas e um espaço para atendimento psicológico para toda a família (bem como fisioterapêutico e fonoaudiológico), além do banco de alimentos. O local é capaz de atender até 14 pessoas de forma concomitante na área da hospedagem – oferecida para quem mora em outras cidades e necessita passar por tratamento em Bento Gonçalves.
A sede da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves fica na Rua Ramiro Barcelos, número 580, e atende pelo fone (54) 3451.4233. Sua localização é estratégica, no centro da cidade, ao lado do Hospital Tacchini – instituição de referência no tratamento oncológico na região.
Saiba mais sobre a leucemia
Doença diretamente relacionada à exposição à produtos químicos, a leucemia faz parte dos 18 tipos de câncer que mataram mais de 3 milhões de pessoas no país – todos podem ter sido causados pela exposição a produtos, substâncias ou misturas presentes em ambientes de trabalho, de acordo com um estudo elaborado pelo Ministério da Saúde. Diante disso, especialistas salientam sobre a importância de ações de controle ou eliminação a exposição dos trabalhadores a agentes cancerígenos.
A leucemia é diagnosticada através do hemograma, que é o principal exame de sangue para suspeita inicial do diagnóstico. A detecção precoce da leucemia é essencial para um tratamento com maior chance de sucesso. Em caso de leucemias agudas, há a indicação de quimioterapia, controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou tratamento da infiltração no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos de leucemia, também pode ser indicado o transplante de medula óssea.
Fonte: Exata Comunicação
Foto: Fabiano Mazotti
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