“O tempo da Quaresma nos convida à conversão, em preparação à Páscoa do Senhor. Portanto, seria oportuno fazermos deste tempo um momento especial em nossa caminhada de vida espiritual”
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Depois de uma merecida pausa de verão, é chegado o tempo de retomarmos as atividades pastorais nas comunidades, com o amor e o ardor de missionários e missionárias, que fizeram, na caminhada de fé, o encontro com a pessoa de Jesus Cristo. O encontro com o Senhor Jesus, rosto misericordioso do Pai, enche o nosso coração de paz, de alegria, de esperança, e desperta a nossa vida da apatia e da indiferença, para assumirmos o compromisso de discípulos e discípulas do Senhor.
Na vivência da fé, os discípulos de Jesus contiunamente devem se colocar à escuta do Mestre, para fortalecerem a comunhão e o testemunho na missão. Esse caminho, às vezes difícil de ser percorrido pelas resistencias do nosso interior, dominado por interesses e ideologias do mundo, que ofuscam a nossa alma e o nosso testemunho de cristãos, precisa ser alimentado também nas comunidades cristãs. De forma individual e comunitariamente, deveríamos continuamente nos interrogar: Como estou ou como estamos vivendo o encontro com Jesus Cristo? Como estamos ajudando os outros a se encontrarem com a pessoa de Jesus? A familiaridade com Jesus Cristo fortalece a nossa comunhão de amor, o compromisso com o Reino de Deus, e nos impulsiona a assumir a nossa missão de batizados e discípulos do Senhor.
O discípulo caminha com o Mestre, acolhendo no coração suas palavras, com o desejo de anunciá-las ao mundo, pelo testemunho de vida e na ação missionária. A ação missionária está ao alcance dos pais e dos filhos no ambiente familiar, mas também de todos os batizados, na comunidade e na sociedade em geral. Ela não impede o desenvolvimento da vida profissional, mas enriquece o coração do discípulo, com os valores do Evangelho. Assim, podemos multiplicar as ações do bem, que valorizam a vida e cuidam dela como dom de Deus, colaborando para a construção de uma sociedade reconciliada, que acredita na cultura da paz, na fraternidade formada pelas diferentes realidades sociais, religiosas, culturais e políticas, onde o bem comum e a justiça têm a primazia sobre as “ideologias”, o egoísmo e a indiferença.
A superficialidade no modo de viver a fé leva ao esvaziamento da mente e do coração, da comunhão com o Senhor, e nos afasta do compromisso de trabalharmos na construção do Reino de Deus. Estamos sempre buscando algo que preencha o sentido da nossa vida e nos dê a paz e a serenidade interior, que nos ajudam a vencer os desafios e as angústias do cotidiano, que a vida nos apresenta. Precisamos, com humildade, nos colocar à escuta do Mestre, para compreendermos o que significam as palavras: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8). Elas nos ajudam a compreender que o Evangelho, anunciado pelo Senhor Jesus, pode tocar o nosso coração e transformar a nossa vida, para sermos no mundo discípulos e missionários do Reino de Deus.
O tempo da Quaresma nos convida à conversão, em preparação à Páscoa do Senhor. Portanto, seria oportuno fazermos deste tempo um momento especial em nossa caminhada de vida espiritual. Tomar consciência da nossa responsabilidade pessoal e comunitária, em relação aos ensinamentos da Palavra de Deus, é fundamental para combatermos a cultura do ódio, que fragiliza as relações fraternas e o espírito de comunidade. A perda do espírito comunitário leva ao isolamento e ao fechamento, porque acabamos deixando de lado as relações familiares e comunitárias, os princípios éticos e morais que nos foram transmitidos pelos nossos pais.
A Constituição Pastoral Gaudium et Spes, do Concílio Vaticanos II, nos ensina que “o cristão que descuida os seus deveres temporais, falta aos seus deveres para com o próximo e até para com o próprio Deus, e põe em risco a sua salvação eterna” (GS 43).
+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul
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