Encerrado no domingo, dia 28, evento distribuiu 5 mil quilos de uva gratuitamente ao público durante os quatro dias do encontro
Em um domingo para exaltar memórias, Monte Belo do Sul encerrou a maior Festa de Abertura da Vindima de sua história. Pelas ruas do município, passaram cerca de 40 mil pessoas – recorde de público – desde o dia 25 de janeiro, quando iniciou a intensa programação da oitava edição, dedicada a enaltecer a uva como símbolo da identidade de sua gente. Ao longo dos quatro dias, cinco mil quilos da fruta foram distribuídos gratuitamente aos visitantes.
“Vimos nossa história sendo revisitada e revivida diante de nossos olhos, reverenciando a memória de quem construiu Monte Belo do Sul e homenageando aqueles que seguem cultivando os valores da cultura, da fé e do trabalho”, disse o presidente da festa, Alvaro Manzoni, também secretário municipal da Cultura e Turismo. Esse resgate passou, literalmente, pelo público durante o desfile de carros alegóricos, uma das principais atrações desta edição, reservada para o dia de encerramento.
No início da tarde, as pessoas deixaram a Rua Sagrada Família, onde se concentrou o evento, para ocuparem a Rua Arthur Beltrame, logo na entrada da cidade. Ali, se perfilaram às margens da via a fim de acompanharem a história da imigração italiana recontada pela comunidade, representada por cerca de 450 participantes e ilustrada por mais de 30 alegorias. Entre elas, o público presenciou como o trabalho, representado por carros como do parreiral e da colheita; a fé, em alegorias como a dos capitéis; e a cultura, retratada em carros como o do filó; construíram a base socioeconômica da cidade.
Outro momento marcante do domingo foi a presença de Mafalda Minnozzi, no já histórico primeiro show internacional do município. Em meio a interpretações de trilhas de Ennio Moricone e de canções napolitanas e dos anos 1960, Mafalda puxou clássicos do folclore, sendo acompanhada por um extasiado público.
Novidade na programação da Festa de Abertura da Vindima, a pisa de uvas coletivas ocorreu nos quatro dias e encantou os visitantes. A atividade aconteceu seis vezes em diferentes dias – além de uma exclusivamente para autoridades, na abertura. Ao todo, aproximadamente 3.5 mil quilos da fruta foram esmagados pelos turistas, relembrando uma tradição trazida à Serra pelos primeiros imigrantes a fim de extrair o sumo para vinificação.
Para muitos, foi um momento de nostalgia. “Foi maravilhoso, lembrei de quando era nova e fazia isso na casa do meu pai”, disse dona Ana Maria de Oliveira, 78 anos, que veio de Guaporé para a festa. Para tantos outros, foi a primeira vez. “Vim aqui hoje só para fazer a pisa, nunca tinha feito. É muito bom, dá uma sensação relaxante”, contou Laura Manganelli, de Carlos Barbosa. Para alguns, foi a oportunidade de fazer algo conhecido, mas nunca feito. Sou de origem italiana, e lembro que meus avós faziam isso quando eu era pequeno, mas nuca tinha feito. Foi muito maravilhoso”, disse Gilmar Turatti, de Encantado.
A satisfação não era apenas dos turistas. Expositores locais como Bruno Faccin, da Faccin Vinhos Artesanais, aprovou a volta às origens da festa, na Rua Sagrada Família. “Está muito melhor essa. O layout da feira está muito melhor do que da última edição (2018), porque ficou melhor a circulação de pessoas. Como tudo está integrado, todas as pessoas circulam e consomem mais”, analisou Faccin, que exibiu o catálogo de vinhos de fermentação natural da marca, localizada na linha Armênia Baixa.
Pela primeira vez no evento, o produtor de cogumelos shimeji e de alho negro Felipe De Costa estava animado com os resultados. “Superou as nossas expectativas. O público está muito satisfeito com o que estamos oferecendo. Hoje cogumelo e alho negro, principalmente alho negro, é uma iguaria difícil de ser encontrada em qualquer cidade, então está se criando um mercado muito bom para esse produto”, disse o produtor de Monte Belo, da Linha Santo Isidoro.
A 8ª Festa de Abertura da Vindima contou com mais de 100 expositores entre fabricantes de máquinas agrícolas, vinícolas, estabelecimentos gastronômicos, além de feira concomitante com produtos locais e de fora de Monte Belo, a ExpoMonte. O evento também promoveu mais de 20 shows, com nomes como Os Monarcas e Nenhum de Nós, e realizou a 4ª Jornada Rural, direcionada ao aperfeiçoamento do produtor rural. “A festa é o lugar para mostrar a nossa força econômica, majoritariamente advinda da agricultura. A principal fonte de nossa economia está baseada na uva e no vinho, um legado dos imigrantes perpetuado em nossa comunidade e do qual nos orgulhamos em, mais uma vez, dividir com nossos visitantes”, disse o prefeito de Monte Belo, Adenir José Dallé.
Fonte: Exata COmunicação
Fotos: Augusto Tomasi
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