Em 27/05/1879 nossos antepassados italianos, Noé Pazzaia e sua esposa Maria Vendramini, desembarcaram do vapor América no Rio de Janeiro, na capital, antes de seguirem para Bento Gonçalves, onde se estabeleceram definitivamente. Vinham de Moriago Della Bataglia, sua terra natal na província di Treviso, na região do Veneto, na Itália, trazendo uma filha de 2 anos, Maria Pazzaia, em busca de uma vida nova na sonhada América.
A viagem realizada de navio demorou muitos dias, com muito cansaço, sofrimento e dificuldades; porém, traziam no íntimo a esperança de encontrar uma vida melhor. A nova terra por eles habitada foi Bento Gonçalves, na Linha Eulália. Trouxeram consigo apenas alguns pertences e muita vontade de trabalhar e de lutar no novo País, ainda pouco desenvolvido.
Naquele tempo tudo era difícil, mas os ascendentes italianos mostraram que com muito trabalho, tudo poderia mudar. Começaram a fazer a derrubada das matas, abriram estradas e construíram suas casas simples, feitas da própria madeira e da pedra abundante na região. Não havia nada, era necessário construir tudo. Todos trabalhavam: pai, mãe e filhos ainda pequenos.
Plantavam e criavam para sua própria subsistência e dedicavam-se principalmente ao cultivo da uva. Os imigrantes italianos, afeiçoados à viticultura por tradição e por vocação, a exerceram logo de início nas novas terras e até hoje vários Passaias mantêm seus parreirais em suas propriedades na Linha Eulália.
Uma história de muito sacrifício e trabalho, como conta Delsir Passaia, neto de Noé e filho de Abramo, que quando seus avós chegaram era tudo floresta. Na Linha Eulália, Noé construiu uma casa de pedra e madeira, falquejada com serra, machado, facão e marreta. Delsir diz lembrar muito bem que a nonna Maria contava que à noite as onças raspavam na casa e, assim, precisavam manter fogo acesso durante toda a noite para que os animais não se aproximassem.
Atualmente, um pouco abaixo de onde Noé se instalou, conserva-se a igreja de San Pietro, a escolinha onde a maioria dos netos estudava e a bodega onde os Passaias confraternizavam. Como sabemos, o bisneto de Noé e neto de Izaac, Raimundo Passaia e sua família, são proprietários do lugar e ajudam a cuidar deste precioso patrimônio histórico.
O sobrenome original de Noé e família é Pazzaia, com dois Z, mas que por erro foi trocado para dois S já nos primeiros documentos aqui no Brasil. A seguir, uma lista dos primeiros descendentes, isto é, dos troncos originados a partir de Noé e Maria:
1) Maria Pazzaia – nascida em Moriago dela Bataglia e casada com Pietro Francesco Gugiel
2) Isaac Passaia – nascido em Bento Gonçalves
3) Anibal Passaia – nascido em Bento Gonçalves e casado com Maria Moro
4) João Passaia – nascido em Bento Gonçalves
5) Pedro Passaia – nascido em Bento Gonçalves
6) Joana Passaia – nascida em Bento Gonçalves
7) Abramo Passaia – nascido em Bento Gonçalves
Os Passaias estão em várias partes do Brasil participando da história da imigração italiana no País. Em Bento Gonçalves, em especial, a família ajudou a construir a Capital Brasileira do Vinho, uma cidade em que a cultura dos imigrantes italianos é levada a sério e as tradições passam de geração em geração.
Fotos: Rádio Difusora
Em Pequim, RS Day reforça parcerias estratégicas do Rio Grande do Sul com a China
Segundou de Oportunidades: CIEE-RS inicia a semana com mais de 3,8 mil vagas de estágio e bolsas de até R$ 1,8 mil
Dom José Gislon – Um Rei fiel e servidor