Programação iniciou com a abertura da mostra “Corpo Negro que Baila”, no Museu do Imigrante
O Mês da Consciência Negra é o período onde se reforça atividades e ações de combate ao preconceito racial e ao pleno exercício cultural e social do povo negro. Cada vez mais, a agenda do cotidiano coloca em pauta espaços urgentes e necessários de voz, visibilidade e de protagonismos negros para celebrar e valorizar expressões próprias, que possibilitem aberturas para uma realidade mais justa e integrativa, com respeito, dignidade, igualdade e de empatia.
Na última quarta-feira (08), foi aberta no Museu do Imigrante a programação do Mês da Consciência Negra com a exposição “Corpo negro que baila”, sobre a trajetória artística de 48 anos de Moacir Corrêa. Teatro e dança se mesclam na vida profissional de Moacir Corrêa. Sua trajetória dedicada a esses dois universos trouxe diversos reconhecimentos, tendo iniciado sua carreira na década 70, onde estudava na Escola Polivalente, onde dançou pela primeira vez, e em seguida foi convidado para participar de uma peça teatral natalina. Nesses dois momentos, nasceu o artista, uma arte em permanente construção e evolução, e sendo negro, conseguiu transcender mais ainda a cena cultural.
O período de visitação é de 09 a 29 de novembro, no Museu do Imigrante – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto. O horário de visitação é de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e nos sábados das 8h às 12 e das 13h às 17h.
O coordenador do Movimento Negro Raízes, Marcus Flávio Dutra Ribeiro, destacou sobre as ações do Movimento e da importância do Mês da Consciência Negra.
“O mês de novembro é de reverência e referência ao Zumbi de Palmares. Tivemos ações e atividades de ocupação de espaços como levar a Cultura Negra, pela primeira vez, para uma loja maçônica e um painel realizado com a OAB de Bento Gonçalves e no final deste mês de novembro, o Movimento estará na OAB de Caxias do Sul. Adentramos o espaço corporativo na empresa Randon levando a pauta para seus colaboradores. É um avanço: levar a cultura negra onde não se levava. Também foi assinado um protocolo de cooperação de 05 anos para Educação nas Relações Étnico-raciais entre o Movimento e a Universidade Federal do Pampa. A consciência negra sempre será importante e necessária enquanto o ser humano for racista, preconeituoso e intolerante”.
Sobre a mostra “Corpo Negro que Baila”, Marcus Flávio comenta que “a homenagem é justa e necessária para este artista negro que tanto fez por Bento Gonçalves, e tantas vezes levou o nome da cidade para outros lugares e nós sentimos honrados em realizar esta exposição”.
O Secretário de Cultura Evandro Soares ressalta que “O Mês da Consciência Negra traz ênfase sobre uma cidadania cultural que precisa não só ser exercida em novembro, mas todos os dias. É preciso promover e difundir ações e atividades que auxiliem no pleno exercício cultural do povo negro, de forma que possamos ter uma sociedade mais integradora e respeitosa da diversidade, ampliando a visibilidade de seus direitos, conteúdos e valores”.
Palestra e 3º Encontro de Quimbandeiros
No dia 17 de novembro, às 19h, ocorre no IFRS, a palestra “O que comemoras no 20 de Novembro”, com os palestrantes, professor de História Tiago Martins Goulart e Babalorixá Saul Júnior D’Ogum Adiolá, e mediação da professora de História Letícia Schneider Ferreira. A palestra tem como proposta fazer uma reflexão sobre o que significa a data 20 de Novembro.
Tiago vai falar como historiador acerca da presença africana e afro-brasileira que é trabalhada dentro dos livros da área, focando inclusive na história do Rio Grande do Sul. Em seguida, Saul evoca a trajetória de sua família originária de Moçambique, na África. Ele é descendente de africanos escravizados, neto de Maria Cecília e Theodomiro Maiato, negros libertos do Vale do Rio Pardo, e fez um resgate documental de todos os seus antepassados. Na ocasião, vai levar materiais que retratam seis gerações no Brasil.
No dia 18 de novembro, ocorre na Praça CEU, às 15h, o 3º Encontro de Quimbandeiros. Conforme a presidente do Conselho de Povos de Matriz Africana, Odilia Mara da Rosa (Mãe Neca de Odé), do Ylê Odé Tindê, o 3º Encontro de Quimbandeiros “só reforça nossa luta em mostrar a diversidade, já que a religiosidade também faz parte da nossa Afrodescendência”.
Ainda, Mãe Neca de Odé, expressa boas expectativas para o encontro. “Já enviamos convites para diversas casas do município e região, e já tivemos algumas confirmações. Portanto, nossa expectativa é de casa lotada, isso demonstrará a união do Povo de Axé em Bento Gonçalves. Convoco todos os representantes de casas Axé, Quimbandeiros, Afro Umbandistas e Simpatizantes para realizarmos um grande evento, no sentido de mostrarmos que apesar das diversidades o Povo de Axé sabe ser unido”.
Em Bento Gonçalves, as atividades do Mês da Consciência Negra estão sendo promovidas pela Secretaria de Cultura em parceria com entidades como Movimento Negro Raízes, Sociedade 20 de Novembro, Abadá Capoeira, Conselho Municipal dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal do Rio Grande do Sul e Museu do Imigrante, entre outros.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
Fotos: Divulgação/Museu do Imigrante
Supermercadistas reconhecem os destaques do ano com o Carrinho Agas 2024
IBGE lança processo seletivo simplificado complementar com vagas em Bento Gonçalves, RS
EGR alerta para intervenções em rodovias da Serra e Hortênsias nesta semana