Escola de Artes Santo Elói: promovendo a arte da prataria em Bento Gonçalves

O trabalho com a prata, metal nobre, requer muita atenção e dedicação. Seu ofício possui uma ligação estreita com o ser humano, pois as peças são produzidas artesanalmente, sendo que cada uma traz uma história. E Bento Gonçalves conta com a Escola de Artes Santo Elói, sob a coordenação de Raul Sartor Filho, fundada em 2017, na Fundação Casa das Artes, que oferece cursos de prataria e já contou com alunos de diversos estados e nacionalidades.

O último curso foi de Cinzelado que “é uma escultura em chapas de metal sem tirar material” comenta o mestre prateiro Raul Sartor Filho. Ainda, Raul menciona sobre o perfil das pessoas que procuram o curso na “sua grande maioria são artesãos que trabalham com a Cultura Gaúcha ou que tem afinidade com ela, mas há joalheiros e também restauradores de peças antigas”.

Formado na última turma do Curso de Cinzelado, Webert Janssen, ourives de Juazeiro do Norte (CE), já tendo trabalhado com semijóias, há15 anos optou trabalhar com peças litúrgicas da Igreja Católica. “A parte de cinzelar me faltava para dar continuidade para os meus trabalhos. Conheci o Raul pela internet antes da pandemia com intenção de um dia ir a Bento Gonçalves fazer o curso”.

Webert gostou do curso que vai auxiliar no seu trabalho. “Estou satisfeito. Agora, praticar a arte. Produzo sacrários, castiçais, e quando são feitos com cinzelado, não tem igual. Foi uma semana intensiva e o curso vai me auxiliar bastante no meu trabalho”.

O administrador Cristiano Mosimann, de Brusque, Santa Catarina, tinha feito no ano passado já o Curso de Prataria Básica e retornou para fazer o de Cinzelado. “Sou colecionador de prataria crioula e sempre tive interesse de fazer algo manual. É um hobby que tenho. Bombas de chimarrão, cabo de faca, cabo de rebenque. Não sabia nada, nem por onde começar e hoje tenho minha oficina onde estão saindo boas peças”, ressalta.

O uruguaio Pablo Rigali é veterinário e começou a aprender há três anos sobre a prataria. Acabou gostando demais da área e montou uma oficina em sua casa, se dedicando meio período a Veterinária e meio período a ourivesaria. Pablo conheceu Raul Sartor Filho pelo Instagram e admira suas peças e estilo de trabalho.

“Na semana do curso aprendi muito. Me ensinou coisas além de cinzelar, montar peças e segredos do metal que ia demorar muito para aprender com a experiência. Faço peças relacionadas a Prataria Crioula como cabos e bainhas de faca, cabo de rebenque, fivelas, rastras, bombas de chimarrão, bocal de cuia”, destaca Pablo.

O mestre prateiro Raul Sartor Filho destaca a importância da Escola de Artes Santo Elói.“A escola nasceu com o intuito de resgatar, prover e difundir a arte da prataria luso-brasileira, da qual quase se extinguiu. Este ano completei vinte anos dedicados a este ofício e vejo o quão foi importante é transmitir meu conhecimento a outras pessoas que também tem afinidade com esta arte e que hoje, após o curso, trabalham diretamente na área ou complementam sua renda, além de fazer jus a proposta de nossa escola; resgatar, promover e difundir a arte da prataria”.

O próximo curso será de Prataria Básica, em março de 2024. Para mais informações é necessário entrar em contato com o mestre prateiro Raul Sartor Filho pelo telefone (54) 99942.6321.

Assessoria de Comunicação Social Prefeitura

Foto: Divulgação/Escola de Artes Santo Elói

PG

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