Bento Gonçalves comemora 133 anos de emancipação

No dia 11 de outubro de 1890, há exatos 133 anos, nascia o município de Bento Gonçalves, localizado na Encosta Superior do Nordeste do Rio Grande do Sul, a 124 quilômetros da capital Porto Alegre. A População estimada, segundo dados do IBGE  divulgados em junho, é de 123.151 habitantes. A cidade possui um relevo bastante acidentado, caracterizado por escarpas e vales e uma rica rede hidrográfica, sendo cortada por vários arroios. O principal rio é o Rio das Antas.

Para celebrar a data dos 133 anos de emancipação política e administrativa de Bento Gonçalves, está programado o evento de aniversário, que contará com uma apresentação especial da Esquadrilha da Fumaça, às 16h, na Fundaparque, com entrada gratuita. Em caso de chuva a apresentação será cancelada.

A partir das 18h30min será realizada a cerimônia da Via del Vino, com a apresentação do Coral da Fundação Casa das Artes e a banda Beatles no Acordeon. No dia 12 de outubro, na Via del Vino, será realizada a Festa das Crianças, das 13h às 18h. A cidade está promovendo também a Feira do Livro, que se estende até o dia 15.

Com o intuito de incentivar os produtores locais, a Prefeitura está preparando, para o dia 21, o Festival da Agricultura Familiar. A festa reunirá a excelente gastronomia da cidade, produtos agrícolas, além de uma série de apresentações culturais.

Vista do Centro de Bento Gonçalves no dia 9 de maio de 1915. À esquerda o atual Palácio Municipal Acervo: Museu do Imigrante

História de Bento Gonçalves

Em 1875 inicia a imigração italiana na Encosta Superior do Nordeste, originando as Colônias de Dona Isabel (hoje Bento Gonçalves), Conde D’Eu (hoje Garibaldi) e Nova Palmira (hoje Caxias do Sul).

A Colônia Dona Isabel (Bento Gonçalves), criada em 1870, já era conhecida como Região da Cruzinha, devido a uma cruz rústica, cravada sobre a sepultura de um possível tropeiro ou traçador de lotes coloniais. Era época do escambo, da troca de mercadoria por mercadoria. A Colônia Dona Isabel sediava um pequeno comércio no qual os tropeiros faziam paradas para descanso.

Em 24 de dezembro de 1875, os núcleos do Planalto começaram a receber novos imigrantes. Em março de 1876, o Presidente do Estado José Antonio de Azevedo Castro anunciava a existência de 348 lotes medidos e demarcados e uma população de 790 pessoas, sendo 729 italianos. Simultaneamente pioneiros oriundos do Tirol Austríaco e Vêneto chegaram à esplanada onde hoje está situada a Igreja Matriz Cristo Rei.

Atividades comerciais e abertura de estradas

Atual Praça Walter Galassi em 1922, quando se chamava ‘Praça Centenário’ O local foi inaugurado durante as comemorações do centenário da independência do Brasil Acervo: Museu do Imigrante

A troca, compra e venda de produtos era feita na sede da colônia, após longas caminhadas por estreitas picadas (trilhas abertas no meio da mata) demarcadas pelos próprios imigrantes. Entre os imigrantes havia ferreiros, sapateiros, marceneiros, alfaiates, carpinteiros, entre outros profissionais que estabeleceram seus negócios dentro de suas especialidades, atendendo às necessidades locais. O surgimento das construções das casas, dos instrumentos de trabalho e o mercado foram acompanhando o desenvolvimento da Colônia Dona Isabel e também as exigências que se apresentavam. Frente ao desenvolvimento, as condições das estradas foram melhorando e surgiram as primeiras carretas. Em cinco anos houve um acréscimo de quatro mil habitantes, entre nascimentos e novos imigrantes.

Em 1881 inicia a abertura da primeira estrada de rodagem ligando a Colônia Dona Isabel a São João de Montenegro (hoje Montenegro). O início do povoamento foi marcado por inúmeras dificuldades. Em 1877 a Colônia Dona Isabel sediava três casas comerciais, duas padarias, uma fábrica de chapéus e um total de 40 casas comerciais que ofereciam serviços e produtos diversos em todo o território da colônia.

Criação do município

O desmembramento da Colônia Dona Isabel do município de Montenegro foi oficializado pelo ‘Acto’ 474, de 11 de outubro de 1890, assinado por Cândido Costa, que constituiu o município de Bento Gonçalves. O nome foi dado em homenagem ao general Bento Gonçalves da Silva, chefe da Revolução Farroupilha, ocorrida no Rio Grande do Sul de 1835 a 1845.

Início do desenvolvimento

Bento Gonçalves deu seu primeiro impulso de progresso com a vinda da agência do Banco Nacional do Comércio e Banco de Pelotas. Entre os anos de 1919 e 1927 ocorre a instalação da luz elétrica, da estação transformadora e da rede de distribuição. É também inaugurado o Hospital Dr. Bartholomeu Tacchini.

Em 1950 a população era de 22.600 habitantes. As principais atividades econômicas eram as do setor agrícola. Contudo, começaram a surgir várias indústrias, como de acordeões, laticínios, móveis, curtume, fábrica de sulfato e vinícolas.

O presidente da república do Brasil General Humberto de Alencar Castelo Branco visitou a cidade de Bento Gonçalves e a I FENAVINHO em 25 de fevereiro de 1967. Na foto estão presentes o bento-gonçalvense General Ernesto Geisel, então Chefe da Casa Civil, e que de 1974 a 1979 se tornaria presidente da república e o prefeito de Bento Gonçalves Milton Rosa. Acervo: Arquivo Histórico Municipal

Projeção nacional

Em 1967 Bento Gonçalves passa por uma grande transformação, considerada um marco histórico. Com a colaboração de dinâmicas lideranças e a ajuda de toda a comunidade, surge a I Fenavinho, a Festa Nacional do Vinho. A  Fenavinho traz ao município pela primeira vez um Presidente da República, o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. A cidade passa por uma grande transformação, o principal produto e a força da economia de Bento Gonçalves foram divulgados em todo o Brasil, tornando a cidade conhecida nacional e internacionalmente. O município descobre a sua vocação para o turismo de negócios e começa a sediar eventos de grande porte no Parque de Eventos.
Fenavinho – Festa Nacional do Vinho

Bento Gonçalves atualmente

A cidade de  Bento Gonçalves é conhecida como  ‘Capital Brasileira da Uva e do Vinho’. É reconhecida pela força de sua economia e por ser um importante polo industrial e turístico do sul do Brasil.  O enoturismo, o turismo de negócios e eventos, e a diversidade de roteiros turísticos que a cidade oferece, levam o nome de Bento Gonçalves aos quatro cantos do país.

Bento Gonçalves é um polo moveleiro e vitivinícola conhecido nacional e internacionalmente. O polo moveleiro de Bento é a principal força no segmento industrial da cidade. Na área vitivinícola são inúmeros os atrativos turísticos que tornam Bento Gonçalves uma cidade de visita obrigatória da conhecida Região turística ‘Uva e Vinho’ na Serra Gaúcha. Bento é atualmente o principal destino enoturístico do país, sendo a pioneira no desenvolvimento do enoturismo no Brasil. O Vale dos Vinhedos é o principal destino enoturístico do Brasil e foi a primeira região a obter Denominação de Origem para seus produtos.

No segmento turístico acidade se destaca por suas grandes feiras e eventos e por vários atrativos turísticos que permitem ao visitante ter experiências únicas durante todo o ano.

*Com informações do Portal do município

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