Museu do Imigrante sedia exposição “Histórias que não se contam mais”, de Arielson Colombo

Mostra conta com 17 máscaras que representam o folclore da cultura italiana

A partir da próxima quarta-feira (04), o Museu do Imigrante sedia a mostra de Arielson Colombo, “Histórias que não se contam mais”. A exposição traz 17 máscaras que representam o folclore da cultura italiana, onde fábulas, mitos e lendas ganham “vida” pelas mãos de Arielson que realizou pesquisas em livros, letras de músicas e registros orais em uma busca que evoca os primórdios da imigração italiana e cristaliza um patrimônio simbólico de narrativas que acompanham essa cultura.

As máscaras expressam uma representação de características próprias de personagens, emoções, sentimentos, evidenciando um processo entre o concreto e o imaginário. E o seu primeiro personagem que interpretou foi o Sanguanel, há 20 anos, em desfiles e festas culturais. A cada edição um novo personagem ia surgindo, e desta forma surgiu a ideia de transformar estes personagens em máscaras de parede.

“E isso despertou meu interesse em saber mais sobre sua origem, suas características físicas e comportamento junto aos animais e pessoas. Assim, fui descobrindo que além do Sanguanel existe um repertório de personagens do folclore europeu que veio com os imigrantes italianos, só que com o passar dos anos foi deixado para trás por ser parte de uma cultura considerada pagã e primitiva. A religião predominante nestes períodos da imigração italiana fez questão de esquecer essas histórias”.

E tinha sido dado o ponto de partida para uma busca mais profunda, em suas origens. Arielson é natural de Farroupilha, mais precisamente da comunidade de Santos Anjos – 4º distrito, local de origem trentina.  “O meu olhar nas pesquisas sempre foi voltado ao repertório de personagens desta região, de sua bagagem cultural”, comenta. As pesquisas trouxeram referências de práticas culturais e artísticas há muito praticadas na região do Trento.

“Com essas pesquisas descobri que os trentinos têm uma tradição secular de máscaras folclóricas feitas em madeira. Estes festejos são feitos no período do inverno, nos filós onde as mulheres iam filar os fios de linho. E depois virou uma forma de encontro entre as famílias, rezar o terço, jogar cartas, fazer dressas de palha de trigo e isso cantando as canções antigas folclóricas, os nonos contam histórias dos personagens do bosque Nero, onde habitam estes personagens”.

Os personagens participaram de diversas festas como a Festa Nacional da Uva e Festa do Vinho Novo, Entrai, entre outros. Em 2023, na Fenavinho, participou representando o Ponto de Cultura Vale dos Vinhedos junto a outros participantes, “trouxemos para o desfile cultural da Fenavinho o Sanguanel e dois casais o Salván e a Bergostána com o objetivo de valorizar as oficinas feitas no Ponto de Cultura”, enfatiza Arielson.

As máscaras foram produzidas por meio da técnica papietage (camadas de papel com cola) e assemblage onde utiliza diversos materiais e objetos antigos e contemporâneos para ajudar a contar as histórias das lendas, “pensando sempre em reciclar, reaproveitar, ressignificar. A base é feita de argila após a papietage utilizando jornal, e os objetivos antigos que ajudam a contar as histórias dos personagens por meio destes objetos que são de uso comum para diversas etnias”.

Os personagens da mostra “Histórias que não se contam mais” são:
1 – Il Sanguanel
2 – Il Mazaról
3 – Il Salván
4 – La Befana
5- La Bergostána
6 – L’ Orco
7 – Il Diavoló
8 – Il Bilmón
9 – La Fate
10 – El Maghi
11 – Il Fantasma
12 – La Lumiera
13 – La Smara
14 – La Anguana
15 – La Viviane
16 – La Rache
17 – Krampus

Serviço
O que: “Histórias que não se contam mais”, de Arielson Colombo
Vernissage: 03 de outubro, às 19h
Período de visitação: de 04 a 31 de outubro
Horário de visitação: de terça a sexta-feira, das 8h às 17h, e nos sábados das 8h às 12 e das 13h às 17h
Onde: Museu do Imigrante – Rua Herny Hugo Dreher, 127, bairro Planalto

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