Público pode conferir as obras e interagir com a instalação “Escrita escondida”
A memória afetiva é a matéria-prima de diversas obras do mundo da arte e está espalhada no Salão Anastácio Orlikowski, da Fundação Casa das Artes, para o público interagir e apreciar na mostra “Escrita escondida”, de Marli Takeda. A artista visual traz para Bento Gonçalves um universo próprio cingido em sua própria vivência, com diálogo com a ancestralidade aliada com a técnica que evoca um projeto de conscientização e respeito ao meio ambiente.
A mostra, de teor abstrato, vai de encontro aos sentidos. Nessa interação, surgem processos de interpretação diversos, onde se expressa um dos verdadeiros valores da arte: de provocar reflexões. A materialização vem em formas compostas por películas adesivas, na instalação interativa. Ela trabalha com diversas técnicas, em cada suporte escolhido uma técnica, como monotipia, colagem, adesivagem, desenho, entre outras.
“A utilização das películas, começou quando eu fazia um trabalho de voluntária em um museu, deparei com esse material que era descartado. Como deste minha infância gostava de adesivos, esse material me interessou e acho que ele me escolheu. E comecei a usá-la na pintura, depois nas instalações interativas. Uso dois tipos de adesivos, de papel e de vinil, que são sobras de material gráfico, que são descartadas no acerto de cores, por exemplo”.
Marli Takeda evidencia que as obras foram criadas especificamente para esta exposição durante seis meses e todas são inéditas. “O intuito é cada pessoa possa formular a sua interpretação ou interpretações e cada um com a sua história, com a sua vivência. E isso é muito rico”.
A organizadora da mostra, Neiva Poletto, ressaltou a importância da mostra de Marli Takeda e do encontro com a arte. “Sabemos que a arte está em todos nós e cada um pode encontrar dentro de si. Qualquer tipo de arte está dentro do ser humano. Precisamos proporcionar as pessoas a capacidade de observar e criar uma nova concepção de vida, pois sabemos que através da arte poderemos mudar o mundo. Obrigada Marli por estar aqui hoje e proporcionar aos visitantes um momento ímpar com o encontro da arte”.
A presidente da Aaplasg Ivete Todeschini Menegotto ressalta que “quando abrimos para outros e outras linguagens, nós crescemos. Temos uma cidade que preza pela arte, pelo cultural. Quando entrei aqui, senti a interação com a exposição, com o belo, pois traz o humano numa época que se fala muito em inteligência artificial”.
Para a artista visual, Vildete Dalbelo Pessutto, a obra de Marli Takeda é superdiferenciada. “Conhecia a obra dela em São Paulo. Gosto do trabalho dela. É um trabalho pensante que tu chega, vai observar, vai olhar, e cada um chega a uma interpretação”.
Para a estudante de arte Julia Pasquali, que auxiliou na montagem da mostra, destaca que “a gente mais sente a obra dela. Ela traz as memórias afetivas dela e parece que acaba mexendo um pouco com nós e isso é emocionante. É muito importante termos essa exposição em Bento Gonçalves”.
Para o psicanalista Fabiano Massarro Salvador a instalação “proporcionou ao público uma experiência diversa do que é corrente em exposições de arte. A interação sensorial com o objeto artístico. Em especial a visão e o toque, em algumas de suas obras”.
Já nos quadros, Salvador destaca sobre a técnica. “Transitando entre a pintura e a monotipia/ trabalho intermediário entre desenho e gravura, a artista nos revela por meio de reminiscências e memórias de seus antepassados japoneses, de maneira original um microcosmo onde as imagens revelam até certa medida um complexo sistema onde o espectador tenta decifrar um belíssimo universo de imagens. As obras remetem a ideogramas japoneses, composições que lembram conexões filogenéticas, neuronais, celulares … belas e humanas”.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social Prefeitura
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