Caxias do Sul recebe a terceira edição de 2023 do Giro Pelo Rio Grande, da Fecomércio-RS

Ao cair da noite desta quinta-feira, 27 de julho, a terceira edição do Giro pelo Rio Grande, da Fecomércio-RS, reuniu cerca de 200 pessoas no auditório do CIC, em Caxias do Sul. O evento, que neste ano tem como tema “Brasil 2023: para onde estamos indo”, promoveu um debate sobre o novo governo e o cenário político-econômico, contando com a participação do cientista político Fernando Schuler e do consultor econômico, Marcelo Portugal. Os painelistas foram mediados pelo presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, e pelo economista e gerente de Relações Governamentais da Federação, Lucas Schifino.

A saudação inicial ficou por conta do presidente do Sindilojas de Caxias do Sul, Rossano Fernando Boff. Ele ressaltou a relevância da promoção de iniciativas como essa em diferentes regiões do RS: “Muito obrigado pela oportunidade de estarmos aqui ‘tri juntos’”, agradeceu. Logo após, a vice-prefeita de Caxias do Sul, Paula Iori, saudou os presentes e celebrou a vinda do evento para a cidade.

Especialistas avaliaram o cenário político-econômico

A primeira fala foi do consultor econômico Marcelo Portugal. Em seu painel, o economista explicou o que é necessário para a recuperação do país: “precisamos dar um choque de capitalismo, de iniciativa privada, só assim o país irá crescer”, disparou. Segundo ele, algumas transformações são fundamentais para o crescimento econômico do Brasil, tais como a privatização, a abertura da economia à competição externa, uma reforma trabalhista, a separação entre produção e provisão de bens públicos e o aumento de produtividade no setor privado.

Além desses tópicos, Portugal enfatizou a necessidade de uma reforma tributária ponderada e sensata. Sobre o tema, ele abordou pontos positivos da proposta que está em tramitação, como a criação de apenas dois tributos que proporcionarão uma padronização no país e o fato do tributo incidir sobre o consumo. Porém, o especialista se mostrou cauteloso ao afirmar que muitas variantes da reforma ainda estão em aberto por conta da lei complementar que deve regular diversas questões. De acordo com ele, um dos problemas da mudança proposta é “a possível briga entre setores, que irão se confrontar por conta das alíquotas diferenciadas que pagarão”, alertou.

O segundo painel da noite ficou por conta do cientista político Fernando Schuler. Ele apresentou um retrospecto da política brasileira a partir do período da redemocratização. Segundo ele, o “ziguezague” entre presidente e políticas de governo, desde então, é um dos principais problemas enfrentados pelo país. Planos de governo muito díspares e reformas mal conduzidas marcaram o cenário político nacional. Schuler apontou alguns pontos nos quais foram verificados avanços: reforma da previdência, reforma trabalhista, criação da lei das estatais e da privatização, implementação do teto de gastos e autonomia dada ao Banco Central. Porém, reforçou a preocupação com a meta fiscal imposta pelo atual governo. “O Brasil passou de uma agenda de reformas difíceis, para uma agenda de aumento da carga tributária. Isso para cumprir a meta fiscal”, afirmou. Ele explicou que, para alcançar o objetivo de déficit zero, a União precisará elevar em cerca de 7% sua receita – o que só será possível com mais tributos. Schuler vê com ainda mais cautela a reforma tributária que está em andamento, “É uma colcha de retalhos. A ideia era boa. Mas há muitas exceções e é uma reforma ultra centralizadora”, pontuou.

“Temos que ficar vigilantes”

Para encerrar, Luiz Carlos Bohn reiterou a relevância de debater as questões levantadas no evento. “Viemos mostrar a realidade. Ela assusta, mas nós temos que trabalhar com o material que temos e é isso que estamos fazendo aqui”, ponderou. Ele agradeceu novamente a participação maciça das entidades e sindicatos da região no encontro, reafirmou o trabalho feito pela Federação em prol do setor terciário gaúcho, como as ações realizadas com parlamentares, e agora com senadores, visando melhorias no texto da reforma tributária; e finalizou afirmando: “Temos que ficar vigilantes e continuar trabalhando”.

Denis Machado

Moglia Comunicação Empresarial

PG

 

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