Sindmóveis, entidade que representa as indústrias da região, projeta pequena retração
Quando fez o balanço do primeiro semestre de 2022, o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sindmóveis) viu com nitidez os efeitos que a instabilidade política e econômica global poderia causar às empresas do principal polo moveleiro do Brasil – agora, a previsão se confirmou. Com base em dados da Secretaria da Fazenda (Sefaz), do portal Comex State e de análises de mercado, a entidade projeta que o faturamento gerado pelas mais de 300 indústrias da região encerre o ano com retração nominal de 3,5% em relação a 2021, ficando em torno de R$ 3.1 bilhões. Ainda assim, esse desempenho é 40% maior do que o registrado em 2020 e 55% acima de 2019 (ano que antecedeu a pandemia).
O presidente do Sindmóveis, Vinicius Benini, explica que possivelmente a principal razão para a queda de receita foi o mercado externo, cujas vendas de janeiro a novembro deste ano apresentaram retração superior a 25%. “Atualmente a exportação é uma frente de atuação muito importante para as indústrias do polo, principalmente para o setor não se tornar dependente das condições que o mercado interno impõe. Acontece que países como Chile, Peru e Reino Unido, que são grandes compradores dos nossos móveis, enfrentaram períodos turbulentos em 2022 e reduziram bastante suas compras. Infelizmente toda a cadeia produtiva acaba sentindo esses efeitos de algum modo”, ressalta.
Benini pondera que a base de comparação é muito alta, visto que o ano de 2021 teve índices atípicos de crescimento no faturamento e nas exportações. “Passado o pico do Covid, que levou muitas pessoas a ficarem em casa e comprar móveis, o mercado mostra que está se reacomodando. Mais uma vez os empresários vão ter que estudar desafios, buscar parcerias, inovar processos e produtos, enfim, fazer a lição de casa para garantirem a solidez dos seus negócios”, comenta.
DE OLHO EM 2023
As estimativas para 2023 ainda não são exatas, pois muito dependerá das ações do novo governo. Expansão do crédito, taxas de juros mais competitivas e redução do desemprego são fatores que podem reaquecer as vendas no mercado interno. Para as exportações, espera-se que os países se reequilibrem para comprar em maior volume. De todo modo, a tendência é que o primeiro semestre seja estável para o setor moveleiro, com possibilidade de reação no segundo semestre.
Um dos motivos para o otimismo é a realização conjunta das feiras Fimma e Movelsul, que reunirão cerca de 500 marcas expositoras dos mais diversos segmentos da cadeia de madeira e móveis. O evento ocorrerá de 28 a 31 de agosto, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, atraindo visitantes de todo o país e do exterior em busca de bons negócios.
O POLO EM NÚMEROS
Empresas: mais de 300
Empregos: 6.646
Faturamento parcial (janeiro a outubro de 2022): R$ 2,6 bilhões
Faturamento total 2021: R$ 3.226.214.516,51
Faturamento total 2020: R$ 2.231.166.429,91
Faturamento total 2019: R$ 2.012.624.917,76
Volume parcial de exportações (janeiro a outubro de 2022): US$ 44,8 milhões
Total de exportações em 2021: US$ 75,1 milhões
SOBRE O SINDMÓVEIS
O Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves foi criado em 1977 para representar o polo moveleiro dos municípios de Bento, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza. A entidade atua amarrando as pontas da cadeia de modo que todo o setor possa se desenvolver com consistência e proposição de valor. Um trabalho que não se limita à Serra, pois projetos como a feira Movelsul, o Prêmio Salão Design e o Orchestra Brasil são de amplitude nacional e internacional.
Augusto Vasconcelos
Assessoria de imprensa
PG
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