Terminou na última sexta-feira, dia 4, em Ensenada, no México, o 43° Congresso da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). Mais de 600 profissionais do mundo do vinho se reuniram desde a segunda-feira, 31, para compartilhar informações sobre novas tecnologias, mudanças climáticas, entre outros assuntos importantes para o setor vitivinícola mundial.
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) participou do encontro com um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Referência Enológica Evanir da Silva (LAREN), em cooperação com a Universidade de Caxias do Sul e servidores da Secretaria, sobre o “Monitoramento de ocratoxina A em sucos de uva e vinhos do Brasil”.
O estudo
A pesquisa buscou detectar a presença de ocratoxina A (OTA) em 210 amostras comerciais brasileiras (107 sucos de uva e 103 vinhos). A OTA é uma micotoxina formada naturalmente em alimentos e bebidas e que tem características carcinogênicas, nefrotóxicas, imunotóxicas e teratogênicas. Como a OTA foi relatada em vários estudos como contaminante de uvas, vinhos e sucos de uva, as agências reguladoras realizaram avaliações de risco para determinar o efeito do consumo desta micotoxina na saúde humana.
Todas as amostras pesquisadas apresentaram concentrações abaixo do limite estabelecido pela legislação (2 μg L-1) e, a maioria das amostras (99 %), apresentou valores abaixo do limite de detecção (0,12 μg L-1). A conclusão do estudo, a partir destes resultados, é o baixo risco de exposição à OTA pelo consumo de vinhos e sucos de uva brasileiros.
O estudo foi desenvolvido pela consultora do LAREN, Fernanda Spinelli, que está no Congresso, por Ana Paula Drehmer, da Universidade de Caxias do Sul (UCS), e por Caren Cavichioli Lamb, Plínio Manosso e Fabíola Boscaini Lopes, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
“Esse estudo da ocratoxina A e outros estudos muito importantes em nível nacional e internacional, são executados no LAREN, laboratório que é referência em enologia do país”, afirma Caren Lamb, gerente da qualidade da instituição.
“O alto nível dos trabalhos apresentados demonstra a importância da pesquisa e da divulgação de resultados para o setor se manter atualizado em meio aos constantes avanços tecnológicos e demandas de novas técnicas para combater as consequências das mudanças climáticas que vêm ocorrendo expressivamente, gerando grande preocupação”, destaca Fernanda Spinelli.
O Congresso termina hoje (4/11), com reuniões do Comitê Executivo e da Assembleia Geral. Quatro resoluções estão sendo propostas pela delegação brasileira, relativas à inclusão da definição de néctar de uva e métodos analíticos para o controle dos sucos de uva. Entre elas, a determinação de ocratoxina A em suco de uva, suco de uva reconstituído, suco de uva concentrado e néctar de uva, por coluna de imunoafinidade e cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com detector de fluorescência.
As outras três propostas são a definição de néctar de uva e néctar de uva gaseificado, a determinação da acidez volátil em suco de uva, suco de uva reconstituído, suco de uva concentrado e néctar de uva e o método de determinação da razão isotópica 18O/16O da água em suco de uva.
“Como delegada científica do Brasil, estou muito satisfeita com as quatro resoluções que estão sendo avaliadas hoje na Assembleia Geral, resultado de um trabalho iniciado em 2016, que marca a inclusão de mais previsões para o suco de uva, produto de extremo valor socioeconômico para o nosso país” avalia Spinelli.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social / Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural
Foto: divulgação Seapdr
(KPJ)
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