Setor registra crescimento no faturamento e leve queda nas exportações, mas se mostra mais forte do que antes da pandemia
O setor moveleiro do Rio Grande do Sul é, mais uma vez, um bom case de resiliência. Isso porque, apesar de fatores como inflação, redução do poder de compra dos brasileiros e instabilidade econômica mundial, os móveis gaúchos registraram faturamento acima de R$ 8.4 bilhões (R$ 8.439.832.454,81) nos nove primeiros meses de 2022 – alta de quase 4% no comparativo com o mesmo período do ano anterior, segundo informações da Sefaz analisadas pela Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). Ampliando a comparação com janeiro a setembro de 2019, antes da pandemia, o desempenho teve alta nominal de 55,5%.
O recorte de janeiro a agosto de 2022 aponta queda na produção física do setor moveleiro e no volume de vendas do comércio varejista de móveis, mas, ainda assim, há uma elevação da receita nominal acima da inflação. Na avaliação do presidente da Movergs, Rogério Francio, tal cenário tende a mostrar que ainda existem resquícios de aumento dos custos de produção – impactando os preços finais. “Importante destacar que aumento no faturamento não necessariamente significa maior lucro para todas as indústrias, pois é preciso considerar variáveis como carga tributária, custos, posicionamento da empresa, entre outros. A expectativa é que as vendas de final de ano reaqueçam o setor no mercado interno, permitindo encerrar 2022 de modo mais otimista”, acrescenta.
A geração de empregos também tem saldo positivo. Conforme dados do Caged, a cadeia moveleira do Rio Grande do Sul criou 15 novas vagas de trabalho entre janeiro e setembro deste ano, totalizando 37.445 profissionais em atividade. Ainda que tímido, o avanço demonstra que o setor continua movimentando o mercado de trabalho e a economia brasileira.
EXPORTAÇÕES
Relevante frente de atuação para as indústrias de móveis gaúchas, as exportações sentem os impactos da crise econômica global gerada por fatores como pandemia, guerra na Ucrânia e incertezas em países como Chile e Reino Unido. De janeiro a setembro, as vendas de móveis produzidos no estado apresentaram retração de 6,8% na comparação com igual período de 2021. Dos 10 principais destinos de exportação dos mobiliários gaúchos, quatro reduziram suas compras: Chile, Peru, Reino Unido e Panamá.
O diretor Internacional da Movergs, Marcelo Haefliger, pondera que a base de comparação 2022/2021 é muito alta, visto que, no ano passado, o crescimento das exportações foi atípico. “Tivemos um ápice histórico de produção, vendas e faturamento, mas foi um desempenho pontual, ou seja, não reflete a realidade do setor ano a ano”, explica.
A boa notícia, considerando o cenário atual, é que as exportações em 2022 se mantêm muito acima do que foi registrado no mesmo período de 2019, que antecedeu a pandemia. “Até setembro de 2022, o Rio Grande do Sul exportou 62,6% a mais em relação a 2019. Esse comparativo mostra que o setor moveleiro se reinventa em meio às dificuldades e é capaz de ganhar ainda mais força – inclusive no mercado internacional”, afirma Haefliger.
Augusto Vasconcelos
Assessoria de Imprensa
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