Os tons de verde iluminaram o Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini, para celebrar, nesta terça-feira (27/0), o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Organizada pelo governo do Estado por meio da Secretaria da Saúde e do Gabinete da Primeira-dama, para homenagear as equipes de trabalho, ONGs e entidades que atuam no processo de doação, captação e transplante de órgãos no Rio Grande do Sul, a cerimônia emocionou convidados e autoridades chamando atenção para a causa.
“O Rio Grande do Sul tem hoje mais 2,5 mil pessoas aguardando por um transplante. Cada uma delas espera pelo sim de uma família para receber uma nova chance de viver. A conscientização sobre a doação de órgãos representa vidas sendo salvas. É fundamental que o doador converse com os seus familiares e manifeste a sua vontade em vida. Doar órgãos é um ato de amor e generosidade”, disse o governador Ranolfo Vieira Júnior.
A primeira-dama Sônia Vieira agradeceu aos profissionais envolvidos em todo o processo de doação e às famílias dos doadores. “Aqui falamos de vida. Vida que pulsa e que não passa em branco. Essa vida passa pelas equipes que fazem a busca pelos possíveis doadores, que fazem a abordagem às famílias com respeito e empatia, pelas equipes médicas que estão em constante aperfeiçoamento, pelos hospitais que realizam esses procedimentos tão complexos e pelas Ongs parceiras”, afirmou. “Mas a vida que pulsa, está no doador. É ele que faz com que todas essas equipes se unam e façam a engrenagem rodar. Por isso, o meu agradecimento especial às famílias que acolhem o pedido de seus entes queridos, para que essa roda siga girando em favor da vida”, acrescentou Sônia.
Familiares e transplantados
Um dos momentos de maior emoção da cerimônia foi marcado pela participação de Luciana Feijó, familiar de um doador, e James Cassiano da Silva, que recebeu um transplante de coração. Ambos também receberam homenagens pelo apoio em campanhas pela doação.
‘Não posso responder pelas famílias que dizem não, mas posso dizer pela minha, que disse sim. Houve uma abordagem empática, acolhedora e esclarecedora feita pelos profissionais do Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre, e o total entendimento de morte encefálica, mesmo diante de um corpo que parecia estar vivo. Espero que, com a nossa história, consigamos inspirar a sociedade a ofertar os órgãos, dando uma nova oportunidade de vida para quem está na lista de espera, porque se há um ato de maior bondade e generosidade do que a doação de órgãos, eu desconheço”, disse Luciana.
James contou que o transplante recuperou a saúde que tinha antes de adoecer. Em 2019, quando sofria com insuficiência cardíaca, seu coração chegou a ter apenas 10% de capacidade. “Sou produto do amor desta família que disse sim. Doar órgão salva vidas e é o maior ato de amor que você pode ter. Você diz sim para a doação, e o seu ente querido continua vivo, na sua memória e em outras pessoas também”, afirmou.
O cirurgião cardíaco Ivo Abrahão Nersalla, falecido em 2020, responsável pelo primeiro transplante de coração realizado no RS, em 1984, recebeu uma homenagem póstuma. O médico também implantou o primeiro coração elétrico do Brasil, em 1999. Para completar as homenagens ao cirurgião, patrono das artes e presidente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre por mais de 30 anos, o quarteto de cordas da Ospa fez uma apresentação.
Fila de espera
Atualmente, a fila de espera para transplantes no Rio Grande do Sul é de 2.544 pessoas. Em média, 40% das notificações de mortes encefálicas não são aproveitadas para transplantes no Estado pela falta da autorização familiar. De acordo com a legislação brasileira, a liberação da retirada dos órgãos para o transplante depende da autorização de familiares de primeiro grau ou cônjuges.
Por isso, o evento desta terça-feira também propôs uma reflexão sobre a necessidade da comunicação acerca do tema no ambiente familiar, incentivando a manifestação do doador para os seus familiares sobre o desejo de ter seus órgãos doados.
“Esse ato de hoje é sobre a valorização das equipes dos nossos hospitais, que fazem não só a busca ativa de captação de órgãos, como também os transplantes por meio do trabalho de uma equipe multiprofissional. E por ser o dia nacional de mobilização pela doação de orgãos, estamos aqui para chamar a atenção da sociedade para essa causa. Um doador pode salvar até oito vidas. Gostaríamos de sensibilizar a todos, para que as famílias, de forma consciente e em um ato de amor, possam doar os órgãos de seus entes queridos para salvar vidas”, disse a secretária Arita Bergmann.
Os homenageados:
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Representando a organização de procura de órgãos 1, OPO1, sediada na Santa Casa de Porto Alegre, a médica intensivista Fernanda Paiva Bonow
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Representando a Comissão Intra-hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos (CIHDOTT) do Hospital Pompeia, o técnico de enfermagem Renan Zuccolotto
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Representando a CIHDOTT do Hospital Pronto Socorro de Canoas, a médica Caroline Salim Boneberg
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Representando a CIHDOTT do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, o médico Ronei Anzolch
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Representando a CIHDOTT do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, o médico Valter Duro Garcia
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Representando a CIHDOTT do Grupo Hospitalar Conceição, o médico Roberto Schlindwein
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Representando a ONG Via Vida, a vice-presidente de relações institucionais, Noemia Gensa
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O médico nefrologista Valter Duro Garcia, chefe da equipe de transplante renal e coordenador hospitalar de transplante da Santa Casa de Porto Alegre
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O médico Paulo Roberto Reichert, chefe do serviço de transplante hepático do Hospital São Vicente, de Passo Fundo
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O médico José de Jesus Camargo, diretor do centro de transplantes da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Fonte: Governo/RS
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