No circuito de agendas com os candidatos ao governo gaúcho, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves recepcionou o ex-governador Eduardo Leite nessa sexta-feira, 02 de setembro. O agora candidato ao Piratini explanou sobre suas propostas e também recebeu uma lista de reivindicações assinada pelo CIC-BG. “Nosso papel como entidade em prol dos interesses da classe produtiva é fazer parte desse debate e conhecer como nosso Estado terá maior arrecadação sem aumento de impostos”, destacou a presidente da entidade, Marijane Paese.
Durante sua fala, Leite se deteve sobre os avanços conquistados em seus poucos mais de três anos como governador – ele anunciou a renúncia ao cargo no dia 31 de março. Ele destacou as reformas estruturantes – previdenciária, tributária e administrativa –e o ajuste fiscal promovidos para equacionar o caixa do Estado, que fechou as contas no azul pela primeira vez em 2021 depois de12 anos. Também reforçou a retomada da capacidade de investimento do Estado, em parte em decorrência de privatizações, concessões e parcerias público-privadas. “Temos enormes desafios, nosso Estado tem uma estrutura antiga que precisou de reformas e ainda precisa de ajustes para obter a sua melhor performance com o propósito de melhorar a qualidade de vida das pessoas”, disse Leite.
O ex-governador disse que, agora, com as receitas equilibradas, pode começar um novo ciclo de governo. “A partir dessa base, agora podemos começar o primeiro dia de governo sem apagar incêndio, conseguindo avançar mais rapidamente”, comentou. E, nesse sentido, anunciou suas cinco prioridades, caso volte ao Palácio Piratini: melhorar a qualidade da educação; tornar o RS referência em atendimento de saúde; combater a pobreza; apoiar o agronegócio e a agricultura familiar; e crescer com inovação, transição energética e sustentabilidade.
Dessas, Leite considera a educação o carro-chefe do novo governo. “Tem que ter capacitação de professores, infraestrutura para escolas, tecnologia acoplada e parceria com universidades com ensino técnico e, aqui, é preciso a articulação com as entidades que representam os setores econômicos para fazer a capacitação dos jovens naquilo que é mais demandado na economia local, e não no que é mais fácil prover”, observou.
Leite também quer utilizar a vocação em saúde do Estado, através de suas instituições formadoras e parques tecnológicos, para que o RS seja referência na área não só em prestação de serviço, mas também em inovação e geração de valor. Disse que vai atacar a pobreza, especialmente a infantil, para oferecer perspectiva de futuro a essas crianças. “Não adianta só escola e computador se ela passa fome e a família não provê as mínimas condições para seu desenvolvimento”, comentou.
No agronegócio e na agricultura familiar, quer rever as burocracias para facilitar a licença ambiental sem comprometer o meio ambiente, e explorar o potencial das matrizes de energia renovável para crescer com sustentabilidade, apoiado em parcerias com universidades e apoio a startups.
Depois de sua exposição de ideias, Leite recebeu uma carta com demandas locais, regionais e estaduais elencadas pelo CIC-BG para alavancar o desenvolvimento econômico do Estado. Duas delas dizem respeito a temas em que a entidade tem dedicado esforços para acelerar a inovação e minimizar os impactos da falta de mão de obra especializada.
Além dos tópicos, considerados estratégicos pelo CIC-BG para aumentar a competitividade dos negócios, são elencados motivos para suprimir produtos do sistema de substituição tributária, que atualmente traz mais custos para as indústrias e afasta o Rio Grande do Sul da concorrência.
A carta ainda aponta outras importantes necessidades, como melhorias de infraestrutura no interior e no aeródromo do município, estímulo ao turismo e a projetos esportivos e culturais, além de um sistema educacional mais preocupado profissionalizante.
Fonte e fotos: CIC-BG
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