Candidatos ao Senado mostram suas ideias na FEDERASUL

Seis aspirantes ao cargo respondem a perguntas feitas com a ajuda das filiadas no segundo painel eleitoral promovido e recebem as proposições da entidade

Seguindo o ritmo das eleições,  o Tá na Mesa da FEDERASUL desta quarta-feira (17) reuniu seis candidatos ao Senado nas próximas eleições. Neste pleito, eles concorrem a apenas uma vaga para representar o Rio Grande do Sul no Senado Federal. Airto Ferronato (PSB); Ana Amélia Lemos (PSD); Comandante Nádia (PP); Hamilton Mourão (Republicanos), Olívio Dutra (PT) e Professor Nado (Avante), em ordem alfabética, participaram de um painel dividido em três blocos, onde responderam a perguntas da entidade que foram definidas em sorteio e apresentaram suas considerações iniciais e finais.

Ao abrir o evento, o presidente da FEDERASUL Anderson Trautman Cardoso disse que é preciso levar o desenvolvimento e a inovação para todas as regiões do Estado, “valorizando suas potencialidades, mas integradas a um projeto com foco em um futuro melhor para o povo gaúcho”.

Com essa visão, o presidente da FEDERASUL entregou a cada um dos candidatos documento contendo as proposições da entidade, elaboradas por membros do Conselho com a participação das filiadas, com as pautas identificadas como fundamentais para incrementar o desenvolvimento econômico e social do Rio Grande do Sul, organizadas em cinco blocos: educação, saúde e segurança; equilíbrio fiscal; modelo de gestão; política de desenvolvimento e inovação.

Veja a seguir, em ordem de sorteio, as respostas dos candidatos

Pergunta: Um dos grandes problemas do Rio Grande do Sul ao longo dos últimos anos tem sido a falta de água, que afeta diretamente a agricultura, responsável por cerca de 40% do PIB gaúcho. No Senado, qual será sua proposta para o tema (armazenamento, irrigação, políticas, incentivos, etc.)?

Hamilton Mourão: Precisamos buscar investimentos para irrigar nossas terras e uma das alternativas é fazer uma profunda verificação nas renúncias fiscais. Se recuperarmos R$ 50 bilhões dos R$ 370 bilhões hoje perdidos teremos condições de investir esses valores na construção de barragens e açudes. Outra possibilidade é adquirirmos tecnologia para a distribuição correta das águas do Aquífero Guarani. Precisamos encontrar alternativas para quem produz, nosso agro não pode ser afetado pela seca, finalizou.

 

Pergunta: O Brasil é um dos países que mais gasta com salários e previdência dos servidores públicos no mundo. Como apoiará a Reforma Administrativa? Caso positivo, com qual conteúdo?

Comandante Nádia: Temos que buscar o equilíbrio das finanças, equiparando as despesas com as receitas. A reforma administrativa precisa avançar com um olhar mais justo. E depois dela precisamos avançar na reforma tributária, combater a pirataria, os gastas exacerbados, os maus pagadores. Além disso, a reforma precisa estar pautada na fiscalização. Somente assim, com um trabalho árduo conseguiremos criar um ambiente amistoso para quem quer empreender.

 

Pergunta: Infraestrutura é fator essencial para o desenvolvimento. Como  pretende contribuir para melhorar a infraestrutura no Estado?

Professor Nado: Para recuperarmos a capacidade de investimentos precisamos rever a dívida do Estado com a União. Acredito que o Estado já pagou quatro vezes o valor original da dívida e isso é inadmissível. Sendo assim, não temos como tratar de investimentos sem equacionar a dívida. O próprio governo armou uma armadilha e promoveu o estrangulamento das finanças do Rio Grande do Sul. Teve tempo e não resolveu, apenas colocou sua mão severa sobre os servidores, acabando com planos de carreira.

 

Pergunta: A alta carga tributária é um grande inibidor do desenvolvimento. No Senado, apoiará a Reforma Tributária? Em caso positivo, com qual conteúdo?

Ana Amélia: a reforma tributária é crucial e deve ser tratada com racionalidade. Diante da complexidade dos temas, se não fizermos a reforma administrativa e a reforma tributária no início da gestão dificilmente conseguiremos fazer depois. Existem muitos conflitos de interesses entre União, Estados e Municípios que precisam ser enfrentados. Além disso existem também conflitos entre diferentes segmentos da economia que precisamos enfrentar.

 

Pergunta: A geração de emprego é a melhor política social de um governo. No Senado, como pretende contribuir para incrementar a competitividade das empresas gaúchas, bem como para que o nosso Estado possa manter e atrair mais investimentos, nacionais e internacionais?

Airto Ferronato: acredito que precisamos aumentar a competitividade das empresas gaúchas através de mais investimentos para o Estado. Defendo duas grandes molas, investimentos em cursos profissionalizantes que atendam as necessidade das comunidades em que estão inseridas as escolas e uma política de preservação das pequenas empresas. Atualmente 95% das micro vão à falência ao completarem três anos de existência.

 

Pergunta: Em 14 anos (2007-2011), o Rio Grande do Sul caiu da 3ª para a 15ª no ranking da educação pública no país. A taxa de abandono escolar em 2021 cresceu, se comparada ao ano anterior, e no RS ficou em 10,7%, considerando apenas a rede pública de ensino. O índice, segundo os dados do Instituto de Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é quase o dobro da média nacional, que registrou 5% de abandono no mesmo período considerando todas as escolas (e 5,6% analisando somente instituições públicas). Considerando esse contexto, no Senado, como pretende trabalhar para melhorar a educação no Estado?

Olívio Dutra: Precisamos de educação pública de qualidade em todos os níveis. Para isso devemos pensar em desenvolvimento integrado equipando bibliotecas e laboratórios. Além disso temos que criar parcerias com as comunidades onde as escolas estão localizadas e também com as redes de escolas privadas. Temos que investir em boa e justa remuneração para os professores e ainda na infraestrutura em torno das escolas. Tudo isso para que os alunos possam crescer em ambientes com democracia social e distribuição de renda.

Proposições

O documento de 10 laudas foi elaborado pelo Conselho da entidade com a participação das filiadas. Chamado “Proposições aos candidatos ao Senado pelo Estado nas eleições 2022”, registra as pautas prioritárias em temas que a FEDERASUL entende fundamentais para incrementar o desenvolvimento econômico e social no Estado e no País.

A entidade, que reúne as forças produtivas de todos os setores da economia gaúcha (com quase 180 filiadas no RS), detalha as pautas prioritárias em temas eleitos fundamentais para incrementar desenvolvimento econômicos no Estado e no País. As proposições foram organizadas em cinco blocos e especificadas em cada item: educação/saúde/segurança; equilíbrio fiscal; modelo de gestão; políticas de desenvolvimento e inovação. Entre as proposições, a entidade incluiu também um novo item outras com duas recomendações: priorizar por soluções para a falta de água no Estado e buscar alternativas para o Banrisul, que tem perdido significativamente, valor de mercado ao longo dos últimos anos.

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