A Associação de Apoio a Pessoas com Câncer (Aapecan), se soma aos esforços internacionais da Campanha Julho Verde, para debater o mês de conscientização ao Câncer de Cabeça e Pescoço. O dia 27 de julho é data mundial da temática que em 2022 está na 6ª edição no Brasil. A mobilização foi lançada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), da União Internacional para o Controle do Câncer, do governo brasileiro, e demais entidades, entre elas, a Aapecan.
Na Associação, atualmente são 4.293 usuários com cadastros ativos em todo o Estado, desse número, 687 possuem o diagnóstico de Câncer na região da cabeça e pescoço. Ou seja, 16% dos acolhidos na Associação pertencem a esse grupo de acometidos pela doença, o principal motivo da instituição ampliar o debate para a temática no ano de 2022. Além disso, outros indícios reforçam a importância do assunto, como a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que alerta para 36.620 novos casos de Câncer de cabeça e pescoço em 2022, sendo 19.480 em homens e 17.140 em mulheres.
Ao longo do mês, a instituição abordará o assunto na imprensa, nas redes sociais e em ações temáticas de conscientização para se prevenir deste tipo de doença oncológica. A Aapecan, reforça as informações de prevenção indicadas pela Associação Médica Brasileira (AMB), como: manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, manter a higiene bucal em dia, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, usar protetor solar e parar de fumar – sendo, este último, uma das principais maneiras de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe.
Ana e o diagnóstico silencioso
Ana Laura de Oliveira, 30 anos, é psicóloga da Aapecan na Unidade de Santa Maria. Ana descobriu o diagnóstico do Câncer de tireoide de uma forma muito sutil. Foi em setembro de 2020 ao realizar exames de rotina, e sem possuir sintoma físico, que ela teve o diagnóstico: “durante realização de exames de sangue a dosagem dos hormônios estavam perfeitas, todavia, uma médica de outra área me relatou se já havia realizado ultrassom de tireoide (eu, como boa parte da população, nem tinha conhecimento). Nele o diagnóstico foi certeiro”, explica ela.
Ana relata a sensação ao saber da notícia: “um ‘soco no estômago’. Eu era, na época, psicóloga residente em um Hospital de Santa Maria. Ou seja, trabalhava com o tripé profissional-paciente-família diariamente e agora a paciente seria eu. Todas as fases que acompanho os pacientes, era naquele momento, eu que teria de enfrentar. Passei por todos momentos de luto como negação, raiva, barganha, até a aceitação de que o Câncer não era meu, ele estava comigo naquele momento e só”.
“Um remédio sem dosagem limitada” é como ela define o apoio dos amigos e familiares durante o tratamento oncológico, tanto pela visão técnica-profissional, quanto pela visão de quem está enfrentando a batalha. A psicóloga acredita que a Campanha do Julho Verde é importante para o diagnóstico precoce e prevenção a uma doença, muitas vezes, silenciosa.
Entenda a data:
Em 2014, o 5º Congresso Mundial da Federação Internacional das Sociedades Oncológicas de Cabeça e Pescoço que ocorreu na cidade de Nova Iorque (EUA), elegeu o dia 27 de julho como a data de conscientização sobre o Câncer de cabeça e pescoço. O debate sobre o assunto ganha ainda mais força esse ano, uma vez que a Lei nº 14.328, de 20 de abril de 2022 institui julho como o Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço.
Fonte: Aapecan
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