A convite da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves, ginecologista Cidia Mazzoccato alerta para a necessidade de as mulheres usarem proteção nas relações sexuais e realizarem exames rotineiros. Doença pode ser diagnosticada precocemente evitando a evolução para o óbito
Poucos tipos de câncer são tão fáceis de prevenir quanto aquele que atinge o colo do útero. Porém, os diagnósticos desse tipo de doença crescem de forma alarmante e preocupante. “Estamos diante de um problema de saúde pública e precisamos sensibilizar a sociedade a fim de salvar vidas. Muito melhor do que tratar uma doença é evitar sua incidência. A Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves tem trabalhado com muita ênfase nesse quesito, do cuidado com a saúde, da adoção de estilos de vida saudáveis. Claro que estamos e estaremos sempre de portas abertas para oferecer acolhida e assistência aos pacientes diagnosticados e seus familiares, mas nosso maior desejo é que as pessoas não adoeçam”, explica a presidente da entidade, Maria Lúcia Gava Severa.
O câncer do colo do útero é a terceira causa de morte entre as mulheres. Entretanto, pode ser evitado se forem observadas regras básicas de proteção: vacinação, uso de preservativos durante as relações sexuais e realização de exames citopatológicos periódicos (o Papanicolau, que deve ser feito anualmente por todas as mulheres com vida sexual ativa).
O principal causador do carcinoma do colo do útero é um vírus transmitido sexualmente, o Papiloma Humano (HPV). “Esse agente é totalmente evitável por meio da vacinação e pelo uso de preservativos, tanto masculinos quanto femininos, motivo pelo qual as mulheres, independentemente da idade, devem ter como regra adotar seu uso. A camisinha evita a transmissão do HPV. Combinando esse método, a vacinação e a realização do exame citopatológico anual, elas eliminarão as chances de ter esta doença que é tão devastadora”, explica a ginecologista e mastologista Cidia Mazzoccato, profissional formada há 23 anos na Universidade de Caxias do Sul e com residências médicas em Porto Alegre (ginecologia) e São Paulo (mastologia).
Os cuidados precisam começar cedo e seguir pela vida toda. A primeira recomendação, e uma das mais importantes para as meninas que estão iniciando a vida sexual, é realizar a vacinação contra o HPV, oferecida na rede pública de saúde e disponível para jovens com idade a partir dos nove e até os 13 anos. “As mães devem levar suas filhas para fazer a vacina porque ela evita o câncer do colo do útero, e o momento para isso é antes de elas iniciarem a vida sexual”, explica Cidia.
As mais jovens também estão entre as de fator de risco. “Tem sido cada vez mais comum a constatação de lesões pré-malignas entre mulheres que estão iniciando a vida sexual. A maioria, felizmente, não evolui para o câncer porque são diagnosticadas com o problema e fazem o tratamento adequado. Isso reforça a importância para o cuidado que a mulher deve ter, realizando sempre o exame citopatológico. É através dele que se diagnostica as pequenas lesões causadas pelo HPV, que evoluiriam para um câncer se não fossem detectadas precocemente”, enfatiza.
O avançar dos anos não significa o abrandamento dos cuidados: as mulheres após a menopausa têm apresentado maior índice de lesões pré-malignas de HPV, de acordo com a média. “São pessoas que estão retomando a vida sexual, em muitos casos com novos parceiros, e que acabam esquecendo de tomar os cuidados necessários. Eles continuam sendo indispensáveis, já que o câncer do colo do útero impacta mais as mulheres a partir da quarta e quinta décadas de vida”, acentua.
Outro alerta que reforça a necessidade da prevenção é o fato de a doença estar, muitas vezes, escondida no útero, ambiente altamente favorável ao vírus do HPV, sem que se manifeste de forma agressiva por um bom tempo. “Se estas lesões não forem diagnosticadas e se não houver um tratamento preventivo, quando a mulher estiver na faixa dos 40 ou 50 anos a doença vai se manifestar já como câncer. Se a paciente esperar até sentir algo para procurar ajuda médica, muitas vezes pode ser tarde”, reforça.
Os principais sintomas que indicam lesões por HPV são facilmente perceptíveis. “Se a mulher começa a ter sangramento durante a relação sexual, passa a ter corrimentos com padrão muito diferente do habitual, com sangue depois da relação e com cheiro diferente do normal, deve procurar o médico. São indicativos de que algo não vai bem, e isso pode ter como causa o vírus HPV”, alerta Cidia.
Fonte: Exata Comunicação
Foto: Silvestre Silva Santos
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