Após balanço positivo do Projeto LAB MÓVEL, container agora terá capacidade de processamento de amostras até 10 vezes maior
Após rodar mais de 30 mil quilômetros pelo estado de São Paulo, realizando o sequenciamento de variantes do SARS-CoV-2, o LAB MÓVEL ganhará um novo propósito. O laboratório de ponta, instalado em um container sobre rodas, agora passará a ser usado para testes de eficiência das vacinas desenvolvidas pelo Instituto Butantan, com o desenvolvimento de novas técnicas de análise científicas. Além do novo foco, o espaço também ganhou reformas estruturais que maximizam a velocidade dos processos.
“Em um ensaio clínico que será apresentado para a Anvisa, a gente precisa entender se o soro indivíduo que tomou a vacina em estudo apresenta anticorpos neutralizantes contra diferentes cepas desse vírus. Isso é um ensaio de soroneutralização. No Brasil, não temos uma estrutura validada pelo órgão regulatório sanitário que reconheça esse tipo de estudo, então temos que fazer em outros países, como China e Canadá”, explica Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Instituto Butantan.
Dessa forma, o LAB MÓVEL, que já possuía tecnologia e equipamentos de ponta, passou por adequações estruturais de automação que poderão acelerar o tempo de análise de amostras recebidas pelos centros parceiros que ajudam nos ensaios clínicos. “Associando a velocidade do robô com o processo, na prática, quer dizer que não teremos o limite de, por exemplo, 300 análises por dia, agora poderemos fazer três mil”, comenta Sandra.
O container deixará de ser itinerante, pois as amostras de estudos clínicos precisam ser centralizados no instituto. Mas a nova velocidade de análises permite que os resultados saiam muito mais rápido do que ocorria com os sequenciamentos e diagnósticos focados apenas em Covid-19.
Finalizado em março deste ano, o projeto itinerante LAB MÓVEL iniciou-se em agosto de 2021 com o objetivo de realizar exames de diagnósticos e sequenciamento genômico do SARS-Cov-2 nas cidades do interior paulista para identificar casos com agilidade, além reconhecer as variantes predominantes e as regiões mais críticas de cada Departamento Regional de Saúde (DRS). Desde então, o LAB MÓVEL passou por 12 DRS diferentes, acumulando 30 mil KM rodados e mais de 38 mil testes RT-PCR de 122 cidades paulistas.
Fonte: Butantan
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