Imponência no nome e no tamanho. A Cidade da Polícia Civil, como foi batizado o conjunto que abrigará em um único local os departamentos especializados da Polícia Civil gaúcha, na zona leste de Porto Alegre, abriu as portas para os seus 115.580,80 m², oficialmente, nesta terça-feira (29).
O ato marcou a primeira etapa de implantação de um dos maiores complexos de segurança pública do sul do país, o qual centralizará grande parte dos serviços operacionais da Instituição e garantirá uma economia significativa aos cofres públicos, uma vez que departamentos como o de Investigações Criminais (Deic), que funciona em sede alugada na região do aeroporto, devem migrar por completo para o espaço.
A nova sede – que coloca de vez a Instituição no roll das melhores e mais modernas polícias brasileiras – também se destaca pela localização estratégica, quase na divisa da cidade com Viamão, na Região Metropolitana. Isso diminuirá o tempo de resposta de serviços considerados essenciais no combate à criminalidade.
Para a Chefe de Polícia, Delegada Nadine Anflor, a tarde desta terça-feira concretiza um sonho para a Instituição e os administradores dessa. “Por muito anos sonhávamos como em outros estados do país em ter a nossa cidade da Polícia Civil.
Um espaço que trará mais integração entre órgãos operacionais e que será um centro de excelência e investigação criminal, e, que, hoje, desse modelo, temos somente um no estado do Rio de Janeiro. Hoje o Rio Grande do Sul e a Polícia Civil gaúcha dão um salto, um salto em direção ao futuro.”
Em sua fala, o Subchefe, Delegado Fábio Motta Lopes, agradeceu a parceria com órgãos públicos e privados, sem a qual “o sonho de um complexo como esse não seria possível”. Motta também reconheceu o importante papel da Chefe Nadine como engrenagem para a realização de um projeto há muito sonhado pela Instituição.
O início
A Cidade da Polícia Civil abrigará nesse primeiro momento a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e a Volante do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM). Cada um desses serviços estará em prédios diferentes, restando outros 13 para instalações futuras – são um total de 15 prédios, somando 7.094,10 m² de área construída.
O prédio da Core, único de dois pisos em todo o complexo, possui 1.418,86 m² de área construída, divididos em 42 salas e um refeitório, que será de uso comum da Cidade da Polícia Civil. O primeiro piso será dedicado à ala operacional do Grupo de Resgate e Intervenção (GRI), enquanto a parte de cima abrigará o novo Núcleo de Investigações Especiais e suas duas delegacias, além da Divisão de Inteligência e Análise Criminal (Dipac) da coordenadoria.
Já o prédio onde as equipes da Volante foram instaladas possui 524,63 m² de área construída. Nele estão também a Administração do Complexo, um auditório com capacidade para 80 pessoas e duas salas de reuniões, além de um espaço para recepção.
Esses são os dois únicos prédios cujas reformas foram finalizadas. Os demais ainda não têm data para serem reinaugurados. As obras se fazem de extrema importância, uma vez que no passado todo o complexo serviu de sede para o Centro Técnico de Aperfeiçoamento e Formação (Cetaf) da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
Contra os crimes carcerários
Além de dar o start na Cidade da Polícia Civil, a Instituição inaugurou a sua Delegacia de Investigação de Crimes Carcerários (Dicar), da Core. O novo órgão tem o objetivo de identificar e responsabilizar os integrantes de organizações criminosas estabelecidas dentro do sistema penitenciário gaúcho, além de promover a consequente descapitalização desses grupos.
Serão quatro servidores, divididos nas funções cartorárias, investigativas e no núcleo de inteligência. Segundo o Delegado Gabriel Bicca, que está à frente dos trabalhos, os agentes estarão em constante contato com as equipes que compõem a Delegacia de Investigações Especiais (Diesp), a Dipac e o GRI, da Core. Também a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e a Brigada Militar (responsável por algumas casas prisionais) terão papel importante junto ao órgão.
A Dicar será a segunda delegacia da Core e fará parte do recém-criado Núcleo de Investigações Especiais, que abarca também a Diesp – delegacia criada ainda em janeiro de 2019.
57 Novas viaturas
O momento também marca a entrega de 57 novas viaturas à Polícia Civil. Cinquenta picapes Hilux semiblindadas vêm do Avançar na Segurança – um programa governamental que destinará recursos para compra de viaturas, equipamentos, tecnologia e realização de obras até 2022.
As 50 viaturas, com 170 cavalos de potência, diesel e tração 4X4, correspondem a um investimento de R$ 12.512.950,00. As viaturas serão distribuídas na região metropolitana e nas vinte e nove (29) regionais do interior do Estado e também para as 17 Delegacias de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Duas das três especializadas que não recebem (são 20 no total) ganharam suas viaturas ainda em 2020, a partir de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), que é o caso de Viamão e São Leopoldo. Já a Draco de Xangri-lá, instalada ainda em 2022 no litoral norte, recebeu sua viatura no ano passado.
Outras seis SW4, com 170 cavalos de potência, diesel e tração 4X4, também do Avançar na Segurança, serão destinadas às quatro DINs, Delegacias de Polícia do Narcotráfico, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc); à 1ª Delegacia de Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic); e à 1ª Delegacia de Polícia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Porto Alegre, do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV). O investimento nessas foi de R$ 1.940.728,20.
Uma última SW4 – ostensiva, semiblindada -, dessa vez do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg), será destinada à Delegacia de Polícia de Dois Irmãos, na região metropolitana. O investimento foi de R$ 323.454,70.
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