Na última quarta-feira, 23, uma equipe mergulhou no navio Presiganga, afundado no Rio Jacuí no período da Revolução Farroupilha, estando ele a aproximadamente 150 metros da ponte do vão móvel, em Porto Alegre.
Presiganga eram os navios presídio utilizados pelos governos brasileiro e português nas décadas de 1830 a 1860 e administrados pela Marinha. Seu nome teria origem no termo inglês “press-gang” (grupos que recrutavam marinheiros à força entre a população), que foi abrasileirado para “presiganga” no Rio de Janeiro.
Em 1830, o Presiganga que foi alvo desta expedição no Rio Jacuí recebeu alguns alemães suspeitos de conspirarem contra o governo, entre eles o major Otto Heise. Recebeu tanto os imperiais presos na tomada de Porto Alegre, quanto os revolucionários presos na sua retomada. Entre os imperiais presos, estava o major Manuel Marques de Souza, futuro conde de Porto Alegre.
Do lado republicano, foram logo em seguida presos Pereira Coruja e Vicente Ferreira Gomes. Para lá, também foram enviados nomes como Jerônimo Gomes Jardim, Onofre Pires, Pedro Boticário e até Bento Gonçalves, entre outros farroupilhas. Até cidadãos norte-americanos suspeitos de auxiliarem os rebeldes, como Frederic Engerer, sócio do cônsul norte-americano em Porto Alegre, tiveram o mesmo destino.
O local do naufrágio havia sido identificado pelo antropólogo Marlon Borges Pestana em agosto de 2020 e, nesta semana, uma expedição utilizando sonares especiais cedidos pela Equinautic no Cisne Branco foi até lá, conseguiu efetivar o mergulho e recuperar alguns artefatos, como uma espada do período farrapo. Agora, o fato está sendo relatado à Marinha do Brasil para emissão de autorização para os próximos mergulhos. O navio Presiganga está acomodado no fundo do Rio Jacuí com a proa para o Sul, tem aproximadamente 60 metros de comprimento e sua parte superior está a aproximadamente 4 metros da superfície.
Capitaneado por Flávio Longaray Ramirez, a expedição contou como os mergulhadores José Amadeu Silva De Freitas Freitas e Geraldo Senna, que além também navegam pelas águas do Guaíba, Lagoa dos Patos e pelo Brasil.
Fonte: O Sul
Foto: Divulgação O Sul
(RM)
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