Cientistas chineses podem ter resolvido uma das grandes questões da neurociência moderna. Há anos, estatísticas e estudos clínicos mostram que a Doença de Alzheimer aparece duas vezes mais em mulheres que em homens. Mas a causa deste fenômeno não era conhecida, até agora.
Em um artigo publicado na revista Nature, a equipe liderada pelo professor Keqiang Ye, do Instituto de Tecnologia Avançada de Shenzhen (SIAT) da Academia Chinesa de Ciências, explicou que pode ter encontrado a resposta. Segundo a pesquisa, o aumento do hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula uma área no cérebro chamada via C/EBP/AEP, também conhecida como vias colinérgicas.
Desde 2018, a equipe já tinha conseguido estabelecer uma relação entre a ativação seletiva dessas vias e o desenvolvimento de doenças degenerativas. A partir de então, eles começaram a testar hormônios femininos, que são drasticamente alterados depois da menopausa, para tentar entender quais deles estavam ligados aos problemas de saúde.
A equipe de Ye identificou que o FSH é o que tem maior correspondência com a estimulação seletiva da via C/EBP/AEP. Para demonstrar essa descoberta, os pesquisadores usaram diferentes métodos.
Em uma das experiências, camundongos ovariectomizados receberam anticorpos para bloquear o FSH. Em outro teste, os cientistas eliminaram o receptor de FSH (chamado de FSHR) em neurônios para abolir a ligação entre as duas moléculas na região do cérebro conhecida como hipocampo.
Os dois casos produziram um alívio no aparecimento da doença e nas disfunções cognitivas dos camundongos. Além disso, em animais que já tinha Alzheimer, o bloqueio da via C/EBP/AEP levou a um alívio dos sintomas.
Numa outra frente da pesquisa, os estudiosos injetaram FSH nos camundongos machos e comprovaram que houve um aumento no desenvolvimento do mal de Alzheimer.
O próximo passo da equipe é entender a relação entre genes específicos, como o ApoE4, e o desenvolvimento da doença.
“Nossas descobertas demonstram que a via de sinalização C/EBP/AEP atua como um fator central nessas doenças dependentes da idade, o que pode ajudar a revelar como uma variedade de fatores de risco medeiam doenças neurodegenerativas por meio da ativação dessa via”, disse o Seong Su Kang, da Universidade Emory.
Fonte: O Sul
Foto: Reprodução O Sul
(RM)
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