O Rio Grande do Sul foi o Estado brasileiro com a menor taxa de mortalidade em dois indicadores relativos aos cuidados com crianças de até cinco anos em 2020. No ano pesquisado, a taxa de mortalidade neonatal (TMN), que mostra o número de mortes de crianças de zero a 27 dias de vida, foi de 6,6 para cada mil nascidos vivos (7,6 em 2019), enquanto a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos ficou em 9,8 para cada mil nascidos (12,1 em 2019). Os números são os mais baixos desde o início da série histórica iniciada em 2000.
Os dados foram compilados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e fazem parte do estudo “Vida saudável e promoção do bem-estar: ODS 3 no Rio Grande do Sul”, que apresenta um panorama sobre as metas fixadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir melhor saúde e bem-estar à população. O chamado Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 – Saúde e Bem-Estar tem nove metas a serem alcançadas até 2030 que servem como base para analisar a evolução dos resultados.
Desenvolvido pelos analistas pesquisadores do DEE/SPGG Guilherme Risco e Marilyn Agranonik, o documento inclui dados do Ministério da Saúde, em sua maioria, atualizados até 2020 sobre mortalidade materna, neonatal e na infância, doenças transmissíveis e não transmissíveis, acidentes em estradas, acesso a serviços de saúde e uso nocivo do álcool, entre outros.
No caso da taxa de mortalidade neonatal, a média brasileira em 2020 foi de 8,3 para cada mil nascidos vivos, enquanto a ONU recomenda que até 2030 os países reduzam a taxa de mortes para, no máximo, 5 por mil. Na taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos, o resultado do país em 2020 foi de 13,2 mortes para cada mil nascidos vivos e a ONU estabelece uma meta de, no máximo, 8.
No que se refere à meta relacionada com a atenção à saúde da mulher na gestação e no parto, o Rio Grande do Sul registrou taxa de mortalidade materna de 39,1 por 100 mil nascidos vivos em 2020. No Brasil, a taxa foi de 67,9 por 100 mil enquanto a meta do ODS é de, no máximo, 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.
“Por já apresentar um bom desempenho em relação ao restante do país, o desafio do Estado em reduzir as mortes exige um esforço cada vez maior para identificar as causas”, analisa Guilherme Risco.
Pandemia
Doenças transmissíveis como tuberculose e hepatites virais (A, B e C) tiveram quedas significativas nos números de registros em 2020 tanto no Brasil como no Rio Grande do Sul. Conforme o estudo do DEE/SPGG, a pandemia da Covid-19 possivelmente afetou a procura por diversos serviços de saúde, dificultando o diagnóstico, assim como as medidas de distanciamento social e uso de máscaras podem ter contribuído para a redução na circulação dos vírus.
No ano em questão, foram confirmados 4.565 casos de tuberculose no Rio Grande do Sul, sendo 2.052 em pessoas entre 20 e 39 anos e 70% dos casos em pessoas do sexo masculino. A taxa de incidência da doença por 100 mil habitantes foi de 40 em 2020 contra 47,5 em 2019. No caso das hepatites virais, em 2020 foram 5.356 casos notificados, abaixo dos 8.554 de 2019. A taxa de incidência por 100 mil habitantes foi de 46,9 enquanto em 2019 foi de 75,2.
Em relação aos casos de síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), foram realizadas 3.224 novas notificações no Estado em 2019, sendo 1.965 homens e 1.259 mulheres. O número representa um leve aumento em relação a 2018 (3.167) e uma queda significativa na comparação com 2007, primeiro ano analisado na série (5.139). A taxa de detecção de casos de aids por 100 mil habitantes foi de 28,3 no Rio Grande do Sul em 2019, queda de 38% em relação a 2008 (45,4).
Mortes prematuras
Entre as causas de morte prematura em 2020 na população adulta do Estado, que acontece entre 20 e 59 anos por doenças não transmissíveis (cardiovasculares, neoplasia, doenças infecciosas, entre outras), as neoplasias (tumores) foram a causa de 68,3 mortes a cada 100 mil habitantes. Na sequência estão os óbitos por causas externas, como acidentes de trânsito, homicídios, suicídios, quedas (67,6), doenças infecciosas e parasitárias (48), doenças do aparelho circulatório (43,7), doenças do aparelho digestivo (16,2) e doenças do aparelho respiratório (12,4).
Especificamente quanto às mortes por suicídio, o Rio Grande do Sul segue com a taxa mais alta do Brasil em 2020, 12,4 por 100 mil habitantes, praticamente estável na comparação com 2019 (12,5 por 100 mil) e muito acima da do país (6 por 100 mil).
Trânsito
O número de mortes e lesões por acidentes de trânsito chegou a 13,5 mortes por 100 mil habitantes em 2020, menor taxa da série histórica. Das 1.546 vítimas desses acidentes no Rio Grande do Sul, a maior parte é de ocupantes de automóveis (33%), motociclistas (26%), pedestres (18%) e ciclistas (4%).
Fonte: Governo do Estado
(RM)
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