Por meio da Lei nº 5.997, de 05 de novembro de 2015, Bento Gonçalves instituiu o Programa de Pacificação Restaurativa vinculado às Secretarias de Educação e de Desenvolvimento Social. O Programa é um instrumento de apoio para auxiliar a convivência pacífica e empática e vivenciar valores positivos, baseado no cuidado da qualidade das relações sociais e do vínculo afetivo que se estabelece entre adultos e crianças no ambiente escolar.
Para celebrar os seis anos promovendo a Cultura da Paz, foi realizado na sexta-feira, 5, o 1º Encontro Restaurativo de Bento Gonçalves. O município é, hoje, referência em atuação nas práticas restaurativas, sendo um dos poucos municípios com atuação destacada de um Central de Orientação Restaurativa Escolar (CORES), em parceria com o Ministério Público do RS, e, de forma inédita, com espaço de atuação na sede de Promotorias de Justiça. A Central é coordenada por Marlisete Alessi (Educação), Vanise Marconi (Idosos) e Vanda Meneses (Ministério Público).
No evento foi apresentado um vídeo do projeto Escola Piloto Restaurativa que está ocorrendo na EMTI São Roque. A diretora Andreza Peruzzo concedeu um depoimento sobre as práticas circulares que faz parte da gestão do educandário: “o projeto envolve mais de 50 profissionais da educação, aproximadamente 300 alunos e suas famílias. O objetivo deste projeto é construir uma Cultura de Paz. Nós entendemos na nossa escola que para conviver harmoniosamente, para aprender, é preciso acolher, dialogar, e assim colocar o sentimento e emoções dos alunos nas nossas atividades”.
A diretora da EMI Mamãe Coruja, Eridiane Aparecida, fez um relato de prática restaurativa no educandário. Ela ressaltou os valores do trabalho e da busca ativa “a equipe não mediu esforços de nos auxiliar. Não teve hora, dia, final de semana. Esse empenho auxiliou na resolução de 99% dos casos de alunos infrequentes na EMI Mamãe Coruja. Isso é um reflexo de um trabalho em grupo: é uma rede, é uma equipe. Se eu não tivesse o apoio da minha Secretaria e do trabalho que a Vanise e Marlisete fazem com essa grandiosidade, nada disso estaria acontecendo. Elas trabalham com o coração. E para trabalhar com educação, eu acredito que é preciso ter empatia, amor. Elas se colocam no lugar da diretora, que tá ali com aquela criança que não vem para a escola, daquela família que a gente não sabe mais o que fazer, daquela criança que está sofrendo. E esse trabalho em conjunto dá bons resultados. Parabéns!”
As facilitadoras da Central de Práticas Restaurativas apresentaram dados referentes ao ano de 2021. De acordo com a Central, foram realizados de abril a outubro 172 Pré-Círculos e Círculos de Paz, totalizando um atendimento para 2149 pessoas (alunos, professores, funcionários, idosos e familiares).
Em abril, havia 370 alunos em evasão escolar. Com o trabalho da busca ativa, utilizando a metodologia restaurativa, o número diminuiu ao longo dos meses. Em outubro, de acordo com a CORES, foi registrado 39 casos em atendimento.
Marlisete Alessi reforça que “a infância é o chão que a gente pisa a vida inteira por isso acredito que a prevenção feita nas escolas com os círculo de construção de paz, podem ajudar a melhorar a sociedade. Crianças hoje, adultos amanhã!”.
A secretária de Educação, Adriane Zorzi, expressou sua admiração a todos os envolvidos: “a metodologia dos círculos restaurativos é uma sementinha que sendo plantada a anos por inúmeras mãos e pessoas que acreditam e culminou numa espécie de previsão dos momentos que estamos vivendo hoje: a dificuldade dos últimos dois anos causados pela pandemia. A metodologia do diálogo, da acolhida, da escuta, foram nos preparando para esses dois anos tão difíceis. Duas palavras destaco hoje: a primeira é gratidão, mesmo com tantos desafios, tantas dificuldades, se empenharam para vencê-los. 100% da nossa vida como educadores que somos, seres humanos que somos, o nosso propósito de vida é ser amor, distribuir amor. É ser unido, é ser acolhido, é ser aquela pessoa que abraça e acolhe o outro, mas que também precisa ser abraçada. Muito obrigado e que todos nós possamos no nosso lugar, no nosso espaço, no nosso dia, construir um coração de diferentes cores, diferentes possibilidades, diferentes dificuldades, mas que todos se encaixem num mesmo objetivo: termos um mundo melhor”. Enquanto seres humanos
Um dos idealizadores do Programa de Restauração Restaurativa, o promotor Élcio Resmini Meneses, destaca a união de esforços de promover a Cultura da Paz: “Nós temos uma caminhada de muito tempo construindo juntos a perspectiva de um trabalho de Cultura de Paz nas escolas. Hoje a gente representações fantásticas nas escolas que nos mostram que estamos no caminho certo. É um caminho longo, um caminho que ainda não percorremos uma pequena parte dele. E unidos desse jeito que vemos Bento Gonçalves estar, na educação, na saúde, no desenvolvimento social, enfim, em todas as etapas do Poder Público municipal, nós vamos caminhar juntos de mãos dadas e por um longo tempo. O balanço que eu faço é de ver com emoção e gratidão tudo que é feito em Bento”.
O evento contou com a apresentação musical da aluna da EMEF Vânia Medieros Mincarone, Gabriela Longhi; de Brenda Schwenig, da EMEM Alfredo Aveline; de alunos da EMTI São Roque – Professora Nilza Côvolo Kratz e de exibições de vídeos produzidos sobre o Projeto Cultura de Paz pela EMIs, EMEFs e EMEM.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura
Foto: Jose Martim Estefanon / Divulgação
(RM)
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