Pesquisadores monitoram praga que pode chegar ao Brasil e destruir lavouras de milho, sorgo e arroz

Pesquisadores brasileiros estão monitorando uma praga que pode causar sérios danos para os cultivos nacionais. A lagarta Chilo partellus é originária do continente asiático, mas já é encontrada no Oriente Médio, na África e Austrália. A praga pode atacar plantações de milho, sorgo, arroz, trigo, cana-de-açúcar, milheto e gramíneas silvestres.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Moçambique, infestações em milho tardio atingiriam 87% das lavouras e geraram estragos em 70% dos grãos.

A praga não está presente no território brasileiro, por isso, é considerada pelo Ministério da Agricultura uma praga quarentenária ausente.

De acordo com Rafael Mingoti, analista da Embrapa Gestão Territorial, a Chilo partellus apresenta uma região de origem próxima a de outra praga que já está no Brasil.

Sonora: “A Helicoverpa armigera, que é uma praga que já entrou no país vinda da mesma região e apresentou grandes prejuízos. Ela vem da mesma áerea. Tão grande como o da Helicoverpa. Ela não está tão próxima ainda. Então ainda dá tempo de se criar as ações pra evitar a sua entrada.”

Por causa dessa proximidade, um estudo feito por pesquisadores da Embrapa identificou as regiões brasileiras mais vulneráveis para a entrada e proliferação da praga. Os estados de Roraima, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul apresentam os maiores riscos.

Roraima é atualmente o estado com maior número de pragas quarentenárias presentes. Ou seja, já entraram no Brasil, porém, estão restritas a algumas regiões. É o que afirma a pesquisadora Elisangela Fidelis, da Embrapa Roraima.

Sonora: “O motivo disso é que a gente está bem próximo aqui a região do caribe, onde muitas pragas provenientes das Ásia e também da África são, primeiramente, introduzidas nas Américas e a partir da região do Caribe as pragas descem pra América do Sul, chegando na Venezuela, na Guiana. E como a gente faz divisa com esses países, elas entram pela nossa fronteira, que é bem extensa e de difícil controle devido a gente movimentação de pessoas. Então, essas pessoas movimentando, transitando nessas fronteiras, elas trazem materiais vegetais contaminados por pragas e, assim, elas chegam ao nosso estado.

O estudo sobre a lagarta Chilo partellus será utilizado para capacitar ficais agropecuários responsáveis pela vigilância das fronteiras, portos e aeroportos.

 

Fonte: Agência Brasil

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