No Sul do Brasil e em estados como Mato Grosso do Sul e São Paulo serão “duas rodadas” de maior instabilidade. A primeira delas, deve começar entre a noite desta quarta e madrugada de quinta-feira e a segunda, deve se concentrar entre a noite de quinta e ao longo da sexta-feira
A instabilidade atmosférica retorna com força a algumas regiões do Cone Sul e do continente Sul-Americano a partir desta quarta-feira, 13, é o que indicam as projeções numéricas dos modelos meteorológicos. A desestabilização do ambiente se dará em função da presença de perturbações no escoamento da atmosfera, com a passagem de cavados (sistemas de baixa pressão) ao longo perfil vertical, o que deve refletir na intensificação do transporte de ar quente e úmido de origem tropical, direcionado sobretudo para Argentina, Paraguai, Bolívia e trechos do Sul e do Centro-Oeste do Brasil.
As províncias do norte e nordeste da Argentina, grande parte do Paraguai e o setor oeste, noroeste e norte dos três estados do Sul do Brasil (RS, SC e PR), se estendendo por áreas do Mato Grosso do Sul, do sul do Mato Grosso e do interior de São Paulo devem ser as regiões com maior probabilidade de formação de tempestades, algumas capazes de provocar tempo severo, com a ocorrência de chuvas localmente fortes e volumosas, podendo provocar alagamentos e transtornos, além de rajadas de vento superiores aos 70/80 km/h acompanhada de precipitação de granizo, de intensidade e tamanho variados.
Há indicativos de que haja a formação de Linhas de Instabilidade (LI) em trechos dessas regiões. Esse sistema consiste em tempestades dispostas de maneira alinhada e são eficientes em provocar vendavais em extensas áreas, inclusive severos de maneira mais pontual. A previsão mais assertiva e detalhada de tempo severo, entretanto, só pode ser realizada com horas de antecedência da ocorrência do fenômeno.
A condição para chuva acompanhada de raios e trovoadas se estende pelas demais regiões dos três estados do Sul do país no período e o risco de temporais mais localizados, fora da região anteriormente citada não é descartado, inclusive no sul e leste gaúcho (RS), incluindo a Grande Porto Alegre, onde a instabilidade tende a ser mais localizada e deve ser reduzida.
Entre a noite de quinta e ao longo da sexta-feira, além da presença de um extenso cavado invertido sobre o centro-sul do Brasil, a aproximação de uma nova frente fria pelo Oceano Atlântico, com ar mais frio logo em sua retaguarda, deve contribuir para movimentos ascendentes em grande escala e reforçar a formação de temporais sobre o Sul do Brasil, especialmente entre o centro/norte do RS, SC e o PR. No RS, o rápido avanço de ar mais seco e frio pós-frontal, associado a uma massa de ar frio que avança na retaguarda da frente fria, deve favorecer o intenso declínio das temperaturas e o retorno do tempo firme a partir do final do dia e principalmente no decorrer do sábado. Antes da aproximação da passagem deste sistema frontal, na sexta-feira, o ar quente seguirá predominando sobre o Sul do Brasil, sobretudo em áreas do interior do RS e do Oeste e Meio-Oeste de SC e do PR, onde as temperaturas se aproximam ou até ultrapassam a marca dos 28°C/30°C entre essa quarta e quinta-feira, trazendo forte sensação de abafamento.
Frio e predomínio de tempo firme
Após esse episódio de instabilidade, o Sul do país e principalmente o RS em especial, devem ter uma sequência maior de dias de tempo firme. Além do tempo mais seco, as temperaturas entram em declínio e novos episódios de geada tardia de maneira localizada não poderão ser descartados em áreas de maior altitude de SC, das Serras do Sudeste e Nordeste do RS e em diferentes Departamentos Uruguaios. O ar frio mais intenso avança pelo Uruguai e RS no final de semana e se espalha por outras áreas do Sul no início da próxima semana.
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