Segundo DATASUS, de janeiro a julho, foram 12.542 óbitos; campanha Combatendo o AVC reforça para prevenção
Em 1° de outubro celebrou-se o Dia do Idoso, data voltada à sensibilização mundial para as questões do envelhecimento, destacando a necessidade e importância de ações de prevenção e de cuidados em saúde nessa população. O AVC (Acidente Vascular Cerebral) pode acontecer em qualquer faixa etária. Entretanto, observa-se que o risco aumenta com a idade, principalmente em função de alguns fatores de risco associados à doença, como a pressão alta, diabetes, colesterol alto e doenças cardíacas.
No mesmo mês, ocorrerá a campanha mundial “Combatendo o AVC”, que é coordenada nacionalmente pela Rede Brasil AVC. A campanha acontece todos os anos próximo ao dia 29 de outubro – o Dia Mundial de Combate ao AVC. A doença é a segunda maior causa de mortalidade no Brasil e conforme dados do DATASUS, de janeiro a julho deste ano, 12.542 pessoas acima de 60 anos morreram em decorrência do AVC, o que equivale a aproximadamente duas mortes a cada hora. Isto corresponde a um aumento de 8,4% em relação ao mesmo período de 2020. Nos sete meses de 2021, o SUS já registrou 69.491 internações por AVC.
Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro; e o hemorrágico, quando um vaso cerebral rompe. “Durante um evento desse tipo, cerca de 1,9 milhões de neurônios morrem por minuto”, explica a presidente da Rede Brasil AVC e presidente-eleita da World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC), Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins.
Entre os sinais de alerta mais comuns estão súbita fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, súbita alteração da fala ou compreensão; súbita alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação, no andar; tontura e dor de cabeça de início súbito, intensa e sem causa aparente. “A identificação precoce dos sintomas do AVC e o tratamento médico imediato em um Centro de AVC intensifica consideravelmente as chances de recuperação”, ressalta Sheila. Segundo a World Stroke Organization, estima-se que 30% dos pacientes demoram mais de 24 horas para procurar atendimento médico. “O socorro ágil, imediato, evita o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala e diminui drasticamente o risco de morte. Ao perceber algum sintoma, o 192, telefone do Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU), deve ser acionando imediatamente para que uma equipe socorrista vá até essa pessoa”, salienta a especialista.
Sheila ressalta a necessidade de educar a população quanto aos sinais de alerta do AVC, à urgência do tratamento e ao controle dos fatores de risco. “Em 90% dos casos, o AVC é causado por pressão alta, diabetes, colesterol elevado, doenças do coração como arritmias, obesidade, sedentarismo e consumo excessivo de álcool e o tabagismo tabaco”, fala a médica. A prevenção é feita através de uma alimentação saudável rica em frutas, verduras, grãos e pouca gordura e carboidratos; fazer exercício físico regularmente, limitar o uso de bebidas alcoólicas, não fumar e consultar o médico regularmente para revisão dos fatores de risco.
Ações de prevenção na Atenção Básica
Outra ação aliada é o engajamento de agentes de saúde, enfermeiros e médicos da Atenção Primária no combate à doença. A questão é foco de projeto iniciado em setembro, executado pelo Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, através do PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional, do Sistema Único de Saúde). “A Atenção Primária é a porta de entrada do SUS e atende até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para os especialistas. Por isso, é um instrumento de grande valor no combate ao AVC e tantos outros problemas de saúde”, pontua a médica.
A iniciativa envolve oito unidades de Estratégia de Saúde da Família na capital gaúcha, expandindo-se para outras 60 unidades em todo o país.
Entre as ações previstas no projeto, estão a implementação de programa de detecção de fatores de risco na comunidade, com encaminhamento para tratamento dos fatores de risco, além de classificação de risco de AVC e doença cardiovascular através do aplicativo para celular “Riscômetro de AVC”.
“A prevenção é o melhor remédio e estratégias nesse sentido devem ser otimizadas junto aos pacientes pelos profissionais da saúde. É importante que cada vez mais o enfoque seja orientar toda a população sobre os principais fatores de risco das principais doenças crônicas, como eles podem ser evitados e quando buscar atendimento médico”, conclui Sheila.
Sobre a Rede Brasil AVC
A Rede Brasil AVC é uma organização não governamental criada em 2008 com a finalidade de melhorar a assistência multidisciplinar ao paciente com AVC em todo o país. É formada por profissionais de diversas áreas que, unidos, lutam para diminuir o número de casos da doença, melhorar o atendimento pré-hospitalar e hospitalar ao paciente, melhorar a prevenção ao AVC, propiciar a reabilitação precoce e reintegração social. Mais informações no site http://www.redebrasilavc.org.br/.
Fonte: Predicado Comunicação
Foto: Divulgação Predicado
(RM)
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